Patrocínio em Apostas de eSports Deve Priorizar a Integridade do Setor, Afirma Advogado

Patrocínio em Apostas de eSports Deve Priorizar a Integridade do Setor, Afirma Advogado

O mercado de eSports está em ascensão, mas o patrocínio de apostas levanta preocupações sobre a integridade e o vício. O Brasil se destaca nesse cenário, e o advogado Filipe Senna compartilha insights sobre o assunto.

Com o mercado de eSports prevendo uma receita de US$227 bilhões em 2023 e US$312 bilhões em 2027, de acordo com a consultoria PwC, o Brasil é um dos principais focos de atenção para os principais players do setor. No entanto, a integridade das apostas de eSports se tornou uma preocupação significativa.

O Brasil é um país apaixonado por jogos eletrônicos, com cerca de 74,5% da população, o equivalente a três em cada quatro brasileiros, desfrutando de games. Uma tendência crescente nesse cenário é a aposta em eSports, algo que também está sob o escrutínio do Congresso. O Senado, por exemplo, está debatendo o Projeto de Lei nº 3626/2023, conhecido como “PL das Apostas Esportivas”.

Filipe Senna, sócio do escritório Jantalia Advogados e especialista em Direito de Jogos, acredita que as discussões no Senado desempenham um papel crucial no desenvolvimento desse setor. Ele afirma que “esses eventos se consolidam como uma forma competitiva profissional de um dos setores mais promissores do mundo no entretenimento, o setor de jogos, que ora se encontra mais lucrativo que o próprio setor de cinema. A possibilidade de apostas nesses eventos traz várias oportunidades e viabilidades de patrocínio.”

O Brasil é o décimo maior mercado de jogos do mundo, com mais de 100 milhões de jogadores que gastaram 2,7 bilhões de dólares em 2022. A perspectiva é que os jogadores brasileiros gastem cerca de 3,5 bilhões de dólares até 2025, tornando-o um mercado cada vez mais pujante. Esses números impressionantes são fornecidos pela consultoria Newzoo.

No entanto, a integridade do setor está em foco, especialmente no que diz respeito ao patrocínio de empresas de apostas em eSports. Senna enfatiza a importância de seguir boas práticas, garantindo a integridade dos esportes eletrônicos. Ele ressalta que é crucial que os envolvidos em competições profissionais de eSports não estejam associados a apostas esportivas ou a indivíduos que possam influenciar os resultados. Isso visa garantir que os eSports desfrutem de respeitabilidade na indústria como um todo.

Uma das principais preocupações é que as apostas em eSports possam desencadear problemas de vício, especialmente entre os jovens. “Boa parcela dos jogadores é formada por pessoas com menos de 18 anos. É importante endereçar práticas para que o menor não aposte e fique apenas no jogo. Mas não podemos ignorar que uma parcela desses jogadores já tenha uma tendência patológica em relação ao jogo, que é passar mais de 20 horas semanais em League of Legends, Counter Strike e tantos outros. E isso pode ser um gatilho de transtorno de comportamento para o jogo compulsivo ou patológico”, adverte o advogado.

O patrocínio em apostas de eSports é uma questão complexa que requer atenção cuidadosa, visando equilibrar o crescimento do setor com a segurança e a integridade dos jogadores e dos fãs. Conforme o Brasil continua a desempenhar um papel fundamental no cenário global de eSports, a discussão sobre a regulamentação e a integridade do setor permanecerá no centro das atenções.

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