Ministro Barroso lança livro e defende linguagem simples

Nesta quinta-feira (19), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, esteve na Bienal do Livro. Ele lançou seu livro “Informação à sociedade” no estande do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). A obra traduz decisões do STF para uma linguagem acessível, reforçando o compromisso com a clareza na comunicação.
STF Busca Clareza e Acessibilidade
Durante o evento, o ministro Barroso enfatizou a importância de uma comunicação direta. “Quem sabe do que está falando fala de uma maneira simples e inteligível”, afirmou ele. O livro demonstra esse compromisso, apresentando decisões do STF de outubro de 2023 a abril de 2025 de forma descomplicada. Cada decisão é explicada em uma ou duas páginas, com diagramação atraente e uso de cores.
Barroso destacou que o Direito já possui sua própria complexidade linguística. Por isso, não é necessário “piorar” essa situação com termos ainda mais complicados. Ele observou que, desde a implementação da iniciativa de simplificar a linguagem, as notícias sobre as decisões do Supremo ficaram mais precisas. O ministro brincou sobre as críticas. “Nós já somos criticados por pessoas que não gostam das nossas decisões, mas ser criticado por quem nem entendeu a decisão tomada é um problema”, disse.
Reconhecimento e Presenças Ilustres
No estande do SNEL, Barroso foi recebido pelos diretores Francisco Bilac Pinto, Mariana Zahar, Tomaz Adour e Raquel Menezes, além da ex-presidenta Sônia Jardim. Mariana dos Santos, da Academia Editorial Júnior, entregou ao ministro duas obras produzidas pelos participantes do projeto: “Editodos” e “Construindo um novo amanhã”. Esses livros são o trabalho de conclusão de curso para universitários que desejam iniciar a carreira editorial.
Antes de chegar ao estande, o ministro passou por uma escultura da Constituição, parte do projeto STF nas Escolas. Os secretários municipais de Cultura e Educação do Rio, Lucas Padilha e Renan Ferreirinha, também prestigiaram o evento.
Simplicidade: Um Trabalho Complexo
O ministro Barroso reiterou a necessidade de ser compreendido. Ele relembrou momentos em que, ainda na faculdade, teve dificuldade em entender textos jurídicos complexos. Ele citou Leonardo da Vinci, que dizia que “a simplicidade é o máximo da sofisticação”. Citou também Clarice Lispector, que complementava que “a simplicidade dá muito trabalho”.
Barroso esclareceu que linguagem simples não significa empobrecimento ou desrespeito às regras. No Direito, o uso do latim é comum, mas deve ser feito corretamente, sem invenções como “data veníssima”. Além da clareza, o ministro também valoriza a brevidade na comunicação.