Universal Music lança reedição em vinil do icônico álbum “Vida”, de Chico Buarque

A Universal Music lança neste sábado (20) uma reedição em vinil do álbum “Vida” (1980), do cantor e compositor Chico Buarque. O disco é o primeiro de uma série composta por quatro álbuns, que serão lançados em vinil ao longo deste ano.

Além de “Vida”, que ganha agora uma versão em vinil verde translúcido, também os discos “Meus Caros Amigos” (1976), “Chico Buarque” (1978) e “Chico Buarque de Hollanda Nº4” (1970) também ganharão versões em vinil. Esses antológicos discos serão disponibilizados na UMusic Store, plataforma de e-commerce da Universal Music.

Lançado em dezembro de 1980, “Vida” traz um Chico Buarque em fase exuberante, inspirado em letra, música e canto. Aos 36 anos, mesmo ao gravar músicas que já tinham feito sucesso em registros marcantes, como “Bastidores” (que reaqueceu a carreira de Cauby Peixoto) e “Morena de Angola” (estourada por Clara Nunes), Chico Buarque mostra-se excelente intérprete da própria obra.

O disco traz um autor menos visado pela censura da época. No irresistível samba de gafieira “Deixa a Menina”, ele se diverte, encaixando uma resposta feminista ao clássico sincopado “Sem Compromisso”, de Geraldo Pereira: “Por trás de um homem triste, há sempre uma mulher feliz/ E atrás dessa mulher, mil homens, sempre tão gentis”.

A faixa-título, de acento cubano, foi composta para a peça “Geni”, de Marilena Ansaldi, e revela uma personagem que, perto da morte, faz um balanço doce-amargo, mas se agarra ao amor pela vida. “Luz, quero luz”, canta Chico, parafraseando as famosas últimas palavras de Göethe (“luz, mais luz”), em meio à orquestração sublime de Francis Hime.

“Vida” consolida o período áureo da sinergia com o parceiro Francis Hime. É ele quem assina os magistrais arranjos em dez das doze canções, expandindo a delicadeza de joias antológicas como “Mar e lua” e “Qualquer canção”, e conferindo a grandiosidade adequada a “Fantasia”.

Na obra-prima “Eu te amo”, escrita com Tom Jobim para o filme homônimo de Arnaldo Jabor, o arranjo e o piano são do próprio Tom. Tal qual o paletó que enlaça o vestido da amante nos versos lapidares de Chico, música e letra valsam abraçadas — e a voz ímpar da mineira Telma Costa, um cometa que a MPB perdeu em 1989, aos 35 anos, torna tudo mais perfeito.

Outra faixa clássica é “Bye bye, Brasil”, feita em parceria com Roberto Menescal para o filme homônimo de Cacá Diegues. É uma versão abolerada, diferente da gravação funky lançada em single em 1979, com arranjo classudo de Menescal. Na letra, com humor pop, Chico destrincha o Brasil profundo em transformação na década que terminava.

Tesouro da memória afetiva de diversas gerações de fãs de MPB, “Vida” ganha agora reedição em vinil da Universal Music.

“O valor artístico e histórico da obra de Chico Buarque é gigantesco e deve ser multiplicado e perpetuado nas mais variadas plataformas, para todas as gerações. A reedição desses quatro álbuns em vinil certamente alcançará novos, mas também os eternos fãs de Chico, em qualquer tempo”, afirma Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil.