https://abacus-market-onion.top Entrevista: Dino Fonseca, cantor e compositor - Marramaque

Entrevista: Dino Fonseca, cantor e compositor

  1. O que inspirou você a criar o DVD “Back to the 80’s” e a escolher os sucessos dos anos 80 como tema central?

Nosso repertório sempre segue uma linha de muito bom gosto, de coisas que me influenciaram ao longo da minha vida. Eu também trago referências do que adquiri fazendo shows em bares, enfim, é uma mistura do meu gosto, do gosto do meu público, com o que eu acho que vai ficar legal. Eu não tenho um padrão, mas o critério principal é seguir aquilo que eu estou sentindo, como por exemplo, se tenho um bom feeling daquele arranjo, que aquela versão vai ficar legal, vai causar um efeito especial nas pessoas, eu sigo por ele.

2. Como foi o processo de seleção das 24 faixas e a decisão de dar uma nova roupagem a 21 delas? Alguma música foi particularmente desafiadora? Você mencionou que o set list levou um ano para ser definido. Quais foram os critérios principais na escolha das músicas?

A principal questão dessa grande demora para escolher um repertório, é que às vezes você seleciona um repertório de 20, 30, 40 músicas, mas depois você tem que entrar com o processo de liberação dessas faixas, você tem que pedir autorização para os compositores, e autores das músicas. Nesse processo, alguns não liberam, por exemplo, eu tive algumas músicas recusadas, não consegui gravar porque o autor não me liberou os direitos. A gente sempre pega os direitos para poder fazer tudo certo, tudo como manda a lei de direitos autorais, porque no Brasil é muito pesado, não podemos vacilar. E claro, a gente está trabalhando com obras de outras pessoas. Então a gente tem que ter esse respeito pelos autores. Para esse DVD ficaram muitas músicas boas de fora por conta disso. Então esse é um critério que a gente avalia.  

3. A gravação aconteceu em Goiânia, conhecida como o berço da música sertaneja. Por que escolheu essa cidade para um projeto com temática internacional?
Goiânia é uma cidade que sempre me acolheu e recebeu meu trabalho de braços abertos. Na volta da pandemia tinha prometido que assim que fosse gravar um projeto maior, seria lá! Então levei isso como um compromisso com os goianos e graças a Deus pude cumprir. 

4. O cenário temático e a interação do público foram pontos altos do projeto. Pode nos contar como foi criar essa atmosfera imersiva?

Quando gravamos um DVD, a gente tenta fazer um verdadeiro show. Tentamos tirar aquela tensão de gravação de DVD, de ficar parando toda hora e ajustando coisas. Para o último projeto foram três ou quatro dias de montagem, foi tudo muito preparado, para poder, na hora, chegar e ter essa dinâmica de show, de um espetáculo. A gente repetiu só umas duas músicas por problemas na luz, mas seguindo essa dinâmica, o público fica com essa sensação de que está vendo um show inédito, e eles gostam muito, interagem, a gente também conversa e faz brincadeiras. Então, tem todo um processo para criar essa atmosfera, mas o nosso público é maravilhoso, ele já conhece, já acompanha e é muito fiel. 

5. A produção do DVD foi avaliada em mais de um milhão de reais. Quais foram os maiores desafios para realizar esse grande projeto?

Não é fácil, realmente foi um projeto muito audacioso, grande, e com muitas pessoas presentes e evolvidas. Foram mais de dois mil ingressos vendidos. Então, o maior desafio é você tirar do papel e executar, criar um conceito que seja abraçado pelas pessoas e que elas vão entender de cara ali a proposta na sua essência. 

6. Celebrar 10 anos de carreira solo com um trabalho dessa magnitude é um marco importante. Como você vê sua evolução artística ao longo desse período?

São 10 anos como cantor solo. Eu comecei o projeto em 2014, mas são 18 anos como cantor profissional, então é uma longa estrada. Eu já passei por muita coisa, por tudo que você possa imaginar, mas eu me orgulho muito da minha trajetória, porque foi baseada realmente em um trabalho duro, em muitos sonhos que foram sendo realizados com muita paciência, dia após dia e trabalhando muito. Então hoje eu tenho muito orgulho e prazer de saber que nós somos ouvidos, escutados e assistidos por tanta gente no mundo todo. 

7. Sendo de Uberlândia, como sua origem influenciou sua carreira musical e suas escolhas artísticas?

Uberlândia é uma cidade dominada pelo sertanejo e isso não é segredo para ninguém. Nós temos um cenário sertanejo muito forte de músicos, produtores, artistas e estúdios. E eu vim sempre nessa vertente do rock, nunca cantei outro estilo, e eu trago isso desde os meus 13, 14 anos, quando eu comecei. Porém, como eu cresci nesse polo musical, absorvi muito essa influência, e eu só tenho coisas positivas para falar, por exemplo, o alto nível de profissionalismo, o alto nível de entrega, superproduções, enfim, eu sempre vi isso tudo acontecer aqui na minha vizinhança, de perto, e é natural que eu tenha usado isso ao meu favor.

8. Quais artistas dos anos 80 mais influenciaram sua trajetória musical e sua identidade como cantor?

Dos anos 80, sem dúvida nenhuma, Bon Jovi. Eu ouvi muito Bon Jovi a vida inteira, mas posso trazer aqui Guns N’ Roses, Aerosmith, Steven Tyler e o Axl Rose, eu decorava até os passos dele no palco, sabia tudo, todas as falas, DVDs e sabia todas as letras. 

9. Como você gostaria que esse projeto fosse lembrado no futuro?

Eu gostaria que ele fosse lembrado como um projeto que veio para adicionar um estilo, uma categoria a mais no nosso mercado musical. Eu espero que ele seja lembrado por isso, por ser realmente um rompedor de barreiras, e querendo ou não, também dando essa nova cara ao nosso cenário com essa identidade única nos arranjos, trazendo músicas antigas de uma forma mais moderna, enfim, seria muito legal ser lembrado desse jeito. Mas pessoalmente falando, eu sempre faço meus DVDs para quando eu ficar velho, sentar na minha sala e assistir com um sorriso no rosto, então eu sempre penso isso.