MAM São Paulo inaugura 38º Panorama da Arte Brasileira

Ele se chama Bilibeu. Ou Santo Bilibeu, ou ainda Bilibreu. Esculpido em madeira e retinto como o breu, o santo é festejado todos os anos, na Baixada Maranhense, entre as cidades de Viana, Matinha e Penalva. As pessoas que o cultuam foram por décadas chamadas de ‘caboclos’ e apontadas pejorativemente como ‘os índios’. Foi em novembro 2014 que “os índios” passaram a reivindicar perante o Estado e a sociedade envolvente uma identidade indígena específica (não mais genérica). Os Akroá Gamella sempre esteveram ali, demarcando suas terras com os pés, como eles mesmo dizem, e utlizando os recursos naturais, sob regras específicas, com o intuito de preservar a natureza e manter a sua subsistência físisca e simblólica. Foi em segredo mantiveram vivos Entidades que sobreviveram à censura identitária e ao racismo. Bilibeu foi um deles, o mais conhecido de todo os Encantados locais. São Bilibeu perseverou ao silenciamento e permaneceu preservado publicamente porque ficou mimetizado dentro das comemorações do carnaval. Nesse período em que “tudo pode”, Bilibeu pode existir e sair às ruas num festejo que dura 4 dias, no qual dezenas de crianças e adultos pintados de carvão, marcham durante dez ou doze horas, incorporando os ‘cachorros de Bilibeu’ que, de casa em casa, de aldeia em aldeia, caçam. A matilha de cachorros e cachorras, sob orientação de um chefe, o ‘gato maracajá’, caçam comida e bebida para oferecer ao santo que em um determinando momento do ritual morre, é enterrado, sob o choro de mulheres, e renasce na manhã seguinte para continuar dando fartura e fertilidade ao povo Akroá Gamella. Se antes, era celebrado no carnaval, hoje o povo Akroá Gamella, escolheu outra data para o ritual. O dia 30 de abril é, desde de 2019, a data em que Bilibeu é cultuado. Bilibeu definitivamente não é uma festa, é um rito. Um rito que agora marca um evento de muita dor, tristeza e revolta. Pois foi nesse dia, no ano de 2017, que
Ele se chama Bilibeu. Ou Santo Bilibeu, ou ainda Bilibreu. Esculpido em madeira e retinto como o breu, o santo é festejado todos os anos, na Baixada Maranhense, entre as cidades de Viana, Matinha e Penalva. As pessoas que o cultuam foram por décadas chamadas de ‘caboclos’ e apontadas pejorativemente como ‘os índios’. Foi em novembro 2014 que “os índios” passaram a reivindicar perante o Estado e a sociedade envolvente uma identidade indígena específica (não mais genérica). Os Akroá Gamella sempre esteveram ali, demarcando suas terras com os pés, como eles mesmo dizem, e utlizando os recursos naturais, sob regras específicas, com o intuito de preservar a natureza e manter a sua subsistência físisca e simblólica. Foi em segredo mantiveram vivos Entidades que sobreviveram à censura identitária e ao racismo. Bilibeu foi um deles, o mais conhecido de todo os Encantados locais. São Bilibeu perseverou ao silenciamento e permaneceu preservado publicamente porque ficou mimetizado dentro das comemorações do carnaval. Nesse período em que “tudo pode”, Bilibeu pode existir e sair às ruas num festejo que dura 4 dias, no qual dezenas de crianças e adultos pintados de carvão, marcham durante dez ou doze horas, incorporando os ‘cachorros de Bilibeu’ que, de casa em casa, de aldeia em aldeia, caçam. A matilha de cachorros e cachorras, sob orientação de um chefe, o ‘gato maracajá’, caçam comida e bebida para oferecer ao santo que em um determinando momento do ritual morre, é enterrado, sob o choro de mulheres, e renasce na manhã seguinte para continuar dando fartura e fertilidade ao povo Akroá Gamella. Se antes, era celebrado no carnaval, hoje o povo Akroá Gamella, escolheu outra data para o ritual. O dia 30 de abril é, desde de 2019, a data em que Bilibeu é cultuado. Bilibeu definitivamente não é uma festa, é um rito. Um rito que agora marca um evento de muita dor, tristeza e revolta. Pois foi nesse dia, no ano de 2017, que

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) abre as portas para o 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil Graus no dia 5 de outubro de 2024. A exposição bienal apresenta 34 artistas de 16 estados brasileiros e traz mais de 130 obras, sendo 79 inéditas. Com um enfoque inovador, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) realizará esta edição devido à reforma da marquise do Parque Ibirapuera.

Curadoria e temática do 38º Panorama

A curadoria do 38º Panorama da Arte Brasileira é realizada por Germano Dushá e Thiago de Paula Souza, com Ariana Nuala como curadora-adjunta. O título da exposição sugere um calor-limite, refletindo as intensas condições climáticas e metafísicas que desafiam a produção artística contemporânea. O projeto busca traçar um horizonte multifacetado da arte brasileira, estabelecendo conexões entre as diversas práticas artísticas que compartilham uma alta intensidade energética.

Os trabalhos na exposição são organizados em cinco eixos temáticos: Ecologia geral, Territórios originários, Chumbo tropical, Corpo-aparelhagem e Transes e travessias. Cada eixo atua como um fio condutor que instiga reflexões e relacionamentos entre as obras apresentadas.

Obras e artistas em destaque

Entre as 130 obras, destacam-se criações de artistas que abordam questões ecológicas, históricas, tecnológicas e espirituais. Advânio Lessa, por exemplo, apresenta uma série de esculturas conectando diferentes polos culturais, enquanto Adriano Amaral exibe uma instalação arquitetônica inovadora. As obras de artistas como Antonio Tarsis e Davi Pontes exploram a intersecção entre arte e espiritualidade.

Além disso, a participação de Jayme Fygura, homenageando sua trajetória artística, e a colaboração de Rop Cateh, destacando a identidade indígena, enriquecem ainda mais a diversidade da mostra.

Informações práticas

O 38º Panorama da Arte Brasileira estará em exibição de 5 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025, ocupando os espaços do térreo e do terceiro andar do MAC USP. O MAM destaca a importância dessa parceria, que representa um marco na história das duas instituições. Com essa iniciativa, o MAM não apenas amplia seu alcance, mas também promove uma rica troca cultural.

Convidamos os visitantes a explorar esta experiência única que reflete as transformações da arte contemporânea no Brasil. Para mais informações sobre a exposição e os artistas, acesse o site do MAM.