“Tropicália ou Panis et Circenses” relançado em vinil

Relançamento em vinil colorido pela Universal Music
Hoje, 11 de julho, a Universal Music Brasil celebra o relançamento do icônico álbum “Tropicália ou Panis et Circenses”. A nova versão vem em vinil colorido, com a contracapa original, trazendo à tona a magia do movimento cultural dos anos 60.
Um manifesto musical do século 20
Lançado originalmente em julho de 1968, o disco-manifesto continua a ser uma obra de relevância cultural e musical. Embora tenha sido amplamente estudado, “Tropicália ou Panis et Circenses” deve ser apreciado não apenas como um monumento histórico, mas também como uma experiência sensorial e cognitiva. As músicas e arranjos surpreendentes, as grandes canções e as interpretações memoráveis se unem de forma coesa em seus 38 minutos e 45 segundos.
Colaboração de gigantes da música brasileira
O álbum é uma obra coletiva com a marca única de Caetano Veloso e Gilberto Gil, ambos com 25 anos na época, e do maestro Rogério Duprat, responsável pelos arranjos. A participação do jovem grupo Os Mutantes, com Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, foi fundamental para o sucesso do disco. Além disso, a contribuição de artistas como Gal Costa, Tom Zé e Nara Leão enriqueceram ainda mais a produção.
Contexto histórico e revolucionário
Gravado em maio de 1968, em um período de grandes agitações globais, o álbum nasceu de uma subversão ao plano inicial da gravadora Phonogram. Em vez de uma coletânea de hits, o produtor Manoel Barenbein, convencido por Caetano e Gil, criou um LP conceitualmente amarrado, semelhante ao “Sgt Peppers’ Lonely Hearts Club Band” dos Beatles.
Faixas memoráveis e colaborações
O álbum inclui faixas icônicas como “Miserere Nobis”, uma prece ácida para um país sob opressão, e “Hino ao Senhor do Bom Fim”, que fecha o álbum com um cortejo sonoro. Torquato Neto, parceiro de Gil em “Geléia Geral”, trouxe uma poesia crítica e engajada, refletindo a complexidade do tropicalismo.
Relevância internacional
Desde 1989, com o lançamento de “Brazil Classics 1: Beleza Tropical” pelo selo Luaka Bop de David Byrne, o tropicalismo ganhou destaque internacional. Estudiosos como Christopher Dunn exploraram a importância do movimento, solidificando a reputação de “Tropicália ou Panis et Circenses” como um dos maiores discos brasileiros de todos os tempos.
Faixas do álbum
Lado A:
- “Miserere Nobis” (Gilberto Gil / Capinan) – Gilberto Gil
- “Coração Materno” (Vicente Celestino) – Caetano Veloso
- “Panis et Circenses” (Caetano Veloso / Gilberto Gil) – Os Mutantes
- “Lindonéia” (Caetano Veloso / Gilberto Gil) – Nara Leão
- “Parque Industrial” (Tom Zé) – Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes
- “Geléia Geral” (Gilberto Gil / Torquato Neto) – Gilberto Gil
Lado B:
- “Baby” (Caetano Veloso) – Gal Costa e Caetano Veloso
- “Três Caravelas” (A Alguero / G Moreu / João de Barro) – Gilberto Gil e Caetano Veloso
- “Enquanto Seu Lobo Não Vem” (Caetano Veloso) – Caetano Veloso
- “Mamãe Coragem” (Caetano Veloso / Torquato Neto) – Gal Costa
- “Bat Macumba” (Caetano Veloso / Gilberto Gil) – Gilberto Gil
- “Hino do Senhor do Bonfim” (João Antonio Wanderley / Arthur De Salles) – Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes e Caetano Veloso