Entrevista: Wolf Gadelha, duo olindense

Entrevista: Wolf Gadelha, duo olindense

1. Thiago, é um prazer tê-lo aqui conosco. Vamos começar falando sobre o seu novo álbum “Coronal Heating Problem”. Como surgiu a inspiração para esse projeto?

Muito obrigado, o prazer é meu. Surgiu naturalmente em 2016, para dar continuidade ao primeiro disco da banda que eu tinha na época, a Casillero, ou seja, começou como o segundo disco da banda, mas quando terminei de escrever o repertório a banda já tinha se diluído e eu já tinha começado a escrever os arranjos, então me dei a missão de concluir, e tive a sorte do Rasta (Alberto Monteiro) se juntar a mim para fazer esse disco.

2. Você mencionou que o álbum foi produzido ao longo de sete anos. Como foi esse processo de criação e o que o motivou a persistir nessa jornada durante tanto tempo?

Foi muito doloroso e cansativo para ser sincero, muita coisa aconteceu nesse meio tempo, incluindo uma nada sutil pandemia. Fazer um disco não é fácil, e a motivação é sempre o amor pelo que a gente faz. A música em primeiro lugar sempre. 

3.Podemos notar uma variedade de influências musicais no álbum, como funk, rock progressivo e psicodelia. Como você equilibrou esses diferentes estilos para criar uma obra coesa?

Não sei dizer, acho que ser produtor ajuda na organização. Eu assino a produção do disco, mas o disco é de 2 músicos que são produtores, o Rasta (Alberto Monteiro) também é produtor musical. Ouvir muito disco, né? Aprender com os discos é fundamental. 

4. Você mencionou que a pandemia do COVID-19 impactou o processo de gravação do álbum. De que maneira isso afetou o seu trabalho e como você conseguiu superar esses desafios?

Afetou porque se andou muito pouco durante a pandemia e o confinamento, mas gravei alguns baixos e guitarras durante o período da pandemia. No meu home estúdio na época. 

5. O álbum conta com a participação de outros músicos, como Gilú Amaral e Dmitri Ramus. Como foi trabalhar com esses artistas e como eles contribuíram para a essência do projeto?

Excelente, muito fácil, são dois amigos. Gilú veio na Toca do Lobo Records (meu estúdio) e ficamos tendo ideias, gravando, lapidando as percussões; Com Dmitri foi a mesma coisa, ele gravou uns takes com várias flautas diferentes e na pós produção sampleei e modifiquei alguns padrões para a música. Música é a brincadeira favorita do músico. 

6. Thiago, você descreve o álbum como um “retrato musical de sete anos atrás”. Como você vê a evolução da sua música ao longo desse período e quais são as principais diferenças em relação ao seu trabalho anterior?

Difícil dizer, na verdade eu me esforcei muito para me manter fiel às ideias do disco. Esse repertório foi escrito até 2018 no máximo, depois foi arranjo, gravação, e pós produção. Imagine que terminamos o disco 5 anos depois do repertório fechado, o tanto de coisa que um músico absorve nesse tempo, o tanto de coisa que inspira o músico nesse tempo; O esforço foi de concluir a ideia que se iniciou em 2016 sem deixar emoções de outro contexto afetar no som do disco. É claro que eu falhei, não há como passar incólume pelas modificações que a música e o tempo fazem com um artista, mas fiz o máximo.

A diferença dele para o trabalho anterior, eu acho que se tratando de “Gettin’ shot is an easy job”, o single que eu e o Rasta lançamos em 2021, vejo como um trabalho muito próximo, até porque cronologicamente gettin’ shot está próxima do disco, escrevi a música em 2019, gravamos em 2019 também, o clima é esse. O “dark swing”, disco da Casillero é mais rock, o Coronal Heating Problem abraça mais inspirações, talvez. 

7.Além de músico, você também é responsável pela composição, arranjos e pela mixagem do álbum. Como você equilibra todas essas responsabilidades durante o processo criativo?

Você achou equilibrado? 

8. “Coronal Heating Problem” é um título intrigante. Como você chegou a esse nome e qual é o significado por trás dele?

É muito fascinante o fato da coroa solar ter temperaturas mais elevadas do que a superfície do sol. Metaforizando a temperatura em encanto podemos entender que manter a distância é, muitas vezes, o mais saudável para a manutenção do fascínio. 

9. Podemos esperar alguma turnê ou apresentação ao vivo para promover o álbum? Como você planeja compartilhar essa experiência musical com o seu público?

Estamos focados em fazer mais música, mas eventualmente vamos tocar algumas ao vivo, ou fazer algum registro em vídeo.

10. Para finalizar, qual mensagem você gostaria de transmitir aos seus fãs e aos ouvintes que estão descobrindo o seu trabalho através deste novo álbum?

Vão precisar ouvir para descobrir. Hahahaha

marramaqueadmin