Grupo vocal Ordinarius homenageia Pixinguinha no novo álbum ‘Pizindim’, que será lançado dia 3 de março nas plataformas

Com participações de Nilze Carvalho, Gema 4, Hércules Gomes, entre outras, o grupo revisita 11 faixas do compositor carioca e faz show de lançamento na Sala Cecília Meirelles
Capa de “Pizindim”. Foto de Bruno Braz e arte de Tatiana Agra
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Um dos mais importantes grupos vocais do país, o Ordinarius está de volta. Após mergulhar em universos de grandes referências da música brasileira como Carmen Miranda e Aldir Blanc, o septeto vocal lançará dia 3 de março de 2023 o seu novo álbum: “Pizindim”, uma homenagem ao grande Pixinguinha. Com produção musical e arranjos originais de Augusto Ordine, fundador do grupo, o disco traz onze faixas – algumas já lançadas previamente em singles – entre grandes sucessos do compositor carioca como “Carinhoso”, “Lamentos”, “Um a Zero” e “Vou Vivendo”, além de canções menos conhecidas como “Benguelê” e “Os Cinco Companheiros”, gravadas no tradicional e singular estilo do grupo, com as vozes no comando da melodia, apoiadas pela percussão. O primeiro single a ganhar videoclipe será “Um a Zero”, no dia 10 de março.
SHOW DE LANÇAMENTO: O Ordinarius vai lançar o disco com um show inédito dia 4 de março, sábado, às 19h, na abertura da temporada 2023 da Sala Cecília Meirelles. No repertório, as músicas de “Pizindim” e outros clássicos da MPB. Ingressos a $20 (meia) e R$40 (inteira) à venda no link: https://funarj.eleventickets.com/#!/apresentacao/ed8aba894599df8cbda22c0a8be59a2ab4af2d41
Um dos destaques de “Pizindim” são as participações: o festejado grupo vocal cubano formado por mulheres, Gema 4, em “Os Cinco Companheiros”; Nilze Carvalho fazendo a voz solo em “Carinhoso”; o pianista Hércules Gomes em “Parangolé”; a sanfona do compositor Marcelo Caldi em “Naquele Tempo”; e Ricardo Vieira no violão em “Benguelê”. O Ordinarius é formado por Augusto Ordine, Maíra Martins, Fabiano Salek, Matias Correa, Beatriz Coimbra e Antonia Medeiros nas vozes e por Mateus Xavier na percussão.
A importância de homenagear a vida e obra de Pixinguinha
Em 2023, completam-se 50 anos da morte de Pixinguinha, ou Pizindim, como era chamado pela avó, um dos maiores gênios da música brasileira e que, além de um trabalho musical brilhante, desafiou normas e regras sociais sendo um homem negro, artista, compositor e instrumentista, atuando na cena cultural do Rio de Janeiro do início do século XX.
“Decidimos cantar a obra de um homem grandioso e nascido poucos anos após a abolição da escravatura. A sua vida enquanto artista e musicista não foi nada fácil. Mesmo assim, Pixinguinha alcançou fama em diversas partes do mundo e tem uma vasta obra, que passa por períodos e estilos diversos da nossa música. Para além da genialidade musical, falar de Pixinguinha hoje no Brasil, que continua sendo um país racista, é de extrema importância social”, afirma Augusto Ordine.
Pixinguinha é uma referência absoluta entre os membros do grupo, também por isso foi escolhido. Já para a identidade visual do projeto, foi priorizada uma atmosfera que remonta às décadas de 1920 e 1930, além da cor rosa, que faz alusão à canção “Rosa”, já gravada pelo Ordinarius no álbum “Rio de Choro” (2015) e que tornou-se um dos maiores hits do grupo. O clipe tem mais de um milhão de visualizações e chamou a atenção de um agente norte-americano, que levou o septeto para fazer 10 shows nos Estados Unidos, em 2019.
Uma das missões mais difíceis na hora de homenagear um artista com uma obra tão grande e plural, foi a escolha do repertório.
“Queríamos trazer alguns clássicos para que as pessoas pudessem lembrar imediatamente dessa obra tão marcante, então fizemos pesquisas e decidimos que canções como ‘Carinhoso’ e ‘Um a Zero’ não podiam ficar de fora, mas também buscamos outras músicas que fizessem sentido nas nossas vozes ou que tivessem algo especial, algo que nos encantasse”, afirma Maíra Martins, cantora e produtora do Ordinarius.
Uma delas é “Vem Vindo”, baião de Pixinguinha editado pela Irmãos Vitale em 1977. A partitura para piano está disponível no Acervo Pixinguinha do Instituto Moreira Salles, manuscrita pelo próprio compositor, mas a música nunca chegou a ser gravada. Esta é a primeira gravação. Além das já citadas, completam o álbum “Trombone Atrevido”, “Naquele Tempo” e “Urubatan”. Esta última, também ganhará videoclipe, previsto para ser lançado dia 17 de março no YouTube da trupe.
As faixas de “Pizindim” foram gravadas durante a pandemia, quando o grupo, criado em 2009, cresceu muito na internet, chegando a alcançar um financiamento coletivo permanente, que mantém os projetos do septeto em dia. Foi o financiamento que permitiu a realização do álbum com canções de Aldir Blanc e também do disco “Paralelas”, com repertório composto por mulheres essenciais da história da Música Popular Brasileira. Ainda por esse caminho surgiu o álbum “BOSSA 20”, de 2021, com versões vocais e percussivas para clássicos da Bossa Nova, e que levou o grupo a se apresentar em lugares como Lisboa (Portugal), Ilhas Canárias (Espanha) e nos festivais Leipzig A Cappella (Alemanha) e Alfredo de Saint Malo (Panamá).
A forte presença do Ordinarius na internet também acabou os aproximando de novos parceiros musicais, como o pianista Hercules Gomes e o grupo vocal Gema 4, que gravaram participações nas faixas “Parangolé” e “Os Cinco Companheiros”, respectivamente, a distância. Já Nilze Carvalho e Ricardo Vieira, que participam de “Carinhoso” e “Bengulê”, respectivamente, são amigos de longa data do grupo.
Assista o clipe de “Os Cinco Companheiros” no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=rPKj-YpVfo0
“O nosso processo de criação é totalmente artesanal. Gravamos juntos, separados, em estúdio, em casa… E no caso do Gema 4 e do Hercules Gomes foi uma grande surpresa. Começamos a nos falar pela internet. Depois, eles toparam uma participação no disco. O processo de ‘Os Cinco Companheiros’, por exemplo, foi um verdadeiro quebra-cabeças: eu escrevi o arranjo sem definir os fonemas. Depois, elas nos enviaram uma gravação de ensaio que usamos de referência para transcrever as sílabas que ficavam confortáveis para elas cantarem. A partir disso, fomos unificando as sonoridades e o suingue da música, com liberdade e sem nenhum encontro presencial”, revela Augusto.
Após “Pizindim”, o Ordinarius – que tem como referência musical o grupo inglês The Swingle Singers (hoje, The Swingles) e o argentino Buenos Aires 8 – investirá em seu trabalho autoral com novas músicas previstas para 2023.
FAIXA A FAIXA: Conheça as canções de “Pizindim”
Por Augusto Ordine e Maíra Martins
Um a Zero (Pixinguinha e Benedito Lacerda)
Abrimos o álbum com um dos maiores sucessos de Pixinguinha: o choro “Um a zero”, composto em 1919 em homenagem à vitória do Brasil sobre a seleção uruguaia no campeonato sul-americano daquele mesmo ano, e lançado em 1946 pela dupla Pixinguinha e Benedito Lacerda. No arranjo, a letra é deixada de lado para privilegiar a linguagem musical universal e aproximar os cantores de um conjunto instrumental, tão característico do gênero. No solo, Maíra Martins e Antonia Medeiros se alternam brincando com as possibilidades de fonemas e ritmos numa interpretação leve e divertida.
Lamentos (Pixinguinha e Benedito Lacerda)
O choro foi composto em 1928, ainda instrumental, e ganhou gravações de Pixinguinha, Benedito Lacerda e seu grupo que não chegaram sequer a ser comercializadas. Somente na década de 60 ganhou letra do poetinha Vinícius de Moraes, transformando-se em um clássico do gênero. Tendo sido gravada por diversos nomes da nossa música, como MPB4 e Chico Buarque, Ademilde Fonseca, Elizeth Cardoso, entre outros, ganha agora versão do Ordinarius. O solista é o arranjador Augusto Ordine, que passeia pelo acompanhamento com suavidade e frescor, trazendo esta composição cheia de história para os dias atuais.
Urubatan
Possivelmente uma das músicas mais antigas de Pixinguinha, foi gravada pela primeira vez em 1929 tendo recebido crítica positiva de Mário de Andrade, que definiu a composição como “admirável”. O “choro macumbeiro”, segundo as palavras do próprio compositor, tem o título “Urubatan” (ou “Urubatã” ou mesmo “Urubatau”, dependendo da edição) por ser um termo africano para designar “pássaro”. O arranjo do septeto Ordinarius brinca com isso, tendo a solista Antonia Medeiros, com sua técnica mista de cantora popular e erudita, encarnando o personagem em seus voos musicais.
Parangolé
O maxixe, gravado pela primeira vez nos anos 50, ganha versão do Ordinarius em um arranjo que mistura vozes, percussão e o piano de Hercules Gomes, em participação realizada sem nenhum encontro presencial, como a pandemia mostrou que é possível. Hercules é um pianista expoente de sua geração com especialidade em choro. Natural do Espírito Santo, o músico traz em seu currículo prêmios, festivais pelo Brasil e exterior e álbuns solo – os dois últimos dedicados a compositoras brasileiras: Chiquinha Gonzaga e Tia Amélia.
Trombone atrevido
O choro composto nos anos 70 ainda conta com raríssimas gravações e na versão do Ordinarius as vozes e percussões se complementam num arranjo em que os solistas se revezam esbanjando musicalidade e técnica.
Os cinco companheiros
O título da composição se refere ao grupo formado por Pixinguinha, João da Bahiana, Luperce Miranda, Tute e Valeriano, que atuou na Rádio Mayrink Veiga nos anos 30. Para esta versão, o septeto Ordinarius convidou o quarteto feminino cubano Gema 4, um dos mais importantes da música cubana atual, para uma gravação repleta de vozes e sotaques. As diferentes interpretações dos dois grupos se misturam em uma emocionante viagem musical tendo Pixinguinha como guia.
Vou Vivendo
“Meu coração não te quer” e “Vou vivendo como posso” foram os dois primeiros títulos deste choro, que acabou se tornando um dos mais populares de Pixinguinha. Na versão do Ordinarius a solista Beatriz Coimbra traz sua voz cristalina para um arranjo em que a solista Beatriz Coimbra traz sua voz cristalina para um arranjo em que a suavidade dos timbres é o carro-chefe.
Naquele Tempo
Um dos mais antigos e famosos choros de Pixinguinha, gravados por nomes como Baden Powell, Quinteto Villa-Lobos, Nilze Carvalho, entre outros, ganha versão do Ordinarius com solo do experiente sambista Fabiano Salek e participação da sanfona de Marcelo Caldi. O músico é um dos sanfoneiros mais importantes da cena musical carioca, além de pianista, cantor, compositor e arranjador orquestral reconhecido no meio musical por sua competência e talento. Autor do livro “Tem sanfona no choro”, lançado em 2012 pelo Instituto Moreira Salles, Marcelo é responsável por resgatar um material inédito da obra de Luiz Gonzaga dedicada ao choro e traz toda esta experiência com o gênero para o álbum do septeto.
Vem Vindo
A composição editada no final dos anos 1970 terá no álbum do Ordinarius sua primeira gravação.
Benguelê (Pixinguinha e Gastão Vianna)
O “lundu africano”, nas palavras de Pixinguinha, teve com os Anjos do Inferno sua primeira gravação, nos anos 1940. Muitas versões depois, a composição volta às vozes de um grupo vocal, tendo a participação do violonista Ricardo Vieira. O músico sergipano tem extensa experiência como arranjador, produtor e artista multimeios e, com seu violão, é especialista em ritmos genuinamente brasileiros, tendo acompanhado o cantador Xangai em diversas turnês pelo Brasil.
Carinhoso (Pixinguinha e Braguinha)
Não apenas a obra mais famosa de Pixinguinha, é um dos ícones da Música Popular Brasileira. A data de sua composição é um mistério já que o próprio compositor citou diferentes possibilidades ao longo de sua vida, mas seria algo entre as décadas de 1910 e 1920. Sua primeira gravação instrumental aconteceu em 1928 e apenas em 1937 aconteceria a primeira versão com letra da composição, com o cantor Orlando Silva. De lá pra cá, a popularidade da canção apenas ganhou força, tendo sido gravada em diversas partes do mundo. Na versão do Ordinarius, o solo é da multi-instrumentista e cantora Nilze Carvalho, expoente do choro e samba carioca, com uma carreira internacional reconhecida e extensa, sendo ela a cereja do bolo do álbum dedicado à obra de um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira de todos os tempos.
FICHA TÉCNICA:
Ordinarius: Augusto Ordine, Maíra Martins, Mateus Xavier, Fabiano Salek, Matias Correa, Beatriz Coimbra e Antonia Medeiros
Direção musical e arranjos: Augusto Ordine
Produção: Maíra Martins
Mixagem: Matias Correa e David Brinkworth
Masterização: Paulo Brandão e David Brinkworth
Participações especiais: Gema 4 (vozes – Os Cinco Companheiros), Nilze Carvalho (voz – Carinhoso), Hercules Gomes (Parangolé), Marcelo Caldi (sanfona – Naquele Tempo) e Ricardo Vieira (violão – Benguelê)
Foto: Bruno Braz
Arte: Tatiana Agra
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SERVIÇO-SHOW:
Abertura da temporada 2023 – Ordinarius lança “Pizindim”
Data: 4 de março de 2023, sábado
Horário: 19h
Local: Sala Cecília Meirelles
Ingressos: R$20 (meia) e R$40 (inteira)
Antecipados: https://funarj.eleventickets.com/#!/apresentacao/ed8aba894599df8cbda22c0a8be59a2ab4af2d41
Livre. 90 minutos.
670 lugares.