Entrevista: Bryan Behr, cantor e compositor

1. Bryan, o que te inspirou a nomear seu novo álbum de “DEJAVU”?
Depois de todas as músicas estarem gravadas, percebi com a ajuda de um amigo, Flávio Ferrari, que todas as músicas falavam sobre tempo.
E para mim, esse processo de compor, gravar, mixar e masterizar já era conhecido, mas era diferente dessa vez.
Tudo isso fazia muito sentido com a ideia de ter um DEJAVU, ainda mais quando se acredita que essa sensação vem para mostrar que estamos no lugar certo e na hora certa.
2. Como você descreveria a evolução da sua música desde o seu primeiro álbum até “DEJAVU”?
DEJAVU é um disco que sintetiza toda minha carreira até aqui. Do primeiro trabalho até esse foi uma jornada de descoberta, fui perdendo o medo ao longo do processo também. Medo de arriscar, de soltar o violão, de cantar certas coisas… acho que consegui manter o esforço para expressar o melhor de mim em todos os discos.
3. A faixa “Big Bang” conduz o álbum. Pode nos contar mais sobre o processo criativo por trás dessa música?
Eu e Davi escrevemos ela em uma casa em Bragança Paulista, viajamos para lá para escrever músicas para o disco.
Após compormos várias e várias canções, sentamos para descansar e Davi estava dedilhando o violão. Pedi para ele tocar como seria “carinhoso” em 2024. Ele começou a criar uma melodia para introdução e eu saí cantando e compondo. No mesmo dia começamos a produzir a faixa, na mesma casa.
4. Você mencionou que “DEJAVU” tem uma sonoridade inédita no seu repertório. Quais foram as principais influências musicais para este álbum?
Difícil citar algo especificamente, ouvimos muitas coisas em estúdio. Mas o que fez com que DEJAVU soasse assim foi dar para música a roupa que ela pedia. Não a que eu queria que ela vestisse.
5. Como foi trabalhar novamente com Paul Ralphes e Davi Carturani na produção deste disco?
Davi é meu melhor amigo. Paul é um gentleman. Foram dias mágicos no estúdio, conseguimos criar uma coisa que fosse genuinamente nossa. Sou muito grato por ter pessoas tão talentosas comigo nesses processos. Poderia facilmente gravar mais 100 discos com os dois.
6. A mudança para São Paulo teve um impacto significativo na sua música. Quais foram os maiores desafios e benefícios dessa transição?
Tenho uma relação estranha com São Paulo, às vezes amo e às vezes odeio. Mas sei da importância que é estar nessa cidade. Principalmente para minha música. Consegui acessar lugares criativos que nunca conseguiria de outro espaço.
7. “Azul”, em parceria com Duda Beat, trouxe uma nova estética ao seu trabalho. Como surgiu essa colaboração?
Desde que escrevi essa música com a Joyce Alane, queria que alguém como a Duda a interpretasse comigo!
Fiz o convite e ela amou, mergulhou de cabeça na gravação da música e do clipe.
Esse trabalho nos aproximou muito. Ganhei uma amiga!
8. Suas músicas abordam temas como amor, paixão, e nostalgia. Como você escolhe quais histórias contar em suas canções?
Não sei se escolho, acredito que as histórias que mais me marcam são as que vão para o papel.
9. Qual a importância dos conteúdos audiovisuais para você e como eles complementam suas músicas?
Sou apaixonado! Amo criar roteiros e ideias malucas para os conteúdos audiovisuais. Acho que vivemos uma época que música nunca foi tão visível. Sei da importância que isso tem no meu trabalho, como isso também faz novas pessoas descobrirem minha música.
10. O que os fãs podem esperar das suas apresentações ao vivo nesta nova fase da sua carreira?
Quero muito fazer as pessoas se emocionarem, fazer com que vivam uma experiência única, para ficar para sempre na memória. Tô criando esse show novo com tanto carinho quanto criei esse disco.
11. Se você pudesse ser um personagem de desenho animado por um dia, quem seria?
Amei essa pergunta. Acho que seria a pantera cor de rosa, acho chique.
12. Qual é a sua comida favorita antes de um show?
Como um pão. Seco. Sem nada mesmo. Não é a preferida, mas é a que me acostumei a comer…
E não gosto muito de comer antes do show.
13. Se você não fosse músico, que profissão gostaria de ter?
Artista plástico.
14. Como você lida com críticas sobre a mudança na sua sonoridade e estilo visual?
Acho que não lido, rs.
15. Alguns fãs sentem que a mudança para uma grande metrópole pode afastar a autenticidade da sua música. O que você tem a dizer sobre isso?
Acredito que a gente só aprende mais. Criei muitas coisas de dentro do meu quarto, no interior de Santa Catarina. Agora crio aqui em São Paulo. Essas duas energias existem ao mesmo tempo, dentro de mim. Os discos são fotografias do tempo que a gente vive. Tento ser fiel comigo mesmo nesses processos.
16. A indústria musical pode ser muito competitiva e, às vezes, injusta. Como você enxerga sua posição dentro desse cenário?
Tento me agarrar às coisas que fazem sentido para mim. Inevitavelmente se torna cada vez mais necessário ao longo do tempo você entender como essa roda gira. Sou muito curioso e interessado sobre todos os processos que envolvem música.
Mas me mantenho sempre atento para estar rodeado de pessoas boas e tento deixar a música falar sempre mais alto do que qualquer outra coisa.
17. Você teve a honra de ser indicado ao Latin GRAMMY®. Como foi receber essa notícia?
Nunca esquecerei desse dia!
Esse disco indicado é um ao vivo, um dos meus primeiros shows da vida. Parecia mentira, as vezes ainda parece! Mas fiquei feliz e honrado com a indicação, me mostrou que fazer música com o coração faz muito sentido e leva a gente pra lugares inimagináveis.
18. Ter uma música na trilha sonora de uma novela foi um marco na sua carreira. Como você se sentiu ao ouvir sua canção na TV?
Foi incrível! Sempre que ouço é incrível… sonhei por muitos anos por esse momento, é muito especial ver que isso aconteceu de verdade. Minha família sempre foi muito noveleira, então foi um barato ver a reação deles também.
19. Olhando para trás, qual você considera o maior marco da sua carreira até agora?
Já vivi muitas coisas incríveis, fui indicado ao Grammy latino, gravei com vários artistas que admiro muito, toquei em rádios, televisão, tive músicas em novela, fiz shows em cidades que nunca havia pisado antes…
Sou muito grato por isso tudo, mas acho que nada me marcou tanto quanto o dia em que escrevi minha primeira música.
Nada disso teria acontecido se não fosse por esse dia.
Nunca esquecerei a sensação de uma porta se abrir na minha frente daquele jeito.
Desde esse dia nunca mais fui o mesmo. Ainda bem!