ABLC celebra posse de novos membros e reforça reintegração pelo poder da literatura

ABLC celebra posse de novos membros e reforça reintegração pelo poder da literatura

A Academia Brasileira de Letras do Cárcere (ABLC) realizou sua 5ª cerimônia oficial no último domingo (21), no Salão Nobre da UFRJ, no Flamengo, Rio de Janeiro. O evento marcou a posse de sete novos integrantes e reafirmou o papel da literatura como instrumento de reintegração social e transformação de vidas.

Literatura e reintegração social no sistema prisional

Fundada em 2023, a ABLC surgiu a partir da iniciativa do desembargador aposentado Ciro Darlan, em parceria com advogados, educadores e membros da sociedade civil. A Academia tem como objetivo incentivar a leitura e a produção literária entre pessoas privadas de liberdade e egressas do sistema prisional.

Atualmente, a instituição ocupa 27 cadeiras, representando homens e mulheres que encontraram na escrita uma forma de reconstrução e expressão crítica. Os novos membros representam estados como Rio de Janeiro, Acre, Rio Grande do Norte, Pernambuco e São Paulo, mostrando o alcance nacional do projeto.

AfroReggae e Fundação Santa Cabrini apoiam reintegração

A participação do AfroReggae, representado por Karla Soares, Diretora Social, trouxe ainda mais força ao evento. A organização destacou a Agência Segunda Chance, voltada à empregabilidade e apoio a egressos. Segundo Karla, trabalhar com reintegração é olhar para além da pena, acreditando no potencial de reconstrução de vidas.

O coquetel do evento foi oferecido pelo Buffet Santa Cabrini, iniciativa da Fundação Santa Cabrini, que capacita e emprega pessoas egressas do sistema prisional. Essa parceria simboliza como oportunidades reais podem romper ciclos de exclusão.

Histórias de superação inspiram transformação

Entre os empossados, destaca-se Nei da Conceição Cruz, que assumiu a cadeira nº 22, patrono Carlos Marighella. Consultor de roteiros e especialista em narrativas periféricas, Nei cumpriu 20 anos de pena e transformou sua trajetória por meio da arte e educação.

Também tomaram posse Robson Francisco de Oliveira, criador do podcast 01 Sobreviventes, e Alexandre Mendes, o Polegar, que reforçou em seu discurso que mudar de vida é possível.

A cerimônia provou que a literatura no cárcere é mais que palavra: é liberdade, dignidade e esperança.

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