Livro explora o passado das touradas no Rio de Janeiro

A Editora Unesp acaba de lançar o livro Sol e sombra: as touradas no Rio de Janeiro, que revela a prática controversa das touradas cariocas. Com esta obra, os autores Victor Andrade de Melo e Paulo Donadio desmistificam a ideia de que essa tradição não despertou interesse na sociedade fluminense.

Touradas: Um capítulo pouco explorado da história

A prática das touradas, especialmente no Rio de Janeiro, representa um capítulo pouco explorado da história brasileira. O livro analisa como essas competições de touros se tornaram parte da cultura local, destacando as disputas culturais e políticas em torno delas. Os autores realizam uma pesquisa minuciosa, preenchendo uma lacuna historiográfica importante.

As touradas alcançaram seu auge no final do século XIX e início do XX, com mais de 450 espetáculos realizados desde o século XVIII. O livro destaca que a popularidade das touradas se manifestou especialmente durante a República, antes de serem proibidas em 1908.

A polêmica das touradas: Entretenimento ou barbárie?

Os autores questionam a natureza da prática das touradas, que gera debates intensos sobre sua moralidade. O livro propõe reflexões sobre se as corridas de touros devem ser vistas como entretenimento ou como uma forma de barbárie. Essas discussões são cruciais para entender o impacto social das touradas e como elas se tornaram um tema central nos debates sobre identidade nacional.

“As corridas de touros se transformaram em objeto de disputa, de tensão social e de afirmação de diferenças”, afirmam os autores. Esse trecho destaca o papel das touradas como um símbolo de conflitos sociais e políticos, envolvendo diferentes grupos na sociedade carioca.

Reflexões sobre a cultura carioca

Além de abordar a extinção das touradas, o livro também apresenta uma rica análise das interações entre brasileiros e portugueses. Os autores exploram como a prática tauromáquica simbolizava identidades em disputa na sociedade do Rio de Janeiro.