Museu da Diversidade Sexual lança livro sobre preservação de patrimônios LGBTQIAP+ 

Obra destaca lutas históricas e projetos exitosos de preservação pelo Brasil e lança luz sobre a importância de se resgatar as memórias e os acervos documentais e artísticos da comunidade 
 


“Acervos e Referências de Memória LGBTQIAP+” é o livro que será lançado no dia 14 de abril, às 19h, na Bela Vista, em evento no CPF SESC – Centro de Pesquisa e Formação. Prefaciado pelo Instituto Odeon — organização social que gere o Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo — e com introdução de Leonardo Vieira, coordenador do núcleo de Museologia e Acervo do MDS e de Leila Antero, museóloga do MDS, a obra evidencia o comprometimento da gestão do equipamento em imergir nas territorialidades LGBTQIAP+ e, assim, promover o resgate da história de uma população marginalizada e apagada ao longo da história.

O livro, fruto de um projeto colaborativo que conta com autores de diferentes regiões do país, é a materialização de um trabalho que vai de encontro aos objetivos do Instituto Odeon para o Museu da Diversidade Sexual, que é estabelecer diálogo entre a produção cultural e a sociedade, levando mais cultura para a cidade de São Paulo e mais arte para as pessoas. “O MDS, como se sabe, é um aparelho de transformação social importante na luta pela dignidade e em favor do direito à memória e à diversidade cultural e a obra, a primeira do gênero vale ressaltar, é uma das formas que encontramos para dar a largada nesse projeto necessário de resgate e difusão das memórias, patrimônios e culturas LGBTQIAP+”, diz Gradim.  

O ano de 2022 foi marcante para a história do Museu da Diversidade Sexual por diversos motivos, porém, dentre aquelas que valem recordar por se mostrarem promissores para a instituição e, sobretudo, para a população LGBTQIAP+, constam a celebração de dez anos de existência e a continuidade do processo de estruturação museológica da instituição. “O MDS, que é regido por diretrizes e procedimentos comuns ao sistema de museus de São Paulo, tem empreendido discussões conceituais, programáticas e operacionais visando refletir sobre o acervo desejado para o museu que, vale ressaltar, é o único equipamento público do país dedicado exclusivamente a preservar o patrimônio, político e cultural da comunidade LGBT”, explica Vieira.  

Para Vieira, o livro “Acervos e Referência de Memória LGBTQIAP+” se propõe a reunir diferentes perspectivas sobre acervos, coleções, obras e referências das comunidades presentes em diferentes locais do território brasileiro. “O material apresenta um breve panorama das discussões empreendidas atualmente por intelectuais, pesquisadores e militantes dos campos LGBTQIAP+ como, por exemplo, do antropólogo e decano do Movimento LGBTQIAP+ brasileiro, Luiz Mott, e do presidente do Grupo Gay da Bahia e coordenador do Centro Municipal LGBT de Salvador, Marcelo Cerqueira, sobre a experiência pioneira do Museu do Sexo na Bahia e também do pesquisador da memória LGBTI+ de Belo Horizonte, Luiz Morando, que aborda as referências do grupo 3º ATO, pioneiro do movimento LGBTQIAP+ mineiro fora do eixo Rio-São Paulo”, diz. 

Leila Antero, traça no livro um panorama histórico do MDS, criado à época como ‘Centro de Cultura, Memória e Estudos da Diversidade Sexual do Estado de São Paulo’, até os dias atuais. Em sua explanação, falando mais especificamente sobre as iniciativas que vem sendo empreendidas desde 2022, a museóloga destaca a importância das pesquisas e contatos com ativistas e artistas que tem intenção de doar suas coleções particulares ao museu, ajudando assim, a ampliar o acervo museológico, arquivístico e bibliográfico do MDS que passará a ter, já em 2023, após a conclusão da reforma e ampliação, um espaço expositivo muito maior dedicado a exposições temporárias e de longa duração. “Espera-se que esse acervo possa progressivamente ampliar seu alcance e representatividade social, fazendo que a comunidade não se veja apenas como visitante da instituição, mas como protagonista do MDS”, saliente Leila.  

Especificações 

Título: Acervos e Referências de Memória LGBTQIAP+

Organizador: Leonardo Vieira 

Edição: 1ª Edição 

Ano: 2023 

ISBN: 978-65-999113-1-6 

Páginas: 233 

Livro digital: download do livro poderá ser feito no site do Museu da Diversidade Sexual após a cerimônia de lançamento

Serviço 

Lançamento:  

Data: 14 de abril de 2023

Horário: 19h

Local: CPF SESC – Centro de Pesquisa e Formação

Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, nº 285, 4º Andar, Bela Vista

Sobre o MDS

O Museu da Diversidade Sexual (MDS) é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo ligada à Secretaria da Cultura e Economia Criativa, sendo o primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à Memória e Estudos da Diversidade Sexual.  

A instituição é destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIAP+ (contemplando a diversidade de siglas que constituem hoje o MDS) e seu reconhecimento pela sociedade brasileira. Trata-se de um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIAP+, que se propõe a discutir a diversidade sexual e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e a promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.  

Atualmente, o MDS passa por uma reforma de ampliação da sua sede, na estação República do metrô, em São Paulo. Com isso, a unidade terá melhor infraestrutura para abrigar exposições, mostras e demais ações educativas do Museu, alcançando um público ainda maior. A expectativa é que a reforma seja finalizada ainda no primeiro semestre de 2023. 

Sobre o Instituto Odeon

Atualmente o Museu da Diversidade Sexual é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social que tem como missão promover gestão e produção cultural e artística de excelência, em diálogo com a educação, agregando valor público para a sociedade. O Instituto Odeon existe para trazer mais cultura para as cidades e mais arte para as pessoas. Quer transformar a percepção do público sobre museus e eventos culturais, trabalhando em direção a um país que promove a expressão da arte, expande o acesso ao que é produzido e leva a sério seu legado cultural.