SILVIANO SANTIAGO TOMA POSSE NA ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS
Em evento para convidados, o vencedor do Prêmio Camões de 2022 será recebido pelo acadêmico Wander Melo Miranda
Na noite de sexta-feira (24/03), em cerimônia solene na sede da Academia Mineira de Letras, o escritor Silviano Santiago tomará posse na cadeira de número 13 da AML. A cadeira tem como Patrono Xavier da Veiga e fundador Carmo da Gama. Seus outros titulares foram Antônio Moraes, Godofredo Rangel e João Franzen de Lima. O seu último ocupante foi o acadêmico Paulo Tarso Flecha de Lima. O escritor Silviano Santiago foi eleito em com 35 votos no dia 18 de outubro de 2021.
O discurso de saudação ao acadêmico será proferido pelo acadêmico Wander Melo Miranda, ocupante da cadeira de número 07. Para Wander; “a obra de Silviano Santiago como intelectual e artista é de importância fundamental para a literatura e a cultura brasileiras. Do ensaio à poesia e à ficção, ela expressa questões fundamentais da contemporaneidade, a partir de uma perspectiva desconstrutora dos lugares-comuns estéticos e ideológicos. Aberta à diferença, à alteridade e à interação crítica com o leitor, é um ponto de referência incontornável para um saber democraticamente sempre em processo”.
Para Rogério Faria Tavares, presidente da AML, “Silviano Santiago, mineiro de Formiga, é um dos intelectuais mais notáveis do Brasil. Em sua juventude, em Belo Horizonte, fez parte da chamada “Geração Complemento”, também integrada por Heitor Martins, Ezequiel Neves e Teotônio dos Santos. Fez seu doutorado na França, deu aulas nos Estados Unidos e em várias universidades nos quatro cantos do planeta. É professor emérito da Universidade Federal Fluminense e um dos críticos mais relevantes da história da literatura brasileira. É mestre de todos nós. Formou várias gerações. Como se tudo isso não bastasse, ainda é um ficcionista de alto padrão, de primeira linha. Livros como “Em liberdade”; “Mil rosas roubadas”; “Stella Manhattan”; e “Machado”; ficarão para sempre na memória e no afeto dos leitores brasileiros”; declara o presidente da Academia Mineira de Letras.
Sobre Silviano Santiago:
Silviano Santiago nasceu no dia 29 de setembro de 1936 na cidade de Formiga, Minas Gerais. Fez seus primeiros estudos na cidade natal. Em 1948, transferiu-se com a família para a capital do estado e se matriculou no Colégio Municipal. Em 1959, formou-se em Letras Neolatinas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFMG. Especializou-se em literatura francesa no Centre d’Études supérieures de Français, no Rio de Janeiro, e em 1961, com bolsa do governo francês, partiu para o doutorado na Sorbonne, Université de Paris.
Ainda doutorando iniciou sua carreira de professor universitário nos Estados Unidos, onde atuou na Rutgers University, do estado de Nova Jérsei. Foi “Associate Professor with Tenure”, na State University of New York at Buffalo. Regressou ao Brasil, onde lecionou Literatura brasileira e Teoria literária na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) até 1980. Transferiu-se para a Universidade Federal Fluminense, em Niterói, onde se aposentou como Professor Emérito. É Doutor Honoris Causa pela Universidade do Chile (2013) e pela Universidade Tres de Febrero, de Buenos Aires (2014). Em 1959, em Belo Horizonte, publicou seus primeiros livros.
Em sua obra destacam-se os seguintes títulos: Carlos Drummond de Andrade (Vozes, 1975), Uma literatura nos trópicos (Perspectiva, 1978), Glossário de Derrida (Francisco Alves, 1976), Vale quanto pesa (Paz & Terra, 1982), Nas malhas das letras (Companhia das Letras, 1989), O cosmopolitismo do pobre (Editora UFMG, 2004) Ora (direis) puxar conversa! (Editora UFMG, 2006), As raízes e o labirinto da América Latina (Rocco, 2006), Entrevistas (Azougue, 2011), Aos sábados pela manhã (Rocco, 2013), Genealogia da ferocidade (CEPE, 2017) e Fisiologia da composição (CEPE, 2020). Foi o vencedor do Prêmio Camões de 2022.
