Mulheres 50+ desafiam invisibilidade pela escrita

O movimento de mulheres 50+ na literatura ganha força no Brasil, e a jornalista Heloísa Paiva lança livro em São Paulo para ampliar essa revolução cultural.
Escrita feminina 50+ rompe estereótipos
Cada vez mais mulheres com 50 anos ou mais estão usando a escrita como ferramenta de reinvenção, autonomia e visibilidade. Esse movimento desafia a lógica que por décadas associou a maturidade feminina ao silêncio e ao declínio. Cursos, prêmios e oficinas lotadas comprovam o interesse crescente por histórias contadas a partir dessa fase da vida.
Segundo pesquisa de Regina Dalcastagnè, da UnB, apenas 27% dos romances publicados entre 1990 e 2004 por grandes editoras brasileiras foram escritos por mulheres. Hoje, esse quadro começa a se transformar. Dados do Clube de Autores mostram que a participação feminina na autopublicação subiu de 34% para 44% entre 2021 e 2022.
Literatura 50+ inspira mercado e cultura
Para Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a presença de mulheres em todos os elos da cadeia literária enriquece a produção cultural do país. O fenômeno também se expande internacionalmente, com iniciativas como o Debut Writers Over 50 Award, no Reino Unido, que valorizam estreias de autoras maduras.
No Brasil, cresce a busca por cursos, mentorias e oficinas que tratam a escrita como projeto de vida. A consultora editorial Dany Sakugawa destaca que muitas mulheres encontram na escrita uma forma de transição de carreira, revivendo sonhos antigos ou expressando reflexões profundas.
Heloísa Paiva lança livro em São Paulo
É nesse contexto que a jornalista Heloísa Paiva estreia com 50+ Desperte para a vida e pare de sofrer, no dia 19 de outubro, às 15h, na Livraria Cultura, em São Paulo. A obra aborda temas como menopausa, luto, etarismo, solidão e insegurança financeira, oferecendo caminhos práticos para ressignificar a maturidade.
Para Heloísa, escrever depois dos 50 é prova de que essa fase pode ser janela de oportunidades. “Quero que este livro seja um guia para mulheres que desejam viver o envelhecimento com mais autonomia e amor-próprio”, afirma a autora.
O movimento 50+ mostra que a escrita transforma não apenas quem escreve, mas também o mundo ao redor, abrindo espaço para novas narrativas femininas no centro da cultura.