Entrevista: Banda Manacá da Serra

1. O que inspirou o nome do EP “Jangada” e como ele representa a essência do trabalho de vocês?
O nome do EP é parte do nome da primeira faixa, que abre o EP: Balanço da Jangada. Acreditamos que tem muita relação com o trabalho, desde o clima praiano que o forró tem por si só, lembrando aquela viagem de verão, como também no sentido musical e do momento do Manacá da Serra, no sentido de que a Jangada vai sair do porto, vai pro mar, que é uma analogia com as músicas, que agora com o lançamento foram para o mundo
2. Como foi o processo de composição e gravação das cinco faixas inéditas do EP?
A gente tenta manter uma frequência nas composições, pensamos que é como um esporte, não pode parar que enferruja, tentamos manter a criação. Nem sempre é possível, mas sempre estamos atentos à criação. As músicas do EP Jangada são todas composições recentes, dos últimos 2 anos. Fizemos uma seleção do que entendemos que se conectava, outras composições recentes não entraram, que também é uma boa notícia, sinal que vem mais algum novo trabalho em breve.
3. O EP conta com participações especiais, como Toninho Horta e Karenn Fontes. Como surgiram essas colaborações?
Bárbara Barcellos tem longa história com os membros do Clube da Esquina, fez a turnê Semente da Terra com Milton Nascimento por 2 anos, trabalha com Toninho Horta e outros do Clube desde os 18 anos. Ela tem uma grande amizade e admiração pelo Toninho, fez essa música Baião Pro Toninho em homenagem a ele e nada melhor que a participação do próprio Toninho na canção. Toninho é muito generoso, grande amigo. O convite para a participação da Karenn Fontes já foi o contrário, foi a Karenn quem convidou o Manacá da Serra para fazer uma gravação e desse convite surgiu o EP Jangada. O convite partiu dela e ao longo da gravação de Balanço da Jangada, surgiu a ideia de gravar as outras faixas e aí surgiu o EP Jangada. Kareen é uma grande amiga também e somos fãs do trabalho dela.
4. A faixa “Baião Pro Toninho” é uma homenagem a Toninho Horta. Como foi trabalhar com ele nesta canção?
respondido na resposta anterior também.
5. O Manacá da Serra mistura influências do Nordeste e do Sudeste. Como vocês equilibram essas referências musicais?
Somos de Minas, Theo e Bárbara, então a influência da música mineira é natural. Bárbara então tem sua trajetória musical no centro do Clube da Esquina, então é muito natural para o Manacá da Serra. Dil é natural de Dunas de Itaúnas, cresceu na onde do forró pé de serra tão difundido em Itaúnas. Theo e Dil atuam no circuito do forró pé de serra há mais de 25 anos, então o forró é também muito natural e parte de nossas vidas. Considerando essa história, essa mistura é muito natural e acreditamos que é a essência da nossa musicalidade
6. Vocês vêm lançando singles e álbuns nos últimos anos. Como veem a evolução do som do trio desde o início?
Certamente há uma evolução, como tudo na vida. E a história é essa, a estrada é longa e vamos vivendo e aprendendo nessa estrada. As primeiras gravações são características de um momento da vida de todos os brasileiros, foram gravadas em casa, no início da pandemia, com tudo realmente fechado. Então são arranjos mais minimalistas, por questões logísticas mesmo, mas é um bom registro daquele momento, diz muito sobre nossa história. Veio o álbum trio, que mostra o lado pé de serra propriamente dito do trabalho e agora Jangada, onde essa mistura fica mais aparente.
7. O nome da banda remete a uma árvore genuinamente brasileira. Qual o significado dessa escolha para vocês?
Bárbara é formada em biologia, tem uma ligação muito forte com a natureza. O Manacá da Serra tem a serra no nome, mesmo sobrenome do forró pé de serra, e onde tem muitas serras é Minas Gerais, ou seja, está tudo muito conectado. Daí veio a escolha do nome.
8. O forró pé de serra tem se mantido forte ao longo dos anos. Como vocês enxergam o cenário atual do gênero?
Sim, o forró se mantém, em alguns momentos mais, outros menos, mas está sempre aí. Acreditamos que mais produções agregam para a força do forró. Nossa percepção é que estão acontecendo boas produções e acreditamos muito no forró. Temos visto também uma renovação do público, isso é muito importante.
9. Como é a recepção do público em Minas Gerais e em outras regiões onde vocês se apresentam?
10. A gravação do EP foi feita ao vivo. O que motivou essa escolha e como isso influencia a energia do trabalho?
A música gravada ao vivo tem realmente uma energia diferente. Como já falamos aqui mesmo nessa conversa, os primeiros singles foram gravados em casa, com sobreposição de instrumentos, que fica um outro tipo de gravação. Por isso optamos tanto para a gravação do álbum TRIO quanto para o Jangada por fazer todas as gravações ao vivo, captando a energia do momento mesmo.
11. Depois do lançamento do EP “Jangada”, quais são os próximos passos do Manacá da Serra?
Temos uma próximo projeto que já estamos próximos do início das gravações onde o Manacá vai fazer uma sequência de gravações convidando artistas que admiramos e que fazem parte da nossa história. Em breve anunciaremos novidades sobre este novo trabalho que está por vir.
12. Há planos para turnês ou apresentações especiais para divulgar esse novo trabalho?
Sim, temos shows em BH para o lançamento, temos também alguns shows pelo Sesc de SP e logo logo já estaremos entrando nos shows de São João.
13. Se pudessem escolher um artista para colaborar no futuro, quem seria e por quê?
As influências do grupo são muito diversas. Temos muitos ídolos e tivemos o prazer de gravar com alguns deles. Temos uma gravação que foi lançada no álbum Serranias de Theo Lustosa que teve a participação de Dominguinhos (nosso grande ídolo) e Zeca Baleiro, e somos muito gratos por esse momento e por esse registro. Mas como temos muitos ídolos, a lista é extensa e vem novidades em breve por aí. Vamos adiantar um nome aqui que será uma das participações no nosso novo trabalho que será gravado em breve. Ele é uma grande referência pra gente e admiramos muito como artista e como pessoa, que é o Sérgio Andrade (Banda de Pau e Corda).