Entrevista: Nath Rodrigues e LuizGa, cantores e compositores

- O EP Comer da Maçã tem uma abordagem inovadora sobre o amor. Como surgiu a ideia desse projeto e como vocês desenvolveram essa nova cartografia do amor?
LuizGa: Esse foi um assunto que surgiu inevitavelmente das nossas conversas, no momento em que a gente se encontrou, acho que no ano passado, em Belo Horizonte, quando eu fiquei uns dias na casa da Nath no [bairro] Santa Tereza. A gente estava falando sobre vários assuntos e esse chegou, porque é o assunto do momento, né, amiga? Vamos falar assim.
Nath: Quem não está com BO está errado [risos].
LuizGa: É exatamente isso. Eu acho que não preciso falar mais nada, na verdade. Eu acho que a resposta da primeira pergunta é essa. Quem não está com BO… Tem muita coisa acontecendo, né?
Nath: É, a gente está entendendo como a gente quer reconfigurar as nossas relações afetivas. Já atravessamos algumas relações e… Como isso constitui a gente hoje? Pensando também que existe a necessidade de um espaço entre as pessoas para que cada indivíduo viva. E a partir daí a gente tem um desafio: como equalizar a convivência desses dois indivíduos que têm universos profundos e completamente diferentes. E eu disse dois indivíduos mas, na verdade, tem vários formatos possíveis, né?
LuizGa: Porque essa é uma coisa que a gente também tá muito viciado, né, no formato do casal. Eu acho isso uma grande questão. E o pior é que é muito gostoso mesmo, eu não sou contra isso, mas tô dizendo no âmbito da problematização.
Nath: Mas eu acho que, ainda que no âmbito da problematização, haja várias pessoas envolvidas num contexto relacional, sempre vai existir esse núcleo inicial, que são as duas pessoas. O encontro, o espírito da intimidade inicial. Tipo, eu poderia estar me relacionando com você, e com outra pessoa, e com outras e com outras. Mas o como essas duas individualidades se encontram vai sempre existir.
LuizGa: É, o que ele cria. Eu acho que é a grande questão. É isso, são muitas perguntas.
- A mineiridade é um elemento central nesse trabalho. Como essa identidade regional se reflete na sonoridade e na temática do EP?
Nath: Eu acho que ela parte, primeiro, de um ponto muito subjetivo, que é como cada um de nós dois consumiu música ao longo da vida.
LuizGa: E eu acho que tem a ver também com a experiência do território. Ou seja, não só o que nós ouvimos como referência ‒ porque a música alimenta a música, né? Lógico ‒ , mas eu também acho que Minas Gerais tem esse traço muito forte (quer dizer, qualquer território, mas nesse caso, a gente está falando de uma identidade de Minas Gerais no som). Talvez seja o que o território imprime mesmo, na nossa experiência de vida, de mundo, do sentimento do mundo. E as intensidades, as colorações, os andamentos, os motivos que florescem a partir daí tem a ver com a coisa do território, com essa mitologia…
Nath: Da geografia da música.
LuizGa: Da geografia, do povo, do sotaque, da comida, de todas as coisas que a gente viveu sendo criado no interior de Minas Gerais. Eu nasci no Rio, mas cheguei em Minas com 3, 4 anos de idade, então me constituí completamente como mineiro. E Nath é nascida e criada em Sabará.
Nath: última geração, inclusive, porque não tem mais maternidade lá [risos].
LuizGa: Olha só, ela é exclusiva, ela é escassa [risos].
- O projeto conta com uma instrumentação diferenciada, com instrumentos como marimba de vidro e escama de tubos. Como foi trabalhar com esses elementos e com os músicos do UAKTI?
LuizGa: Eu vou contar a história da minha perspectiva, porque eu acho que foi engraçado. A gente já tinha produzido a primeira guia da música com o Pedro Fonseca, e foi daqueles negócios que só acontecem em Belo Horizonte. Em São Paulo você nunca faz um trem desse.
Nath: A gente fez a música num dia e gravou no outro.
LuizGa: Belo Horizonte realmente é isso. O cara liga três horas da tarde e diz: “eu preciso ir agora gravar um negócio”. Foi uma brecha assim, e a música foi feita no dia anterior. Fomos lá, gravamos a guia e já estava soando bem bonito. A gente colocou os violinos, o bandolim, vozes e violão. Então eu mandei a música pro Marcelo Podestá, meu parceiro, fundador do [grupo musical] Graveola, ele ouviu e falou: “Cara, isso aqui ia ficar foda com umas marimbas do UAKTI”. E ele é amigo do Paulinho [Paulo Santos], da Josefina [Fonseca], também tinha essa conexão. E eu achei muito doido, lembro que eu cheguei a falar com a Nath na época, tipo: “Olha, teve um amigo que deu esse palpite. Será que a gente gasta essa onda de tentar costurar isso com a galera?”. E eu lembro que a Nath botou a maior fé, “Nossa, claro, seria um sonho” e tal. E acabou que aconteceu, porque a gente foi falar com eles, eles também já conheciam tanto eu quanto a Nath. E foi meio lento, porque eles são muito do flow, eles são de outra frequência.
Nath: Eles já estão na mitologia [risos].
LuizGa: Estão na mitologia musical do território, né, galera. E foi lindíssimo o processo, porque eles pegaram as sessões que a gente mandou e abriram uma sessão instrumental no meio. Eles só entram no meio da música, isso é muito doido.
Nath: Do nada, um timbre peculiar.
LuizGa: Um timbre que só existe aquele, né? E aí tem essa coisa de serem instrumentos derivados dessa instrumentação do grupo UAKTI, que é um grupo que criou todo um legado através do Marco Antônio Guimarães, que é o inventor dos instrumentos e compositor de grande parte das coisas do grupo, que é um patrimônio absurdo na história da música do mundo e que é original de BH. Então, para nós, o simbolismo disso é bem forte. Ter essa sonoridade, ter essa galera fortalecendo e criando junto… Sem palavras.
Nath: Apenas tudo.
4. Vocês são artistas com trajetórias distintas, mas encontraram uma conexão forte nesse EP. Como foi essa troca e o que aprenderam um com o outro ao longo do processo?
Nath: A gente se conhece há muitos anos, há uns 12 anos, eu acho. Quando eu me mudei para Belo Horizonte, uma das primeiras pessoas que eu conheci e acessei foi ele, junto com os integrantes do Graveola. A gente estava incluído em um contexto da música que tem uma super relação com todo o movimento cultural que está efervescente hoje na cidade, desde o Carnaval até o movimento do Rap, do duelo de MCs, enfim, todas as coisas em que a gente estava incluído, ou frequentava, ou conhecia alguém que estava. Mas a gente teve algumas pequenas aproximações ao longo desse tempo, e eu acho que ela está se consolidando cada vez mais, a verdade é essa. A gente esteve junto lá em Diamantina, que eu acho que foi a primeira vez, talvez, mais perto assim.
LuizGa: Foi, acho que foi. Eu lembro que você gravou no Dois e Meio (2014), aquele disco do Graveola, que foi feito em Diamantina. Tem um som de violino no disco que é seu, obviamente. Ou seja, são muitos anos, estava escrito nas estrelas, Nathália.
Nath: É, a gente só não tinha feito algo que as pessoas também pudessem ouvir, não tinha registrado dessa maneira esse encontro, e ele está acontecendo agora, naturalmente.
- O trabalho tem um caráter artesanal e uma forte preocupação estética. Como foi a parceria com a artista visual Efe Godoy para criar a identidade visual do EP?
Nath: A gente estava há algum tempo pesquisando e pensando em várias referências para construir essa identidade visual…
LuizGa: E aí eu me lembrei da Efe, que tem essa pesquisa do hibridismo, dos seres híbridos. Eu adoro aquelas imagens que ela faz com, tipo, um bicho meio centauro, com uma cabeça de planta, uns seres mitológicos híbridos. E também essa coisa muito artesanal, que eu acho que, de alguma maneira, traduz o que a gente está pesquisando também. A nossa aposta neste trabalho é essa coisa ancestral, oldschool, mesmo, da música acústica. E isso é algo que a gente quer comunicar. Beleza, velho, inteligência artificial é legal, robô é legal, música eletrônica é legal, tudo é legal, mas tem uma coisa que é o outro babado, que nunca vai desaparecer…
Nath: Que é o substrato.
LuizGa: Exatamente. Apesar de que essa discussão é complexa, né?
Nath: Sim, mas o substrato que eu digo não é nem no sentido da originalidade do som, mas de como é a trajetória da música sendo feita na existência humana.
LuizGa: Exatamente, eu também acho. Eu também tenho bastante vontade de pensar que tudo é possível e o que importa é a criação. Mas eu acho que a gente não pode esquecer o valor dessa forma de criação. E é importante compreender que ela produz coisas muito únicas, muito singulares, que têm uma força específica, que traz sensações específicas. Então é quase como uma apreciação crítica dessa diferença também, do que é a pessoa pintar uma aquarela com a própria mão, o que é o cara tocar um instrumento de tubo de PVC, gravar o som ali mesmo. Isso tem uma especificidade, a gente não pode esquecer.
Nath: Eu também acho que tem a ver com esse lugar de uma escassez mesmo, no sentido de que coisas que antes eram muito populares e popularizadas têm perdido espaço, tipo a escrita. Quem é que escreve hoje de próprio punho, com constância? E eu acho que tem a ver também com, talvez, algum desejo. Eu tenho lido muito as coisas através da lente da capoeira, que tem essa coisa da guardiança, de você guardar um tipo de saber, de fazer uma coisa. Dessa coisa sendo feita artesanalmente.
LuizGa: Que é um ensinamento da oralidade inteira. A história da oralidade no mundo é essa. E aqui no Brasil a gente tem estruturas culturais muito fortes no processo histórico do território que têm a oralidade como cerne e sempre vai ter. Está vivo até hoje. Olha aí, o samba é isso, a literatura de cordel é isso, a capoeira é isso, o jongo é isso, o maracatu, o boi, o congado. Milhares de coisas estão vivas. E todas também são culturas híbridas, isso é muito importante de ser falado, no sentido de serem culturas afro, quilombolas, indígenas, misturadas, mestiças do grande Brasil, que é essa doideira.
Nath: Que é o que o mestre Joelson fala, de aliança preta, indígena e popular. Que é tudo junto. É uma identidade mesmo do Brasil, no sentido do povo mesmo.
LuizGa: E é por isso que o Brasil tem que liderar a grande mudança cósmica, a liderança do Sul Global. Eu realmente acredito nisso, velho, foi mal, eu não tô exagerando. No sentido de que se a gente se resolve, se a gente se entende com essa potência, coletivamente ‒ não individualmente, porque que chatice esse negócio ‒, ninguém segura, não. A música é o que mais exemplifica isso pra gente no mundo. A posição que ela ocupa é muito especial.
O EP conta com colaborações importantes. Como foi trabalhar com Acauã Ranne e outros músicos que participaram desse projeto?
Acauã Ranne é um grande parceiro da minha vida. A gente se conhece há muitos anos também, talvez, nesse mesmo momento em que eu me conectei com o LuizGa, também me aproximei do Acauã, por causa do Tambolelê, do Sérgio Pererê, desse contexto em que eu estava inserida, de estudar a linguagem musical que a galera estava fazendo lá no Glória [bairro de Belo Horizonte], formando outros músicos incríveis. Numa dessas eu conheci o Acauã, que é bem mais novo ‒ nessa época ele era criança ainda. Aí ele começou a viver da música, a gente foi se encontrando em vários contextos ao longo da vida e ele virou um grande parceiro de composição e de acompanhamento. Recentemente a gente fez uma turnê juntos para a Europa e, nesse contexto, fomos até a casa do LuizGa, em Lagoinha, região metropolitana de Lisboa, abrimos o microfone e gravamos essa experiência sonora orgânica.
LuizGa: Nossa, ficou bom demais, eu adoro essa, “interlúdio”, que é a música do meio do EP. Foi literalmente uma improvisação totalmente despropositada de qualquer coisa, que foi edificando a si própria energeticamente no estúdio. E éramos nós três em um estúdio maravilhoso. Aliás, gratidão, Le Garage Palmela, nosso queridos Jori Collignon, patrocinador silencioso dessa loucura. Porque o estúdio estava na minha mão e eu tinha essa liberdade, combinada com ele, de usar o estúdio pra gravar coisas que não tivessem uma estrutura, um projeto, uma grana. E a gente literalmente fez uma experiência. Ligou os microfones, tocou uma coisa, depois botou mais vozes. A gente foi fazendo na hora, literalmente, a música, e ela tem bastante essa vibe. Eu gosto muito do resultado. E o Acauã foi essa peça maravilhosa; toca conga, toca baixo, toca tudo muito bem, e improvisou a voz também. Eu conhecia o Acauã há menos tempo, mas sou um fã profundo da existência musical dele. Ele tem um grau de preciosidade e de fundamento muito grande que eu só quero absorver, trabalhar junto e multiplicar. Acho foda demais ele fazer parte desse disco também.
7. Vocês falam sobre “perspectivas menos colonizadas” do amor e dos relacionamentos. Como essa reflexão se traduz nas músicas do EP?
Nath: Eu acho que essa coisa de descolonizar os afetos passa por vários lugares, inclusive por esse desejo de poder produzir musicalmente com uma liberdade maior, de mexer no tamanho da música, de se permitir fazer a música como quer, contrariando algumas grandes estatísticas que “devem” ser seguidas. Porque as pessoas foram condicionadas a consumir música de um jeito e a gente quer fazer de outro, também. Esse lugar da descolonização não está só ligado ao que a gente está falando no texto das músicas, ele está ligado à nossa própria experiência de vida, mesmo, como a gente está criando as coisas, como a gente está comunicando. E aí isso, no final, chega na palavra, mas não é a palavra o mais importante.
8. A música independente no Brasil enfrenta muitos desafios. Como vocês enxergam o cenário atual e qual a importância de projetos colaborativos como Comer da Maçã?
Nath: A gente falou sobre isso algumas vezes, antes mesmo da ideia do EP nascer ou da gente começar a compor juntos, da importância dessa troca de linguagem entre pessoas que estão querendo demarcar um território. Eu acho que tem bem a ver com isso, com alianças.
LuizGa: Alianças verdadeiras, alianças que têm a música no centro também, o amor por isso. Porque tudo é algorítmico, tudo é comercial também, tudo é um produto também, e beleza, a gente está em paz com isso, a gente escolheu isso pra nossa vida, não tem crise com isso. Mas também acho que tem essa coisa da aliança partir de um entendimento que vem desse lugar espiritual com a música, desse amor pela coisa, pelo fazer da coisa, que, como a Nath estava dizendo, pode contrariar, muitas vezes, o que está colocado como modelo, como standard. Então eu acho que também representa um gesto nosso de querer realmente apontar para alguns caminhos, sendo pessoas que estão aí estrada há muito tempo.
Nath: Literalmente na estrada, vivendo experiências em outras condições.
LuizGa: A gente chegou nessa conclusão também, porque a gente tem mais ou menos o mesmo tempo de trabalho na música. E é muito louco, porque a música é um território profissional, no Brasil, muito vulnerável, muito frágil. Quantas pessoas a gente conhece que começaram com a gente e que não estão mais trabalhando com música? Num contexto como o de Belo Horizonte, por exemplo, isso é bastante expressivo. Então eu acho que tem um pouco dessa coisa da gente afirmar esse lugar de estar produzindo música há tanto tempo, e também de querer produzir música dessa forma, e de outras formas, no sentido de não perder a vontade de experimentar.
Nath: É, de não ter que se encaixar num gênero específico também. Eu tenho refletido sobre isso e observado alguns artistas um pouco mais jovens com essa preocupação. Tipo: “Ai, meu gênero é tal”. Então a pessoa fica um pouco presa em só consumir desse universo, só cantar uma coisa. Mas a gente está falando de música, tem uma infinidade de possibilidades de experimentar.
9. Nath comentou sobre a importância da música artesanal, aquela que não está no topo dos streamings. Como vocês conciliam a busca por autenticidade com a necessidade de alcance no meio digital?
LuizGa: Eu acho que a gente está falando de música artesanal no sentido do tempo da coisa. Tipo, se você vai fazer uma cadeira, ela tem que ficar pronta e tem que funcionar para você sentar nela. Pode ser que você faça em uma hora, pode ser que você precise de um mês para fazer, porque às vezes você não tem nem a madeira, você não tem nada. Então eu também acredito nisso demais e acho que a gente fez muito isso nesse trabalho, que teve um processo de produção lento, um processo de produção “fogão de lenha”. Slow food da produção musical. Porque isso cria uma outra identidade e uma outra energia pro trabalho. Quando você faz no veneno, no toque de caixa, é bom também, eu gosto também, já fiz muito. Tem muitas coisas que ficam boas, também. Mas é interessante ver a diferença de sabor.
Nath: Sim. Eu também acho que a gente fica de cara com o risco que está posto para todo mundo que está produzindo obras que têm o seu tempo, mas que ficam com um registro fixo num momento, que é se desgarrar da pessoa que você era quando fez aquilo. Esse processo artesanal também faz a gente assumir essas várias pessoas que a gente já foi, o que a gente pensava, como a gente queria se expressar naquele determinado momento, como isso reverbera agora. Eu acho que tem a ver com esse contexto de um processo de descolonização, também.
LuizGa: A descolonização da mente em geral. É um âmbito muito maior. A gente tá só começando.
10. Vocês pretendem continuar essa parceria em novos trabalhos? Há planos para mais colaborações no futuro?
LuizGa: Há planos para mais colaborações no futuro, Nathália? Me conta [risos].
Nath: A gente segue fazendo música, já temos umas músicas nas gavetas.
LuizGa: Eu acho que é natural, o desdobramento é a vida! Ele é a vida!
Nath: Tá rolando! Estamos fazendo, né?
11. Como o público pode acompanhar o lançamento e a divulgação do EP? Haverá apresentações ao vivo ou formatos especiais de lançamento?
LuizGa: Nós estamos chuchando tudo lá no Instagram, e o EP está disponível nas plataformas de música. Na noite do lançamento teve um show em São Paulo, na Casa de Francisca, e Nath foi uma das maravilhosas convidadas especiais. A gente cantou, inclusive, as músicas de Comer da Maçã. A programação da Casa de Francisca é muito legal, é uma referência super foda, então estou bem feliz de a gente ter feito esse show lá. E a gente quer fazer mais, mas é isso, o slow food da vida. Não tem essa coisa de: “Ah, o disco subiu para a internet hoje, o show é hoje”. Apesar de que acabou sendo, né, numa sincronicidade louca que a gente nem planejou [risos]. Mas o negócio é que um desdobramento de um álbum como esse ‒ que ele possa virar um álbum mesmo, com mais músicas, num outro momento ‒ pode demorar um ano, dois anos, cinco anos, dez anos, a gente não sabe. Mas provavelmente é isso que vai acontecer. As músicas vão acontecendo, a gente vai produzindo, elas vão ganhando um corpo. É a história da nossa família musical ali, o que a gente fez junto. E isso é maravilhoso.
12. Se pudessem definir Comer da Maçã em uma única palavra ou sensação, qual seria e por quê?
Nath: Difícil, essa…
LuizGa: Essa é difícil… Eu acho que é o famoso “só é”, tá ligado? “Apenas sim”.
Nath: “Apenas sim” é uma ótima resposta pra essa pergunta [risos].
LuizGa: Acho que é isso, porque o que é, é. A gente tá muito místico [risos].