Hiënaz fala sobre vício em trabalho no novo single ‘Ozymandias’

Banda faz alegorias e paralelos com o poema homônimo à música, clássico do autor romântico inglês Percy Shelley, que faz a lírica sobre ascensão e o declínio de pessoas em posição de poder

Após o retorno aos lançamentos com a dinâmica e pesada ‘Olhos de Cobra’, em que o quarteto paulistano Hiënaz trouxe o debate sobre vício em jogos de azar, um segundo lançamento da banda – o single ‘Ozmandias’ – chega ao streaming pelo selo Abraxas Records, mas agora com reflexão sobre outra problemática da vida moderna: o vício em trabalho.

Ouça ‘Ozmandias’ aqui: https://onerpm.link/Hienaz-Ozymandias.

‘Ozmandias’, assim como ‘Olhos de Cobra (ouça aqui), mostra o novo direcionamento sonoro do Hiënaz, com mais peso, variações nos vocais e mudanças de andamento no instrumental.

Neste novo single, os riffs nasceram de uma experimentação com ‘odd time signatures’ e uma afinação alternativa (A-G-C-F-A-D), mas mantendo a postura energética e o peso característico desta atual fase banda, formada por Felipe Dhël (baixo), Julio Cëzar (guitarra e vocal), Pëter Kerr (guitarra) e Tömmy Omarsson (bateria).

Aliás, as harmonias assimétricas tem a ver com o tema sobre vício em trabalho abordado na canção.

Ozymandias é o nome de um poema clássico do autor romântico inglês Percy Shelley, que faz a lírica sobre ascensão e o declínio de pessoas em posição de poder, então figurado num faraó do Antigo Egito.

O aceno proposto aqui pelo Hiënaz é traçar esse paralelo – a ascensão e o declínio – com os workaholics dos dia atuais, pessoas obcecadas por seu trabalho e que tornam isso sua identidade.

“E isso se torna o próprio demônio interno – e que inevitavelmente sofre uma queda proporcional ao tamanho da ambição”, conta o guitarrista Pedro.

O poema tem duas referências de cultura pop que se tornaram famosas, com o Ozymandias sendo o nome de um personagem em “Watchmen” e o nome de um episódio em “Breaking Bad”.

A capa, inclusive, é uma brincadeira com uma referência do seriado e o faraó do poema original.

A estrutura da música segue esse ritmo assimétrico e dissonante, retratando essa obsessão em uma estrutura de um pesadelo.

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