Espetáculo AZEDO estreia hoje em BH com tema forte

Local: Galpão Cine Horto – Teatro Wanda Fernandes (Belo Horizonte, MG)
Datas: 19 a 28 de setembro de 2025
Horários: Quinta a sábado, às 20h | Domingo, às 19h
Ingressos: R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
Próxima temporada: 17 a 19 de outubro na Casa Circo Gamarra

O espetáculo AZEDO estreia nesta sexta-feira (19) no Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte. A peça, que fica em cartaz até 28 de setembro, expõe as feridas abertas pela violência do racismo. Vencedor do Cena-Espetáculo no Festival Cenas Curtas 2024, o trabalho agora ganha formato de longa duração. A montagem nasce da urgência de debater a falsa promessa de que os espaços de arte são territórios seguros para todos.

A origem real por trás do espetáculo AZEDO

A peça tem como ponto de partida uma experiência real de seu idealizador, Arthur Rogério. Em 2019, o ator foi impedido de entrar no CEFART, a escola de artes onde estudava. Esse episódio violento germinou a ideia para AZEDO. Assim, o projeto se tornou uma pesquisa artística sobre o grotesco e o Body Horror. A peça usa essas ferramentas para pensar o teatro contemporâneo e discutir o racismo.

“Depois dessa e de outras situações, passei a pesquisar a estética dos filmes de terror psicológico”, comenta Arthur Rogério. “Busquei transformar essa narrativa em algo lúdico, recontar essa história sob o nosso olhar. É um desafio trazer essa temática para o teatro”, completa o ator, que se diz animado para a reação do público.

Uma trama de circo, horror e opressão

Em cena, o público conhece Azedo, um personagem que só viveu no mundo do circo. Ele tinha em seu domador uma referência de pai, deus e dono. No entanto, tudo desmorona após um incêndio destruir o picadeiro. Devastado, ele insiste em apresentar seu “grande número”. Preso em sua própria mente, ele se deforma e transita entre o bufonesco e o horror.

O espetáculo não busca a catarse tradicional. Pelo contrário, a montagem provoca o incômodo, o escárnio e o riso nervoso. A direção de Andréa Rodrigues leva o espectador ao limite entre a loucura e o espetáculo, mostrando um corpo atravessado pela opressão cotidiana.