Humberto Werneck lança obra sobre a história da crônica

Viagem no país da crônica reúne textos e reflexões do autor sobre o gênero que marcou a literatura brasileira entre os anos 1950 e 1960.

O jornalista e cronista Humberto Werneck lança em junho o livro Viagem no país da crônica, pela editora Tinta-da-China Brasil. A publicação celebra os 80 anos do autor, completados em fevereiro de 2025. A obra percorre o Brasil por meio da crônica, gênero híbrido entre jornalismo e literatura, cuja era de ouro se deu entre 1950 e 1960.

Crônicas que desenham o Brasil de janeiro a dezembro

A estrutura do livro segue o ritmo do calendário, indo de janeiro a dezembro. Com leveza e bom humor, Werneck comenta textos de nomes consagrados como Clarice Lispector, Rubem Braga, Otto Lara Resende e Fernando Sabino. Cada data inspira reflexões sobre estações do ano, feriados e episódios marcantes da história do Brasil.

Entre os destaques estão crônicas que abordam a Revolução de 30, o golpe militar de 1964, a Proclamação da República e a construção de Brasília. Os textos analisados tratam ainda de temas cotidianos, como mar, fé, uísque e futebol, sempre com o tom de uma conversa à beira do meio-fio.

A história da crônica brasileira em diálogo com os mestres do gênero

O livro nasceu da experiência de Werneck como editor do Portal da Crônica Brasileira, projeto do Instituto Moreira Salles com a Fundação Casa de Rui Barbosa. O autor brinca ao chamar a crônica de “patinho feio” da literatura, mas ressalta seu valor: “um gênero feito com pressa, mas com frescor”.

O volume traz reproduções de páginas de jornal com anotações originais dos cronistas e uma lista completa das obras citadas, disponíveis online para consulta gratuita. Em uma das passagens, Werneck comenta o lendário jogo de futebol entre escritores nas areias de Copacabana, em 1945, com Vinicius de Moraes e Paulo Mendes Campos.

Werneck lança livro em evento literário paulistano

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O lançamento oficial acontece na 4ª edição d’A Feira do Livro, festival que valoriza a literatura contemporânea. Segundo Werneck, a crônica é escrita ao rés do chão, próxima do leitor e do cotidiano. Viagem no país da crônica reafirma essa vocação, sendo uma obra que ilumina o gênero e sua função cultural.