VIK MUNIZ É DESTAQUE DA REVISTA 29HORAS EDIÇÃO AEROPORTO DE CONGONHAS

VIK MUNIZ É DESTAQUE DA REVISTA 29HORAS EDIÇÃO AEROPORTO DE CONGONHAS

Em sua nova exposição, em cartaz na cidade de São Paulo, o artista transforma fragmentos de dinheiro que seriam descartados pela Casa da Moeda em arte para, em seguida, transformar sua arte em dinheiro

“Enchi duas vans com 14 pacotes de dinheiro triturado, dois sacos com fragmentos de cada cédula”, diz Vik sobre sua ida à Casa da Moeda

Há quatro décadas, Vicente José de Oliveira Muniz é conhecido por conceber suas obras de arte a partir de chocolate, diamantes, molho de tomate e, sobretudo, lixo. Agora, sua nova exposição, que fica até o dia 22 na Galeria Nara Roesler (no Jardim Europa, na capital paulista), usa dinheiro picado para montar imagens dos animais que estampam as cédulas do real. Boa parte da história dessa nova exposição do artista plástico Vik Muniz está na Revista 29HORAS Edição Aeroporto de Congonhas do mês de abril.

Nascido em São Paulo e radicado no Rio de Janeiro, Vik Muniz tem obras expostas nos principais museus e galerias do planeta. Seus trabalhos sempre nos fazem refletir – um dos mais expressivos, de 2010, no lixão carioca do Jardim Gramacho, gerou o longa “Lixo Extraordinário”, que concorreu ao Oscar de Melhor Documentário. 

Agora, com 61 anos, lança a série “Dinheiro Vivo”, com imagens compostas com fragmentos de dinheiro que seriam descartados pela Casa da Moeda ganhando novo valor e novos significados: “Eu gosto de criar as minhas obras a partir de elementos como os diamantes que compõem o rosto de Liz Taylor, o lixo que forma as imagens dos catadores do Jardim Gramacho e o açúcar usado para ‘retratar’ as crianças dos canaviais e engenhos caribenhos”, reflete Vik.

“Dinheiro Vivo” se divide em duas partes. A primeira traz representações dos animais que estampam as cédulas do dinheiro brasileiro: a tartaruga marinha da nota de R$ 2, a garça da cédula de R$ 5, a arara (R$ 10), o mico-leão-dourado (R$ 20), a onça-pintada (R$ 50), a garoupa (R$ 100) e o lobo-guará (R$ 200). Mesmo triturado e sem valor financeiro, esse dinheiro serve para articular uma nova imagem, com aspectos metalinguísticos e novos simbolismos. 

No segundo grupo de trabalhos, Muniz recria pinturas e gravuras de paisagens brasileiras do século 19, feitas por pintores viajantes como o alemão Johann Moritz Rugendas, o norte-americano Martin Johnson Heade e o francês Félix Taunay. Essas recriações também conferem a essas pinturas tão famosas novas interpretações e novas perspectivas.

“Acho lindo o dinheiro brasileiro. Lá em casa, tenho uma gaveta onde guardo algumas notas que trago das minhas viagens pelo mundo. Minha filha, Nina, chama o dólar de ‘dinheiro de velho’ – por causa das efígies de ex-presidentes que ilustram as cédulas – e o real ela apelidou de ‘dinheiro de bicho’, por causa dos animais estampados nas notas”, afirma Muniz.

Em entrevista que concedeu à 29HORAS, Vik ainda fala da inusitada ida à Casa da Moeda: “As prensas são gigantescas e o trabalho ali é fantástico. Ao ficarem prontas, as pranchas com as notas de dinheiro são examinadas por dezenas de mulheres muito minuciosas. Se tiverem qualquer defeito minúsculo, são descartadas e trituradas. Ao final da visita, me deram de presente um pacotinho, do tamanho de um saco de pipoca, com dinheiro picado. Perguntei se eles poderiam me dar mais e eles responderam que sim, que eu poderia retirar ali o quanto quisesse. No dia seguinte, enchi duas vans com 14 pacotes de dinheiro triturado, dois sacos com fragmentos de cada cédula”.

Vik ainda fala do processo de criação dessas novas obras, suas próximas exposições na Europa e a dificuldade para se adaptar a esses tempos modernos em que tudo deixa de ser físico e analógico para se tornar digital e imaterial – como a música, os livros e o próprio dinheiro. A entrevista pode ser conferida, na íntegra, na Revista 29HORAS de abril, que já está disponível para retirada gratuita nas salas de embarque e desembarque do aeroporto de Congonhas (São Paulo/SP) e que também pode ser lida clicando NESTE LINK.

A Revista 29HORAS Edição Santos Dumont deste mês – que traz na reportagem de capa a atriz Andrea Beltrão – está também disponível para retirada gratuita nas salas de embarque e desembarque do aeroporto Santos Dumont (Rio de Janeiro/RJ). Confira clicando NESTE LINK.

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