Livro analisa legado da ditadura militar no Brasil

Introdução
A coletânea 1964: O que ainda nos resta dizer? oferece uma profunda análise crítica sobre o legado da ditadura militar no Brasil. Organizado pela historiadora Luciene Carris e lançado pela Editora Metanoia (Selo Estudos Americanos), o livro reúne 11 autores e propõe novas reflexões sobre um dos períodos mais sombrios da história brasileira. O lançamento acontecerá no dia 26 de abril de 2025, às 13h, na Livraria e Edições Folha Seca, no Centro do Rio de Janeiro.
Análise crítica da ditadura militar
Com oito capítulos, 1964: O que ainda nos resta dizer? amplia a discussão sobre o golpe de 1964 ao abordar temas como repressão, resistência, memória e exclusão social. O livro apresenta estudos sobre a destruição de patrimônios, a censura à arte e o silenciamento de vozes indígenas e femininas. Cada capítulo investiga as múltiplas formas de opressão e resistência durante a ditadura militar, refletindo sobre suas consequências ainda visíveis na sociedade atual.
A proposta, segundo Carris, é romper com o lugar-comum. “Quis trazer outros personagens e outras histórias, ampliar o modo como falamos sobre a ditadura militar”, afirma a organizadora.
Ditadura militar: impactos e resistências invisibilizadas
O prefácio é assinado por Jorge Ferreira, da Universidade Federal Fluminense. Ele destaca que a coletânea revisita memórias esquecidas e dá voz a experiências silenciadas pela história oficial. O livro traz temas pouco abordados como a repressão aos povos originários, como os Kinia e os Krenak, e as remoções forçadas de favelas no Rio de Janeiro.
A obra também aborda movimentos culturais de resistência, como curtas-metragens e canções interpretadas por mulheres, além de protestos artísticos reprimidos em Salvador e Belo Horizonte. O livro oferece novos olhares e questiona narrativas estabelecidas.
Relembrar para transformar
Ao completar 60 anos do golpe, a obra defende que refletir sobre a ditadura é essencial para fortalecer a democracia. “Enquanto houver perguntas no presente, haverá novos modos de olhar para o passado”, conclui Luciene Carris. 1964: O que ainda nos resta dizer? não é apenas uma retrospectiva histórica, mas um chamado à ação e à memória coletiva.