ZUMBIIDO lança álbum com tambores de resistência preta

O bloco ZUMBIIDO Afropercussivo lançou seu primeiro álbum com o propósito de fortalecer a autonomia cultural preta.
A força do ZUMBIIDO Afropercussivo: legado e liberdade
Inspirado por Zumbi de Palmares, o bloco nasceu com uma missão: criar uma manifestação cultural preta que caminhe com independência e propósito. Segundo seus idealizadores, quilombo não é um lugar de fuga, mas de criação e defesa. Essa filosofia deu origem ao ZUMBIIDO, que reúne percussão, dança, arte e educação sob um ideal nacionalista negro.
Mais do que um grupo musical, o ZUMBIIDO é uma comunidade. Seus próprios instrumentos são forjados por meio da metalurgia. Sua música nasce de ritos de passagem. Seus ensaios e cortejos ocupam as ruas de São Paulo com ancestralidade e poder.
Primeiro álbum do ZUMBIIDO: transe rítmico e ancestralidade
O recém-lançado álbum é mais que música: é um registro histórico da união de pessoas pretas interessadas em emancipação. Com ritmos como samba-reggae, congada, lundu, moçambique e zambiapunga, o disco convida ao “transe rítmico coletivo”. Cada faixa propõe uma imersão espiritual e política.
A participação de Rincon Sapiência e Josy.Anne no show de estreia, no Sesc Bom Retiro, intensifica essa mensagem. A direção de Rubens Oliveira traduziu seis anos de trabalho em uma performance potente, com música, dança e imagem em diálogo.
Arte preta nas ruas: autonomia e pertencimento
O ZUMBIIDO tem raízes nas ruas. Seus ensaios no Anhangabaú e a celebração no carnaval são demonstrações de que a cultura preta pertence a quem a constrói. A ocupação do espaço público é uma forma de afirmação: “nós por nós, todo amor entre a nossa raça”.
Inclusivo e acessível, o show no Sesc contou com tradução em Libras, rampas de acesso e espaços para todos os corpos. Para o ZUMBIIDO, acessibilidade é parte da luta.
Mensagem final do ZUMBIIDO: organização preta e futuro
Com iniciativas como a ZMBSTORE e a Festa ZUMBIIDO, o grupo afirma seu compromisso com a autonomia preta. Sua mensagem ao povo negro é clara: raça primeiro. Organização e afeto entre nós é o caminho para o futuro.