Nova biografia revela bastidores da Globo durante a ditadura

A editora Nova Fronteira lança “Roberto Marinho: A Globo na Ditadura – Dos Festivais às Bombas no Riocentro”, de Leonencio Nossa. O livro investiga a ascensão da TV Globo entre 1967 e 1981, um período marcado por censura e mudanças políticas no Brasil.

O crescimento da Globo sob censura

A biografia apresenta detalhes inéditos sobre a relação da emissora com o regime militar. Por meio de pesquisas e entrevistas, Nossa revela como Roberto Marinho equilibrou interesses comerciais e políticos para manter a Globo em expansão. O lançamento do Jornal Nacional em 1969 e a transmissão nacional via micro-ondas foram decisivos para consolidar a liderança da emissora.

Adaptação da programação e desafios internos

Para driblar a censura, a Globo adaptava seus conteúdos. Em 1971, a emissora declarou que 90% de sua programação era gravada previamente, permitindo edições conforme as exigências do governo. No entanto, programas icônicos como “Fantástico” e novelas de grande audiência, como “Selva de Pedra”, ainda encontravam formas de abordar temas sensíveis.

O atentado no Riocentro e a transição política

O livro encerra com o atentado no Riocentro, em 1981, um marco do enfraquecimento da ditadura. Nossa detalha como a cobertura do caso impactou a relação entre a Globo e o governo, levando a emissora a reconsiderar sua postura editorial e acompanhar a transição para a democracia.

Sobre o autor

Leonencio Nossa é historiador e jornalista premiado, reconhecido por reportagens investigativas sobre política e direitos humanos. Com vasta experiência, ele traz uma análise aprofundada da história de Roberto Marinho e da TV Globo.