Projeto Educa Grafite leva arte às ruas de Jordanésia
Grafiteiros convidados produziram arte em homenagem a nomes como Paulo Freire, Salvador Dali e Albert Einstein
Em comemoração ao dia do Hip Hop, celebrado em 12 de novembro, o projeto Educa Grafite promoveu uma festa de rua e levou 16 grafiteiros para produzir arte nas ruas de Jordanésia. O evento contou com, além dos grafiteiros convidados, uma estrutura com DJ e espaço de lazer.
O projeto Educa Grafite teve início dentro de uma proposta desenvolvida pelo coletivo de cultura “A Rua Salva”, formado por Rodrigo Pires, João Paulo e Rone Marcondes. Os três fundaram o coletivo e a partir de trocas de ideias, informações e do conhecimento que foram adquirindo, viram a necessidade de trabalhar em algo mais fundamentado dentro do Hip Hop em Cajamar. Além de construir uma frente do hip hop no município, o coletivo promove articulação com outros artistas como MC Tom, de Santana de Parnaíba, Danilo, DJ Elvis, e outros integrantes de São Paulo, conhecidos como o “Dream Team do Gueto”, artistas que puderam somar com os cajamarenses para trazer mais qualidade ao evento.
Rodrigo Pires, do coletivo “A Rua Salva”, conta que a filosofia do Educa Grafite e a importância do hip hop para a Educação foi explicada aos artistas, e cada um deles, de acordo com suas próprias impressões artísticas, conhecimentos e mentalidades, produziu arte de acordo com a temática. “Com isso, tivemos um painel homenageando Paulo Freire, um grande educador brasileiro. Também foi produzido um painel que demonstrou a questão da formação de um jovem da periferia, produzido pelo grafiteiro Esquilo, que pôde muito bem expressar isso. Tivemos ainda uma homenagem ao Einstein, um grande cientista, pensador e articulador da educação, produzido pelo grafiteiro e artista Del. Entre os vários trabalhos, pudemos ver as expressões dos artistas voltadas para o lado educacional”, explica.
Rodrigo agradeceu os auxílios para o evento, como o apoio do prefeito Danilo Joan, do Secretário de Comunicação e Eventos Kauãn Berto e do vereador Flávio Comajo, “Houve ainda a cereja do bolo, que foi o acolhimento da comunidade local. Tivemos o carinho dos moradores da rua Itu e arredores, conhecido pelo antigo nome de Jardim Holanda, uma comunidade que sempre acolheu o movimento hip hop. Os moradores nos receberam de forma excepcional e liberaram os muros para os artistas expressarem a importância do grafite e do hip hop para o espaço coletivo. Também agradecemos der forma especial à comunidade pelos moradores terem ido prestigiar o evento, parado, visto, e levado as crianças ao espaço de lazer que tivemos por lá. Foi realmente muito importante o que a comunidade fez para a história do evento, para ele acontecer”, completa Pires.
Transcrição da entrevista com Rodrigo Pires
O Educa Grafite teve início dentro de uma proposta que a gente desenvolve dentro da Rua Salva. Rua Salva é um coletivo de cultura de Cajamar que é formado por Rodrigo Pires, Jão e Rone Marcondes. Os três fundaram o coletivo A Rua Salva e a partir das trocas de ideias e informações e do conhecimento que foram adquirindo, viram a necessidade de trabalhar em algo mais fundamentado dentro do Hip Hop em Cajamar.
Em contato com o vereador Flávio Comajo, que passou a ser um parceiro e articulador do grupo, ele buscou junto ao legislativo trazer a lei que institui o dia do Hip Hop na cidade. Lei de incentivo à cultura e ao Hip Hop no município de Cajamar. A partir disso o trio passou a pensar em, no mês de novembro, articular comemorações no dia do Hip Hop, que é celebrado no dia 12 de novembro, mas trabalhar a questão do mês.
Como o hip hop hoje está mistificado dentro das culturas das sociedades, a gente passou a trabalhar o hip hop de uma forma educativa. Hoje o hip hop está em várias frentes educacionais. A gente tem dentro das escolas o estudo do hip hop e dessa forma a gente conseguiu contemplar durante esse mês, no dia 12 que é o dia do hip hop, no dia 20 de novembro, que é o dia da consciência negra – que faz parte de um dos pilares do movimento hip hop, de uma situação de luta e militância. Então nós trouxemos a proposta do Educa Grafite. O primeiro Educa Grafite no bairro de Jordanésia. Já havíamos realizado um Educa Grafite no bairro do Polvilho em 2013 e esse ano pudemos contemplar, baseados dentro dessa proposta, no distrito de Jordanésia.
A estrutura do evento contou com 16 grafiteiros convidados, para quem passamos toda a filosofia do Educa Grafite e a importância do hip hop para a Educação. E cada artista, de acordo com sua impressão artística, com sua qualidade e sua mentalidade produziu sua arte voltados para essa temática, onde tivemos um painel homenageando Paulo Freire, um grande educador brasileiro, também tivemos um painel que demonstrou a questão da formação e o artista esquilo pôde expressar isso, um jovem da periferia que conquistou seu diploma. Tivemos também homenagem ao Einstein, um grande cientista, pensador e articulador da educação, produzido pelo grafiteiro e artista Dell, entre outros. Tivemos várias frentes em que pudemos ver as expressões dos artistas voltadas para o lado educacional.
Houve também um pequeno espaço de lazer e tivemos um apoio fundamental do Flávio Comajo com a Secretaria de Comunicação e Eventos de Cajamar, representada pelo secretário da pasta, Kauãn Berto, que pode promover toda essa articulação e essa realização através dos materiais utilizados, que costumam ser de difícil acesso a nós por causa dos altos custos para se produzir o evento com qualidade, como sprays, a qualidade do equipamento de som, que estava perfeito para o DJ fazer um bom trabalho. Também a questão da alimentação. Tivemos uma abertura para alimentação dos artistas e isso para nós foi fundamental também para garantir essa articulação e essa valorização do público.
De tudo isso que foi produzido no Educa Grafite, houve a cereja do bolo, que foi o acolhimento da comunidade local. Tivemos o acolhimento dos moradores da rua Itu e arredores, conhecido pelo antigo nome de Jardim Holanda, uma comunidade que sempre acolheu o movimento hip hop e a nós que representamos o movimento aqui na cidade. Os moradores nos acolheram de forma excepcional e liberaram os muros para os artistas expressarem a importância do grafite e do hip hop para o espaço coletivo. A questão também dos moradores terem ido prestigiar o evento, parado, visto, e ter levado as crianças ao espaço de lazer que tivemos por lá, por isso agradeço de forma especial à comunidade. Foi muito importante o que a comunidade fez para a história do evento, para ele acontecer. E também ao coletivo “A Rua Salva” que buscou construir essa frente do hip hop aqui no município de Cajamar e a articulação com outros artistas que também são militantes, como o MC Tom, que é do bairro de Santana de Parnaíba, então a gente tem uma regionalização da cultura hip hop aqui com o apoio da galera que veio de São Paulo, que é o Dream Team do Gueto, representado pelo Danilo, pelo DJ Elvis, por toda uma galera que eles puderam trazer e somar com a gente para a qualidade do evento.
Agradeço também ao suporte que a prefeitura nos deu. A gente sabe como é difícil hoje lutar com as próprias pernas para poder trazer com qualidade a cultura para as comunidades, principalmente pelos bairros periféricos que a gente tem. Temos o espírito da periferia e acho que foi fundamental essa parceria, e em especial à Secretaria de Eventos, com o Kauãn, ao apoio do prefeito Danilo Joan e pela representatividade de seus secretários que puderam nos apoiar. Isso demonstra o início de uma parceria que pode ser bastante proveitosa para nossa comunidade e para o município. Temos muitos movimentos como o skate, a galera do rock, acho que essa galera precisa ser ouvida, precisa ser organizada e orientada do potencial que eles têm. Então agradeço à Secretaria de Comunicação e Eventos, pelo Kauãn, ao vereador Flávio Comajo, que está sendo um articulador parceiro nosso e está levando as nossas reivindicações e buscando parcerias. Acredito que é um papel fundamental do vereador e ele está representando muito bem o papel dele.
