Roberta Nistra lança “Eu não ando só” com samba e ancestralidade

Novo álbum da cavaquinista une minimalismo, espiritualidade e parcerias marcantes gravadas entre Madri, Lisboa e Rio
O novo álbum da cavaquinista Roberta Nistra, “Eu não ando só”, marca seu retorno aos estúdios após 14 anos. A obra, gravada entre Madri, Lisboa e Rio de Janeiro, foi idealizada e produzida pelo músico Pierre Aderne, que descobriu Roberta ao vê-la interpretando Oxóssi, de Roque Ferreira, em um vídeo no Instagram.
Logo na introdução de Eu não ando só, Roberta deixa claro que a espiritualidade e a coletividade guiam sua jornada artística. A frase-chave do álbum reflete não apenas o título, mas a vivência de quem carrega a ancestralidade como bússola. “Jamais estamos sós quando temos o axé e os orixás como companhia”, declara a artista.
Gravação do novo álbum em três cidades
Gravado em tempo recorde, o álbum buscou capturar a essência crua e verdadeira de Roberta. Em Madri, as faixas foram registradas em um único dia, sem metrônomo ou cortes excessivos. “A ideia era mostrar quem eu sou: minha voz e meu cavaco, do jeito mais direto possível”, conta a artista.
Minimalismo como estética e linguagem emocional
O disco aposta em uma produção minimalista. Com voz e cavaquinho como protagonistas, cada faixa carrega uma intimidade rara na música contemporânea. A escolha estética nasceu naturalmente, após o impacto do vídeo que originou o projeto. Segundo Roberta, “foi um disco onde fui eu mesma o tempo todo. É o que faço quando estou com amigos ou no palco: toco, canto, e o samba acontece”.
Parcerias que abriram caminhos
Nomes como Moacyr Luz, Mingo Silva e Carlinhos Sete Cordas participam do álbum. Moacyr, aliás, é citado como “padrinho musical” ao lado de Pierre Aderne. “Essas presenças foram fundamentais para abrir caminhos e fortalecer esse novo momento da minha carreira”, reconhece Roberta.
Criação autoral espontânea e poderosa
As composições autorais surgiram em meio ao processo. Muitas foram escritas dias antes das gravações, como a faixa-título, feita em parceria com Pierre Aderne. “Foi tudo muito fluido. Temos material para um novo disco só com essas parcerias”, revela.
Espiritualidade e axé como guia criativo
A forte ligação com o candomblé e a ancestralidade transparece em todo o disco. O ponto de partida foi a perda de um irmão de santo, filho de Oxóssi, e a gravação do vídeo que emocionou Pierre. “Senti que ele quis me dar um último presente”, afirma Roberta.
Mensagem de fé e proteção ao ouvinte
Ao ouvir “Eu não ando só”, Roberta espera que o público sinta acolhimento. “Quero que as pessoas se sintam protegidas, abençoadas. Que encontrem paz nas pequenas coisas do dia. Que lembrem que nunca estão sozinhas.”