Entrevista: Elisa Addor, cantora e compositora

Entrevista: Elisa Addor, cantora e compositora

1. Como surgiu a inspiração para o título “Mulher, Mãe, Mar” para o seu segundo álbum solo?

São as três palavras que me definem e me norteiam nessa vida. As canções do álbum são todas dentro desses temas que, no fim, se completam e se misturam.

2. Você poderia nos falar um pouco sobre o processo de seleção do repertório para este álbum e por que escolheu incluir canções de outros compositores?

O Repertório foi pensado junto ao meu diretor musical Rafael Mallmith. Canções sobre as diversas facetas do feminino, representadas no show pela Rainha do Mar. Foi importante compor sobre esse assunto e também pesquisar canções de outros compositores e compositoras que completaram essa narrativa musical com diferentes pontos de vista. Destaco aqui as maravilhosas:Joyce Moreno, Kalu Coelho, Iara Ferreira e Marcela Carvalho.

3. Em relação às suas músicas autorais, como você descreveria o tema predominante ou a mensagem que deseja transmitir através delas?

Minha música fala de quem sou, do que vivi e vivo trabalhando como cantora e compositora há vinte anos. As canções são atravessadas pelo fato que sou uma mulher de 42 anos, mãe, artista autônoma vivendo num mundo/país extremamente misógino e desafiador para as mulheres. As delícias do  mulherismo também aparecem no disco.

4. Qual foi a experiência de colaborar com Pedro Luís na faixa “Que amor é esse”? Como foi o processo criativo dessa parceria?

Foi maravilhoso. Na verdade eu chamei o Pedro pra fazer a parceria na canção Que Amor é esse, letra minha. Pedro foi muito querido e generoso, aprendi muito vendo ele gravar, e a participação dele na canção a deixou mais bonita! Fiquei muito feliz!

5. Você mencionou que algumas das músicas já existiam antes do projeto do álbum. Como foi o processo de adaptação delas para se encaixarem no conceito de “Mulher, Mãe, Mar”?

Não precisei adaptá-las… Esse é o tema da minha vida! risos! Então o que eu compus ou escolhi mesmo antes de batizar o projeto já estava alinhado com as ideias femininas, feministas e marítimas do álbum.

6. Além da música, você também é mãe. Como essa experiência influenciou sua jornada artística e criativa, especialmente na composição deste álbum?

a maternidade foi um divisor de águas na minha vida. acredito que seja assim pra todas as mulheres. Além do amor maravilhoso que senti e sinto, um amor que jamais havia experimentado, veio também uma sobrecarga imensa, o adiamento de projetos por falta de possibilidades financeiras e de políticas públicas que apoiem mães que trabalham. isso tudo refletiu na minha vida, na minha obra e nesse meu segundo disco, que vem 13 anos depois do lançamento do primeiro.

7. Sobre o show de lançamento, o que o público pode esperar em termos de atmosfera e conteúdo? Haverá alguma narrativa específica ou é mais uma celebração da sua trajetória musical?

A narrativa é a história dessa mulher que sou.  Mulher  que deseja viver, amar e trabalhar tendo acesso aos mesmos espaços e direitos que todos. Que deseja não ser julgada e demandada num lugar de atender as expectativas de uma sociedade machista. Uma mãe que ama maternar, mas que também ama viver outras coisas, amar e cantar. Uma mulher que tem fases e ondas como o mar. Quem for ao show escutará minhas poesias que costuram o espetáculo sob a direção de Laura. Teremos também participações especiais! A celebração é essa!

8. Você pode nos contar sobre a escolha da direção geral do show por Laura Castro e a direção musical de Rafael Mallmith? Como foi trabalhar com eles nesse projeto?

Laura Castro é uma grande amiga desde que nós tínhamos cinco anos. Amiga irmã. Atriz, cantora, diretora, mulher de múltiplos talentos. laura Dirigiu, entre outros trabalhos importantíssimos, o espetáculo feminista Primavera das mulheres, do qual fiz parte. Há tempos que lutamos na mesma trincheira pelos direitos das mulheres. Rafael Mallmith é parceiro musical, meu violão, há pelo menos vinte anos. Tenho uma grande admiração por sua pessoa e seu trabalho. Já é um diretor musical de referência aqui no rio de janeiro. tenho a sorte grande de contar com ele nesse mergulho.

9. Considerando a variedade de gêneros musicais presentes no álbum, como você descreveria a jornada sonora que os ouvintes experimentarão ao escutá-lo?

Os ouvintes irão escutar sambas, canções, baladas, xote, baião… temos faixas com violão, baixo acústico, bateria.. Uma faixa com dois violões, outra com múltiplas guitarras. É um disco de música brasileira.

10. Por fim, olhando para o futuro, quais são seus planos ou aspirações artísticas após o lançamento deste álbum? Há algum novo projeto em mente?

 Quero levar meu disco e meu show pro mundo. Quero viver da minha música com dignidade financeira e artística. O projeto é levar meu álbum e meu show mulher mãe mar por aí… vambora mergulhar!

marramaqueadmin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *