Gustavo Dread e Amarelo Dubs lançam álbum potente

O novo álbum Vida Real Não é Filme, fruto da parceria entre Gustavo Dread e o produtor Amarelo Dubs, chega às plataformas com um recado claro: a música pode — e deve — refletir a realidade. Com sete faixas densas e afiadas, o trabalho mergulha em temas como vivência urbana, espiritualidade, resistência e crítica social, tudo embalado em uma estética sonora cuidadosa e rebelde.

A escolha do título veio de forma natural, nas primeiras composições. “Nos representa. É sobre correr atrás, encarar as contas, o desemprego, mas também celebrar os afetos”, conta Gustavo. O disco, segundo Amarelo, é “pé no chão sem a chinela”: direto, cru e real.

Produção cuidadosa em cada batida

Gravado no estúdio Cômodo Alquímico, o álbum levou quase dois anos para ser finalizado. A construção sonora foi feita com encontros frequentes e muita experimentação de frequências, timbres e texturas. “Foi um processo tanto roteirizado quanto intuitivo”, explica Amarelo Dubs.

A ambientação do estúdio, amigável e criativa, contribuiu para a espontaneidade do trabalho. A colaboração com o produtor Matheus, amigo de longa data de Gustavo, trouxe leveza e liberdade ao processo.

Letra consciente e som de raiz

Gustavo Dread apresenta letras que transitam entre o espiritual e o social, sempre com originalidade e profundidade. O disco não busca fórmulas de sucesso: entrega arte com propósito, sem se prender a algoritmos ou tendências passageiras.

As faixas têm narrativa orgânica e coerente, ainda que não roteirizada. A urgência de temas como preconceito, trabalho e fé é equilibrada com a suavidade melódica e a batida do reggae. Uma “tranquilidade rebelde”, como os próprios artistas definem.

Visual e som em sintonia total

A arte do álbum, assinada por Laura Costa, traduz com precisão o espírito do projeto. Criada a partir de esboços manuais e finalizada digitalmente, a capa é uma extensão da música — estética, sensível e engajada. “Laura captou o espírito do disco logo de cara. Foi mágico”, destaca Gustavo.

Resistência e conexão com as raízes

A metáfora do “pé no chão sem chinela” representa tanto a resistência cultural quanto a vulnerabilidade humana. O reggae, nesse contexto, é mais do que um gênero: é ferramenta de expressão e autoconsciência. “A gente acredita no que faz e não se vende por engajamento artificial”, completa Amarelo.

Mensagem que fica depois da última faixa

Encerrando com a vibrante “Deixa o Reggae Music Rolar”, o álbum convida à celebração e à reflexão. É o tipo de faixa que emociona quem vive a cultura dos sistemas de som, mas também acolhe novos ouvintes com sua energia positiva e sua mensagem de união.