Patrícia Ahmaral lança videoclipe de “Let´s Play That”, com participação de Jards Macalé

Patrícia Ahmaral lança videoclipe de “Let´s Play That”, com participação de Jards Macalé

Assista aqui o videoclipe Let´s Play That  (Jards Macalé e Torquato Neto)

Depois de divulgar recentemente nas plataformas digitais uma regravação de Let´s Play That, icônica parceria de Jards Macalé com o poeta Torquato Neto (1944-1972) a cantora mineira Patrícia Ahmaral lança, nesta sexta, dia 4/11, vídeoclipe da canção, que traz participação de Macalé, em voz e violão.

A faixa  integra o repertório do álbum Um Poeta Desfolha Bandeira, primeiro volume do projeto duplo Patrícia Ahmaral Canta Torquato Neto, com parcerias musicais do autor piauiense e que por sua vez será lançado dia 10/11, data dos 50 anos de morte de Torquato.

Em depoimento para um mini-doc dos bastidores da gravação, Macalé conta que foi o percussionista Naná Vasconcelos (1944 – 2016) quem recebeu de Torquato os versos de Let´s Play That e os passou a Jards Macalé, que compôs a música e a registrou em seu primeiro LP de 1972.

Para gravar a nova versão com Patrícia, o músico levou para o estúdio o mesmo instrumento com que fez o registro original em 72. Criou também um novo arranjo de violão para adequar ao tom de voz da cantora. Fiquei muito feliz porque Let´s Play That é uma música fora da curva na história toda, quebrada ritmicamente. E Patrícia teve a coragem de grava-la!, celebra Macalé. A cantora destaca que a participação do artista tem uma dimensão muito especial dentro do álbum, não só por ele ser uma figura extremamente simbólica na música brasileira, mas por ter sido, além de parceiro ,grande amigo de Torquato. Sobre o novo arranjo, feitos especialmente para a gravação, Patrícia comenta: ao final, brincamos que ele fez uma leitura original de sua original!

No single já divulgado anteriormente nas plataformas de áudio, como pré-lançamento do álbum, Patrícia incluiu também Quero Viver, parceria de Chico César com Torquato. Na próxima semana, será a vez de divulgar o álbum completo, que tem Direção Artística do compositor Zeca Baleiro e será o primeiro de uma intérprete dedicado totalmente à obra musical do poeta.

Torquato Neto foi poeta, letrista, cineasta, ator e jornalista, um dos principais mentores da Tropicália, ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Capinam. Foi um nome marcante das artes de vanguardas dos anos 1960 e início dos 1970. Cometeu suicídio aos 28 anos de idade, deixando uma obra breve, fragmentada e plural, cada vez mais reverenciada em teses acadêmicas, documentários e compilações.

Estreia:

Videoclipe da faixa “Let´s Play That” (composição: Jards Macalé e Torquato Neto)

Data: 04/11 – Youtube – canal Patrícia Ahmaral –  https://youtu.be/5E2ZQYyAQRc

Artistas: Patrícia Ahmaral e Jards Macalé, em participação especial.

Edição: Marlon De Paula

Imagens: Andrea Nestrea

Faixa do álbum: “Um Poeta Desfolha A Bandeira – Patrícia Ahmaral Canta Torquato Neto – vol.1”,, que será lançado em 10/11 nas plataformas digitais de áudio.

Créditos na música:

Patrícia Ahmaral: voz

Jards Macalé: violão, voz, arranjo

Produção Musical: Walter Costa.

Gravado no Estúdio Eco Som (Rio De Janeiro), em novembro de 2021

Sobre Patrícia Ahmaral:

Patrícia Ahmaral iniciou carreira nos anos 1990, na efervescente cena musical belo-horizontina, que revelaria o saudoso Vander Lee (1966-2016). Seu CD de estréia, Ah! (1999), foi produzido por Zeca Baleiro. Depois vieram Vitrola Alquimista (2004) e Superpoder (2011), produzidos por Fernando Nunes e Renato Villaça. Em  arranjos cativantes, ela reverencia obras de autores como Walter Franco, Sérgio Sampaio e Alceu Valença, além de expoentes de sua geração, como Chico César, Zeca Baleiro e nomes  da cena independente, como Edvaldo Santana e Suely Mesquita. E faz leituras de clássicos, como A Volta Do Boêmio (Adelino Moreira) e Não Creio Em Mais Nada (Totó). É formada em canto lírico pela UFMG. Em seu trabalho de maior visibilidade, gravou na primeira exibição da novela Xica Da Silva (Rede Manchete) os temas de abertura e do personagem principal, na trilha sonora de Marcus Viana.

Para release completo e outros materiais acesse o perfil digital da artista:

Sobre Torquato Neto:

O poeta, letrista, jornalista, cineasta e ator Torquato Neto  nasceu em 1944, em Teresina (PI). Após seu aniversário de 28 anos, cometeu suicídio, na madrugada  de 10 de novembro de 1972,  abrindo o gás no banheiro de sua casa no Rio de Janeiro, onde morava, desde 1962. Parceiro de Gilberto Gil e de Caetano Veloso, amigo do artista plástico Hélio Oiticica, do poeta Décio Pignatari, do cineasta Ivan Cardoso e de outros nomes expoentes, foi defensor das artes de vanguarda como o cinema marginal e a poesia concreta e um dos principais pensadores do tropicalismo, segundo atesta Gilberto Gil: Ele, Capinam e Caetano formavam um tripé.  Torquato figura na capa do álbum manifesto  Tropicália Ou Panis Et Circense e assina duas das faixas, Geléia Geral, com Gil e Mamãe Coragem, com Caetano. Entre 1967 e 1972, escreveu  colunas culturais,  dentre elas, a mais conhecida Geléia Geral, que manteve entre 1971 e 1972, no Jornal Última Hora, inaugurando um estilo singular, numa impressionante crônica sobre a revolução que acontecia na música e na cultura brasileira naquele período. Torquato deixou um legado breve e plural, em jornalismo, poesia, cinema e  composições, cada vez mais reverenciado em teses acadêmicas, documentários e compilações. Segundo o poeta e pesquisador Marcelo Dolabela, Torquato Neto é um dos poucos que se insere no seletíssimo grupo de artistas que, após a morte, tiveram mais obras lançadas do que quando em vida. Está ao lado de Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski e Vinícius de Morais.

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Gilberto Gil em Torquato Neto – o vôo de fogo do poeta terminal, Tarik de Souza, 1984.

(Torquato) foi uma das pessoas mais influentes no sentido do levantamento ideológico da postura tropicalista. Ele, Capinam e Caetano formavam um tripé (…) .

Cláudio Portella, em Melhores Poemas , 2018:

Conforme (afirma) José Miguel Wisnik, ele é o primeiro a unificar a densidade entre a poesia escrita e a cantada.

Paulo Leminski, em Folha De São Paulo, Folhetim, 7/11/1982:

Torquato marca uma mudança radical, um salto quantitativo, na história disso que se chama, na falta de termo melhor, poesia brasileira. Poesia que, hoje, não apenas se lê nos livros, mas se escuta nas canções, nos discos, nos rádios, na TV, na vida, enfim. Torquato tem muito que ver com isso (…) Porque, com Torquato, começa a existir essa estranha estirpe de poetas: os letristas.

Links de referência

Tom Zé fala sobre Torquato Neto

Gilberto Gil fala sobre Torquato Neto

Documento Especial׃ Torquato Neto, O Anjo Torto da Tropicália Ivan Cardoso, 1992 Parte 1 de 2

Ouça o único registro da voz de Torquato Neto,  áudio recuperado em 2014 pelo radialista Vanderlei Malta, que o entrevistou no festival da Record de 1968.

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