Zé Ketti ganha homenagem musical nos palcos do Rio

Foto: Divulgação / Cena do espetáculo “Zé Ketti, Eu Quero Matar a Saudade!”
“Zé Ketti, Eu Quero Matar a Saudade!” estreia no dia 03 de junho, celebrando a vida e a obra de um dos maiores nomes do samba brasileiro. O espetáculo musical gratuito, com circulação por espaços populares do Rio de Janeiro, reverencia Zé Ketti, compositor de clássicos como “Opinião”, “Diz Que Fui por Aí” e “Acender as Velas”, e recoloca o artista negro da Zona Norte no centro da memória cultural carioca.
Samba, teatro e resistência em cena
Com texto de Cadu Caetano e direção de Márcio Vieira, o musical transita por sete personagens que habitam o universo de Zé Ketti — um ambiente de boemia, comunidade, crítica social e lirismo suburbano. A peça mergulha nas raízes do samba carioca com emoção e reverência, sob forte influência do Teatro de Opinião, estilo que marcou a fase mais politizada da carreira de Ketti.
“É uma homenagem necessária. Zé Ketti foi apagado da memória cultural mesmo tendo mais de 200 composições. Isso diz muito sobre o preconceito com o samba e a periferia”, destaca o diretor.
Mesa, feijoada e samba: símbolos de pertencimento
No palco, a simbologia da mesa se impõe como elemento central, remetendo à vida em cortiços e favelas, ao domingo com feijoada, churrasco e samba, e ao espaço coletivo de resistência e convivência.
“É como se fosse um show teatral de rua, onde o público se reconhece nas letras, nos gestos e nas memórias. Queremos que todos ‘matem a saudade’ de Zé Ketti e do que ele representa”, explica Márcio Vieira.
Circulação começa em Irajá com entrada gratuita
A estreia acontece nos dias 03 e 04 de junho, às 15h, na Biblioteca João do Rio, em Irajá, Zona Norte do Rio. A entrada é gratuita e faz parte do circuito itinerante por arenas e centros culturais da cidade. O projeto integra o edital Pró-Carioca, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, com produção de Leandro Santanna em parceria com a Cia Queimados Encena e a AAJOB.
Zé Ketti: o poeta da periferia que virou samba
Nascido em Inhaúma, Zé Ketti eternizou no samba o cotidiano das comunidades, da malandragem e da luta por igualdade. Suas composições deram voz ao povo simples e também serviram de trilha sonora para o movimento cultural que buscava liberdade de expressão durante a ditadura militar.
O musical é mais que uma homenagem: é um ato de resgate, memória e afirmação da identidade negra e suburbana carioca.
SERVIÇO
Espetáculo: “Zé Ketti, Eu Quero Matar a Saudade!”
📍 Biblioteca João do Rio – Av. Monsenhor Félix, 512 – Irajá, RJ
🗓️ 03 e 04 de junho de 2025
🕒 15h
🎟️ Entrada gratuita
🎭 Direção: Márcio Vieira | Texto: Cadu Caetano
📣 Realização: Queimados Encena e Associação de Amigos José Bonifácio (AAJOB)
🎟️ Projeto contemplado pelo edital Pró-Carioca