NO DIA DOS POVOS INDÍGENAS (19/4), TV CULTURA EXIBE DOCUMENTÁRIO INÉDITO MUNDURUKU, CONDENADOS PELO MERCÚRIO 

PRODUZIDO PELO DEPARTAMENTO DE JORNALISMO DA EMISSORA, FILME DENUNCIA A TRAGÉDIA AMBIENTAL DA AMAZÔNIA, ÀS 23H30
 
 

Nesta quarta-feira (19/4), a TV Cultura exibe o documentário inédito, Munduruku, Condenados Pelo Mercúrio, produzido pelo Departamento de Jornalismo da emissora, que denuncia uma tragédia ambiental na Amazônia. Vai ao ar a partir de 23h30.
 

A produção revela como o garimpo ilegal poluiu o rio Tapajós, no oeste do Pará e como o metal pesado, transformado no fundo do rio em metil mercúrio, contamina os peixes e chega ao corpo humano, envenenando homens, mulheres e crianças que ainda nem nasceram. Cem por cento dos indígenas da etnia Munduruku estão contaminados. Todas as amostras de pescado, vital para a alimentação desses povos, coletadas pelos cientistas, confirmam isso.
 

Absorvido pela corrente sanguínea, o mercúrio pode prejudicar a visão, provocar alterações renais, cardiovasculares e atinge também o sistema nervoso. As crianças, adolescentes, mulheres em idade fértil e gestantes são especialmente sensíveis à substância, que provoca alterações cognitivas, perda de memória, atenção e raciocínio. Até quadros de depressão podem estar ligados à presença venenosa do mercúrio no organismo.
 

A etnia Munduruku reúne mais de 15 mil pessoas e se espalha pelos estados do Amazonas, Mato Grosso e principalmente Pará, na calha do Tapajós, nos municípios de Santarém, Itaituba e Jacareacanga.
 

Gerações já nascem contaminadas e sofrem as consequências. Sete em cada 10 adolescentes, de 10 a 19 anos, apresentam índices de mercúrio acima da média. E algumas crianças têm também deformações. A contaminação é tão grande e tão grave que as mulheres têm até medo de engravidar.
 

A contaminação do pescado espalhou privação e sofrimento na floresta. Onde antes havia fartura de alimento, agora existe fome. Combinado com outras agressões ao meio ambiente, como a grilagem, o desmatamento, a pesca e a caça ilegais, o envenenamento dos rios provocado pelo mercúrio compromete toda a biodiversidade das florestas brasileiras.
 

E tudo isso tem uma única causa: a cobiça, a busca pelo ouro. Em 2021, 53 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade foram comercializadas no Brasil. Em média, para se produzir um quilo de ouro é necessário um quilo de mercúrio.