Pinacoteca de São Paulo inaugura a mostra panorâmica de Lenora de Barros, unindo poesia e artes visuais 

Pinacoteca de São Paulo inaugura a mostra panorâmica de Lenora de Barros, unindo poesia e artes visuais 

Exposição com foco nas relações entre corpo e linguagem, 

da artista paulistana tem relação estreita com a nova montagem do acervo do museu 

Inauguração: 08.10.2022 

Período: 08.10.2022 a 09.04.2023 

Edificio Pinacoteca Luz 

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta a mostra Lenora de Barros: minha língua, que ocupa as três galerias temporárias do segundo andar da Pinacoteca Luz. Com curadoria de Pollyana Quintella, a exposição tem um recorte conceitual que foca nas obras que discutem as relações entre corpo e linguagem, num arco que agrega desde trabalhos do início de sua trajetória até um comissionamento produzido especialmente para a ocasião, incluindo ainda produções icônicas como Poema (1979) e a série Procuro-me (2003). 

Reunindo cerca de 40 obras da artista visual paulistana, que usa a fotografia, o vídeo, a instalação e a performance como suporte, a mostra reúne peças como Homenagem a George Segal (1975-2014) – obra emblemática da sua produção, fruto de um trabalho escolar que criticava a sociedade de consumo tomando como inspiração as expressões das obras do escultor homônimo, além de apresentar um trabalho inédito comissionado especialmente para a mostra intitulado A cara. A língua. O ventre. (2022), um video composto de três atos (em p&b e cor) em que Lenora explora diferentes situações com argila em diálogo com seu próprio corpo, partindo de significantes que já compõem o repertório de sua obra, como o rosto expressivo, a língua ambígua (a um só tempo órgão e idioma) e o ventre feminino. 

A exposição foi organizada em estreito diálogo com a mostra Pinacoteca: acervo – que consiste na nova montagem do acervo do museu, inaugurado em outubro de 2020, levando em conta que em 2022, o país celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário de sua Independência. “Trata-se de ocasião propícia para, como propõe a instituição, olharmos criticamente para o legado dos modernistas e nos perguntarmos qual história da arte brasileira se deseja contar”, cita Jochen Volz, o diretor-geral da Pinacoteca. 

Um dos destaques é a obra Poema (1979), que faz parte do acervo do museu, doação dos Patronos da Arte Contemporânea da Pinacoteca de São Paulo 2018. Espécie de síntese de inúmeras questões que a artista investiga, a obra é constituída de uma série fotográfica em seis atos que documentam um encontro íntimo e conflituoso entre corpo e máquina. 

A exposição Lenora de Barros: minha língua tem patrocínio do Bradesco.

A exposição está acompanhada de um catálogo bilingue, vídeo com participação da curadora e artista e tour virtual. 

SOBRE LENORA DE BARROS 

Lenora de Barros (1953, São Paulo), onde vive e trabalha. Tem como suporte a fotografia, vídeo, instalação e performance. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições conceituadas como o Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo), o Paço Imperial (Rio de Janeiro), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a Casa Daros (Rio de Janeiro), o Centro Cultural Banco do Nordeste (Fortaleza), a Fundação Proa (Buenos Aires), a Trienal Poli/Gráfica de San Juan de 2012, a Bienal de Lyon de 2011, as 29ª, 24ª e 17ª Bienais de São Paulo, a 7ª e 5ª Bienais do Mercosul (Porto Alegre), o Museu da Cidade de Lisboa. Suas obras fazem parte das coleções do Museu d’Art Contemporani de Barcelona, da Daros Latinoamerica, do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Centro Cultural São Paulo. 

Formada em linguística pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) na década de 1970, Lenora inicialmente explorou a palavra em forma de texto. Trabalhou em importantes veículos de comunicação, como o Jornal da Tarde, em que, entre 1993 e 1996, escrevia semanalmente uma coluna experimental. 

SOBRE A PINACOTECA DE SÃO PAULO 

A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pina também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo. 

Serviço: 

Lenora de Barros: minha língua 

Período: 08.10.2022 a 09.04.2023 

Curadoria: Pollyana Quintella 

Edifício Pinacoteca Luz 

Praça da Luz, 2, São Paulo, SP, 2º andar 

De quarta a segunda, das 10h às 18h. 

Gratuitos aos sábados 

R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada) 

Ingressos no site www.pinacoteca.org.br ou na bilheteria do museu

Redes sociais da Pinacoteca de São Paulo 

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Ele se chama Bilibeu. Ou Santo Bilibeu, ou ainda Bilibreu. Esculpido em madeira e retinto como o breu, o santo é festejado todos os anos, na Baixada Maranhense, entre as cidades de Viana, Matinha e Penalva. As pessoas que o cultuam foram por décadas chamadas de ‘caboclos’ e apontadas pejorativemente como ‘os índios’. Foi em novembro 2014 que “os índios” passaram a reivindicar perante o Estado e a sociedade envolvente uma identidade indígena específica (não mais genérica). Os Akroá Gamella sempre esteveram ali, demarcando suas terras com os pés, como eles mesmo dizem, e utlizando os recursos naturais, sob regras específicas, com o intuito de preservar a natureza e manter a sua subsistência físisca e simblólica. Foi em segredo mantiveram vivos Entidades que sobreviveram à censura identitária e ao racismo. Bilibeu foi um deles, o mais conhecido de todo os Encantados locais. São Bilibeu perseverou ao silenciamento e permaneceu preservado publicamente porque ficou mimetizado dentro das comemorações do carnaval. Nesse período em que “tudo pode”, Bilibeu pode existir e sair às ruas num festejo que dura 4 dias, no qual dezenas de crianças e adultos pintados de carvão, marcham durante dez ou doze horas, incorporando os ‘cachorros de Bilibeu’ que, de casa em casa, de aldeia em aldeia, caçam. A matilha de cachorros e cachorras, sob orientação de um chefe, o ‘gato maracajá’, caçam comida e bebida para oferecer ao santo que em um determinando momento do ritual morre, é enterrado, sob o choro de mulheres, e renasce na manhã seguinte para continuar dando fartura e fertilidade ao povo Akroá Gamella. Se antes, era celebrado no carnaval, hoje o povo Akroá Gamella, escolheu outra data para o ritual. O dia 30 de abril é, desde de 2019, a data em que Bilibeu é cultuado. Bilibeu definitivamente não é uma festa, é um rito. Um rito que agora marca um evento de muita dor, tristeza e revolta. Pois foi nesse dia, no ano de 2017, que