Entrevista: Sirena, cantora e compositora

Entrevista: Sirena, cantora e compositora

O que te motivou a escolher o nome “LA SIRENA” para o seu primeiro álbum?
Além de levar meu nome artístico “SIRENA”, o álbum passeia por todas as facetas de nós mulheres, deusas sereias. A sensualidade, o empoderamento, a paixão, a força, o amor, o encanto, a entrega. “La Sirena” mostra um pouco da minha personalidade e vem como uma resposta a todos que querem nos colocar em caixinhas. Sinto muito, podemos ser muitas!

Seu trabalho mistura diversos ritmos da América Latina, como reggaeton, funk, salsa e até samba. Como foi o processo de encontrar essa identidade sonora?
Tem uma frase que eu amo que é “o caminho se faz ao caminhar”. Eu tive a benção de ter um time dos sonhos: FEYJÃO como diretor musical, Ariel Donato como produtor musical e Júlio Araújo como sócio e compositor. A gente se juntou algumas muitas vezes e a personalidade do álbum começou a nascer da forma mais orgânica possível! Tudo o que fazemos, fazemos porque amamos e curtimos muito! Eu levei elementos da minha vida para essas faixas… Sou da zona norte do RJ, sempre curti muito funk, samba, salsa e claro, Reggaeton! E poder escutar todos esses elementos nas minhas músicas é gostoso demais!!!!!

O álbum traz músicas em espanhol e português. Como foi essa escolha e como você enxerga essa dualidade no seu trabalho?
Eu tenho uma conexão antiga com o espanhol. Amava estudar na escola, amava escutar as músicas e acho um idioma riquíssimo e lindo! Inclusive, prefiro me escutar cantando em espanhol hahaha Não sei explicar da onde vem isso, mas sou apaixonada! Mas, claro, que uma boa mistura do espanhol com o português, que é a língua do meu país, minhas origens que sinto o maior orgulho, é muuuuito melhor! O português ainda é muito difícil de ser consumido lá fora. E, acredito que com tantos artistas levando a nossa cultura para o mundo, esse cenário vai mudar. E, se eu puder fazer parte desse movimento, ficarei muito feliz!

Você lançou algumas faixas antes do álbum completo. Como foi a recepção do público e qual dessas músicas mais te surpreendeu em termos de alcance?
Sim! Lancei 4 faixas antes do disco. Tudo foi uma escola! Comecei a minha carreira há menos de 1 ano, então, estou aprendendo demais! Eu amei cada segundo de cada lançamento, mas me surpreendi muito com o primeiro “La Sirena”. Essa é uma das minhas faixas favoritas do álbum e eu sou apaixonada pelo clipe. Acredito que a galera tenha sentido isso também… Era um momento muito esperado. Lembro que foi uma loucura, me senti muito famosa hahahahahahahahaha

Como foi trabalhar com Feyjão e Ariel Donato na direção e produção musical do álbum?
Ah… Eles são sinistros demais! São artistas, profissionais e pessoas muito boas. A gente se diverte demais nos nossos encontros. Dois caras talentosíssimos que entendem MUITO de música e fazem parecer tudo muito fácil. Eu sou muito abençoada por Deus ter colocado eles no meu caminho. Sem eles, esse álbum não seria o mesmo!

Algumas faixas foram compostas em parceria com Júlio Araújo, seu esposo. Como é essa troca criativa entre vocês?
A gente faz tudo junto, sabe? Quando to compondo, mostro para ele e ele sempre tem uma carta na manga e vice-versa. Ele é um cérebro sinistro e entende muito de música, então a nossa troca é muito enriquecedora. Fora que é muito gostoso compartilhar de uma paixão juntos… Esse álbum é um filho para a gente.

A faixa “5D” tem um significado especial, já que foi um presente de aniversário para o seu marido. Pode contar um pouco mais sobre esse momento e a emoção da gravação?
O aniversário dele estava chegando e eu tava sem grana e queria dar a ele um presente bonito, que durasse, sabe? Então pensei: vou compor uma música. Sentei no meu tecladinho e em 15 minutos a música estava pronta. Foi tão de verdade, tão do coração que fluiu muito rápido. Acredito que seja a música mais linda que já escrevi e quando a escuto, nem acredito que foi feita por mim hahahaha O momento da gravação foi inacreditável. O artista Gustavo Tibi, tinha gravado o piano minutos antes de eu chegar no estúdio. Assim que cheguei, escutei o piano gravado 1 vez só e fomos passar o som como de costume. A galera da filmagem já estava li para testar luz, essas coisas. E eu sentei na cadeirinha, fechei o olho e saiu isso que vocês escutam. Foi um take só. Todos ali acharam que não havia necessidade de um outro porque foi muito lá do fundo da alma. Lembro que segurei o choro, a voz até tremia, mas cantei. Foi uma experiência linda. Sinto que acessei a quinta dimensão ali.

“Pique Bambolê” é a única música totalmente em português. Como foi a criação dessa faixa e o que te fez decidir cantá-la só nesse idioma?
Pique Bambolê foi composta pelo FEYJÃO e LARY. Ele me mandou a música, já que era um reggaeton gostosin e eu de cara fiquei apaixonada! Não senti a necessidade de fazer uma versão em espanhol porque para mim, ela é perfeita assim! Foi a primeira música que produzimos do álbum e foi ali que a personalidade das faixas começou a nascer.

Todos os quatro singles receberam videoclipes e somam mais de 680 mil visualizações. Qual foi o clipe mais desafiador de gravar?
O mais cansativo com certeza foi “La Sirena”. Foram algumas horas de gravação sem descanso: eu dançava, cantava, me jogava na areia, comia areia, levantava, fazia carão de close hahahahahaha Fiquei 1 mês com areia no cabelo depois da gravação, juro! Tudo isso na praia, calor e com direito a plateia, né? Estavam todos pensando “quem é aquela louca de preto, cabelo vermelho, toda a milanesa de areia?” Kkkkkkk Mas, foi MUITO divertido. Vou lembrar para sempre desse dia. Porém, o mais desafiador foi BOOMERANG porque eu estava no início da gravidez. Passei muito mal o dia todo de enjoo, tontura, cansaço, mas gravei. Entreguei o meu melhor! E amei o resultado.

O clipe de “Terrorista” teve inspiração no jogo Mortal Kombat. De onde veio essa ideia e como foi o processo de produção?
Eu jogava Mortal Kombat na minha infância com meus amigos no clube perto da minha casa no Grajaú. Era eu contra os meninos e eu arrasava, claro. A ideia foi me transformar em um personagem do MK e detonar todos os caras que acham que podem jogar contra mim. “Fuego en los machistas” como a letra já diz. Nós gravamos as minhas cenas em uma parede branca da sala de dança onde ensaio minhas músicas e mandamos tudo para o diretor Rick Brombal que fez a mágica acontecer. Nem preciso falar que amei o resultado, né? Hahahaha O final do clipe, dos caras sendo abduzidos para dentro do game, é a minha parte favorita.

A estética visual da sua carreira é muito forte. Como você escolhe os figurinos e referências para seus trabalhos?
Todo o processo é bem natural. Eu amo experimentar, mudar, me jogar em relação aos figurinos, cabelo, estética visual. Sou geminiana, então, é um parque de diversões para mim! Claro que sempre me inspiro em mulheres fortes e levo muito disso para a minha vida! E eu AMO um close babadeiro hahahahahahaha Acredito também que cada faixa leva um lado meu, então, consigo transitar nessas referências com muita facilidade porque é de verdade. Em um clipe, eu tô de biquíni preto na praia e no outro, de vestido branco num barco a vela, sabe? Eu amo!

Você tem números impressionantes para uma artista independente com menos de um ano de lançamento. Como foi conquistar esse público de forma orgânica?
Com muito trabalho e dedicação. Como falei: esse é o meu primeiro álbum, ainda não tenho 1 ano de carreira, então tudo é uma escola. Tenho um time incrível que me ajuda muito e estamos correndo atrás dos melhores resultados juntos. Ninguém conquista nada sozinho. E claro, sou muito grata a todos os meus fãs e a galera que me acompanha há anos nas redes sociais, que apoiam o meu trabalho, que escutam as músicas. É lindo ver esse movimento. Só me faz ter vontade de continuar!

O reggaeton tem crescido muito no Brasil. Como você vê a cena atual e sua participação nesse movimento?
Ainda é desafiador, mas estamos estourando essa bolha aos poucos. É lindo ver esse movimento crescendo porque há alguns anos atrás parecia impossível. Quando comecei o projeto (há 3 anos atrás) era outro cenário… As pessoas achavam que eu era louca. Hoje em dia, graças a tantos artistas incríveis, começamos a enxergar o cenário mudando e crescendo. Quero contribuir para esse processo da melhor forma possível. Acho lindo abraçar a latinidade, deixar o preconceito de lado e vibrar alto com o que todos nós somos apaixonados: a música. Música leva cultura, história, une povos, sabe? Estamos aí agora escutando um disco lindo do Bad Bunny trazendo a cultura porto riquenha para o Brasil e o mundo! Estamos vendo a Anitta levando o nosso funk raíz para um palco mundial. Isso é lindo demais!

Seu nome artístico remete à mitologia das sereias. Você se identifica com essa figura e como ela influencia sua arte?
Eu sou uma sereia, gente, é sério. Hahahahahaha Sempre amei o universo dos mares, das sereias, a mitologia e o simbolismo em torno disso. O arquétipo da sereia leva muita sensualidade, encanto, força e eu me identifico muito com essa energia. Além de tudo, temos o famoso “canto da sereia” que passei muito tempo escutando de muitas pessoas que era o meu canto. Aí pronto, né? Fiquei me achando hahahaha Eu sou fascinada por esse universo. E além de tudo, amo inspirar mulheres a se sentirem sereias porque somos! Somos deusas, mágicas e podemos.

Quais são seus próximos passos agora que “LA SIRENA” já está no mundo? Podemos esperar shows, novos clipes ou colaborações?
Os próximos passos serão MUITO trabalho, MUITA dedicação e continuar me dedicando aos meus fãs que são minha maior motivação. Colaborações estão por vir, não posso dar spoilers ainda. Mas quero muito rodar o Brasil com o meu show e quem sabe uma tour internacional também! Vamos trabalhar para que isso aconteça!

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