Fortaleza é sede do II Fotofestival Solar que contempla exposições, oficinas, lançamentos de livros e convidados de referência nacional e mundial

Em sua segunda edição, o evento discute políticas públicas que contemplam a fotografia e as artes visuais e incentiva a fruição artística, a pesquisa e ações formativas na área

Fotografia: Lisandro Suriel

Fortaleza é a cidade da fotografia mundial neste mês de dezembro, com a realização da segunda edição do Fotofestival Solar, que será aberto na quarta-feira (7) e segue até o domingo (11), com uma uma ampla programação e diversos tipos de atividades a serem realizadas em dois dos principais equipamentos culturais da capital cearense: o Complexo Cultural Estação das Artes e no Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS), instituições que integram a Rede Pública de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará, geridas em parceria com o Instituto Mirante.

Com acesso totalmente gratuito, as atividades incluem exposições, debates, oficinas e lançamentos de livros, tudo com a participação de convidados relevantes da fotografia nacional e convidados internacionais. O objetivo é reunir não apenas pessoas ligadas à área da fotografia — profissionais, estudantes, pesquisadores, artistas — ou do universo da cultura, mas o público geral apreciador de arte, e que poderá conferir as mesas, as mostras e as publicações, além de um show especial com a cantora Céu, no sábado, dia 11.

De caráter estruturante, o Fotofestival Solar aposta na difusão da fotografia enquanto linguagem artística, manifestação cultural e campo de pesquisa, e traz como missão fundamental discutir políticas públicas que a contemplem dentro do panorama das artes visuais no País. Realizado pelo Instituto da Fotografia (IFoto) com apoio do Instituto MIrante de Cultura e Arte e patrocínio do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), o Festival é uma idealização do fotógrafo e editor cearense Tiago Santana, referência no cenário nacional e que assina a direção artística do evento. O Solar tem ainda consultoria artística da curadora e artista portuguesa Ângela Berlinde e coordenação geral de Ana Soter, Iana Soares, Isabel Santana Terron e do próprio Tiago Santana.

“O Fotofestival Solar tem algumas características que são balizadoras, são centrais na sua concepção. Primeiro, um festival não pode estar alheio ao seu tempo, ao tempo e ao local em que vivemos, às questões políticas e sociais, das locais e nacionais às mundiais. Precisamos discutir essas questões relevantes ao nosso momento histórico e ter um posicionamento político. Além disso, uma questão fundamental é o diálogo da fotografia com outras linguagens. Com a música, com a literatura, com o cinema. O Festival não pode ficar restrito a uma linguagem sem as conexões com outras possibilidades que surgem a partir do diálogo entre o universo das linguagens”, comenta o fotógrafo Tiago Santana, diretor do festival.

Se em 2018, ano da primeira edição do Solar, o festival foi pautado por um sentimento geral de pessimismo e dúvidas quanto ao futuro, sob a palavra-tema “abismo”, em 2022 a perspectiva é outra: após dois anos de enfrentamento duro à Covid-19 e com um cenário político distinto, a temática é de sonho, esperança e perspectiva. Uma imaginação do futuro. Nesse sentido, o próprio diálogo com os dois equipamentos que agora recebem o evento reforça os ares de possibilidade desta edição. Os recém-inaugurados MIS e Complexo Cultural Estação das Artes, que no último sábado inaugurou ainda a Pinacoteca do Estado do Ceará, chegaram para somar na construção de um circuito artístico e cultural cada vez mais forte no Estado, que contemple memória, formação, fruição e difusão.


Nessa perspectiva, o Solar chega à segunda edição reafirmando sua natureza transversal: ao mesmo tempo em que evoca e celebra a longa tradição cearense na fotografia, repleta de patrimônios como Chico Albuquerque e Luciano Carneiro, também está calcado em um entendimento contemporâneo da fotografia, enquanto expressão artística ligada a outras manifestações, como o cinema, a literatura, a música, as artes plásticas e demais linguagens visuais. Assim, o evento emerge não como algo local ou mesmo regional, mas fruto de confluências com o Brasil, a América Latina, o mundo. Não se trata, portanto, de um festival de fotógrafos e nem só para fotógrafos.

No domingo (11), dia de encerramento do Festival, será anunciado o vencedor do Prêmio de Portfólio SOLAR 2022, que vai premiar uma pessoa entre 25 inscritas e participantes da Apresentação de Portfólios. A pessoa vencedora será escolhida por uma comissão formada por curadores, editores e fotógrafos e ganhará um prêmio de R$ 6.000,00 (seis mil reais).

EXPOSIÇÕES REÚNEM ARTISTAS CEARENSES E DE OUTROS LUGARES DO PAÍS, COM ACERVOS INÉDITOS E TEMAS QUE DIALOGAM COM O CONTEXTO ATUAL

Para desenhar essa programação abrangente, a equipe do Solar precisou montar um quebra-cabeça de nomes, datas disponíveis, trabalhos e propostas que resultasse em um caleidoscópio: múltiplo a cada movimentação, plural em suas singularidades.

No total, o Festival tem sete exposições em sua programação. A exposição central desta segunda edição é “Negros na Piscina”, que reúne cerca de 60 artistas e se refere a uma outra paisagem de Brasil. Uma que não existe ainda, mas que está sendo construída por muita gente. Paisagem social e afetiva em que corpos pretos, indígenas e travestis, entre outros vários igualmente negros, possam ter direito a trabalho e a descanso. A curadoria está sob a responsabilidade do pesquisador e escritor Moacir dos Anjos e da jornalista, professora e escritora Fabiana Moraes. A mostra conversa com a exposição “Terra em Transe”, realizada pelo Solar em sua primeira edição em 2018: na ocasião, 600 imagens de 60 fotógrafos apresentavam uma linha do tempo brasileira do começo do século 20 até o mundo pandêmico do século 21.

Já “Cosmopolíticas” tem como proposta inicial colocar em diálogo obras de artistas brasileiros que trabalham na fotografia questões em torno da política da natureza em seus mais variados elementos, através dos corpos, das ausências e dos territórios. A realização é uma parceria com o Foto em Pauta, o festival de fotografia de Tiradentes (MG), com curadoria de Pedro David (MG) e João Castilho (MG). Para a mostra, foram selecionados 12 participantes, incluindo uma dupla e um coletivo.

Por sua vez, a mostra “Quando o Vento Sopra” apresenta uma coleção de imagens de autores internacionais e propõe uma reflexão sobre a importância dos sonhos e seu poder transformador — não apenas na dimensão de devaneio ou delírio, à qual o sonho foi reduzido pela lógica neoliberal, mas em seu significado mais amplo: de imaginar realidades e futuros possíveis. A curadoria é de Ângela Berlinde.

Estas três exposições citadas acima serão abertas na noite da quarta-feira, dia 7, e ficarão localizadas na Pinacoteca.

 

Em paralelo, outro destaque da programação do Festival são as três exposições de livros de fotografia que estarão montadas e abertas à visitação no Centro de Design do Ceará, outro equipamento dentro da estrutura do Complexo Cultural da Estação das Artes. “Constelações Latinas” faz um pequeno recorte de artistas contemporâneas da América Latina que têm como objeto e linguagem o fotolivro. Já “Convocatória Zum” traz os fotolivros selecionados pela Revista ZUM e pela Biblioteca de Fotografia do Instituto Moreira Salles para exposição no Festival ZUM, realizado em 2021. De quase 400 publicações enviadas à época, foram escolhidas 78 livros, zines, revistas e catálogos — uma amostra preciosa desse tipo de produção no País na atualidade. Na exposição “Livros — Espelhos e Janelas da Alma”, o visitante encontrará 46 livros de mulheres fotógrafas, em um recorte temporal que vai de 1969 a 2012 e mostra como essas artistas se inseriram na fotografia brasileira com um legado de qualidade técnica e estética. É a primeira vez que o livro de fotografia autoral publicado por mulheres no Brasil tem destaque no cenário dos eventos de fotografia. Duas dessas artistas referenciais da fotografia brasileira – Maureen Bisilliat e Claudia Andujar – são homenageadas na mostra.

Ainda no Centro de Design, a programação tem como destaque a “Noite Solar”, exposição em formato de projeção com trabalhos de 89 artistas que se inscreveram para a ação. As imagens serão projetadas todas as noites do festival, nas paredes das áreas internas e externas do Complexo Estação das Artes, transformando o equipamento em uma enorme galeria a céu aberto.

Museu da Imagem e do Som (MIS), por sua vez, foi escolhido para concentrar a produção de artistas cearenses dentro do festival. Por isso, uma das exposições que o equipamento recebe é “Horizontes Desejantes”, construída a partir de uma convocatória voltada a artistas do Ceará. Após recebimento e análise do material, os curadores Alexandre Sequeira (PA) e Iana Soares (CE) selecionaram 26 nomes, cujos trabalhos ocupam a Sala Imersiva do MIS.

Também montada no MIS, a exposição “Leocácio Ferreira – Todos Juntos, vamos!”, com curadoria de Rosely Nakagawa, reúne o acervo do fotógrafo, inventor e cinegrafista paraibano que ainda pequeno mudou-se para o Ceará e aqui teve uma intensa atuação no campo da fotografia e da comunicação. O material presente na mostra foi resgatado após uma pesquisa e um trabalho de recuperação e preparo para exibição pública.

Em paralelo, algumas importantes discussões serão promovidas no MIS ao longo do Festival, como a Mesa “O que nos dizem as imagens?”, com a jornalista, professora de Fotografia, editora de livros de Fotografia e curadora de espaços culturais e exposições, Simonetta Persichetti, em uma conversa intermediada pelo fotógrafo e professor Silas de Paula, diretor do MIS. O encontro será na sexta-feira (9), às 19 horas, e pretende discutir o que a fotografia traz para a história do conhecimento do cotidiano, das experiências das pessoas comuns, em uma discussão sobre a contemporaneidade no fluxo entre idolatria e iconoclastia para procurar compreender as relações sociais criadas pelas imagens.

LANÇAMENTOS DE LIVROS, FOTOLIVROS E REVISTAS
TAMBÉM TÊM DESTAQUE NA PROGRAMAÇÃO

Parte importante do Solar, os livros, revistas e outras publicações voltadas à fotografia ganham lugar privilegiado na programação, ao reforçarem o potencial da imagem fotográfica enquanto tema de pesquisa, de item de memória ou produto artístico. A riqueza de atividades nesta área se deu graças à parceria do Solar com a IMAGINÁRIA_Festa do Fotolivro, primeiro festival brasileiro totalmente dedicado ao fotolivro e realizado por Luciana Molisani e José Fujocka. A união dos dois festivais se deu na curadoria da programação realizada conjuntamente e que coloca os fotolivros e as publicações como protagonistas em mesas com importantes discussões, lançamentos de livros e apresentações de portfólios, divididos ao longo dos dias entre o Centro de Design e a Pinacoteca.

Um destaque é o lançamento de livros do jornalista, curador e crítico de fotografia Rubens Fernandes Júnior, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, professor e diretor da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Alvares Penteado (Facom-FAAP).

Outro momento importante será a mesa “Guardar a vida, o tempo e os sonhos em uma revista de fotografia: uma conversa entre editores”, no sábado (10). O nome comprido faz jus ao time reunido, nada menos que cinco editores de publicações de diferentes países. Thyago Nogueira (Zum/BR), Brendan Embser (Aperture/EUA), Luis Weinstein (Sueño de la Razón/Chile), Henri Bararöh (Foam/Holanda) e Alejandra Zamudio (Luna Córnea/México) conversam com a fotógrafa e pesquisadora Daniela Moura (BA).

Entre os lançamentos previstos na edição deste ano e que serão realizados na sexta-feira (9), no MIS, está o do segundo volume de “História da Fotografia no Ceará do Século XX — 1900 a 1930”, do professor Ary Bezerra Leite, e o livro “Luciano Carneiro — Fotojornalismo e Reportagem — 1942 a 1959”, organizado por Sergio Burgi. A apresentação deste momento ficará a cargo do jornalista Marcos Tardin, do Grupo O Povo de Comunicação. (O Povo).

MESAS E DEBATES REÚNEM PROFISSIONAIS QUE SÃO REFERÊNCIA NA FOTOGRAFIA DE TODO O BRASIL PARA MOMENTOS DE TROCA E REFLEXÃO

Por falar em mesas, elas também estão entre os momentos mais aguardados do festival. E um deles acontece logo no primeiro dia, na noite da quarta-feira (7), com a conversa entre os curadores da exposição “Negros na piscina”, Moacir dos Anjos e Fabiana Moraes. Na ocasião, a dupla irá se debruçar sobre aspectos do processo curatorial que resultou no referido conjunto de obras, além de abordar quais questionamentos e inquietações levaram à construção da exposição.

A quinta-feira (8) também começa com uma mesa bastante importante: em “Inventários de livros de fotografia”, Leonardo Wen (SP), criador da Base de Dados de Livros de Fotografia (BDLF), conversa com a portuguesa Ângela Berlinde. O BDLF é um site de referências bibliográficas de acesso livre, que funciona como uma base de dados referencial, biblioteca digital e espaço de reflexão crítica, com o objetivo principal de inventariar a produção editorial brasileira relacionada à fotografia.

A presença de convidados estrangeiros no Solar chama atenção nesta edição, com um fluxo ainda mais rico de perspectivas e trocas de experiências. Um exemplo é o nigeriano Azu Nhagpogu, que também na quarta (8) participa da mesa “Rotas e Enigmas da Fotografia Contemporânea na África”, ao lado da já citada Ângela Berlinde.

Fundador e diretor do LagosPhoto, em Lagos, Nigéria, Azu também criou a African Artists Foundation (AAF) — organização sem fins lucrativos destinada a descobrir talentos, fortalecer a consciência social e fornecer uma plataforma para expressar criatividade — e a Art Base Africa, espaço virtual para descobrir e aprender sobre arte africana contemporânea.

Na sequência, a conversa passa para o comando de duas mulheres, quando a espanhola e recém-eleita presidente da Agência Magnum, Cristina de Middel. conversa com a fotógrafa Marcella Marer (RJ) sobre o tema “A verdade é um juízo de valor”. A conversa promete girar em torno do eterno embate ficção x realidade na fotografia, passando por aspectos do registro documental, da perspectiva de autor, da construção de imagens, entre outras especificidades do gênero fotográfico.

Na sexta-feira (9), o destaque é o equatoriano Pablo Corral Vega, fotógrafo da National Geographic e editor-chefe da revista do Poy Latam, que participa da mesa “Redes Latino-americanas de Fotografia”, ao lado de Maíra Gamarra (AL), pesquisadora, fotógrafa, curadora e produtora cultural no campo da fotografia. Enquanto Vega está à frente do Poy Latam — espaço que busca aproximar a arte e a literatura do jornalismo –, Gamarra idealizou o Mira Latina, espaço de reflexão, desenvolvimento de ideias e de experiências artísticas no âmbito das práticas fotográficas e matrizes visuais que operam na América Latina.

No sábado (10), destaca-se a mesa “Fotos Imaginárias”, uma conversa com o mexicano Mario Bellatin mediada pelo escritor, artista gráfico e editor Joca Reiners Terron (MT). Em 2000, Bellatin fundou na Cidade do México a Escola Dinâmica de Escritores, onde só existia uma proibição: a de escrever. Autor de ficções que usam imagens e fotografias, tais como “Jacobo el Mutante”, “Shiki Nagaoka” e “Biografía Ilustrada de Mishima”, sua obra compreende o ato fotográfico não como algo da ordem do registro, mas do enquadramento. Desse modo, seus textos são fotos imaginárias.

No mesmo dia, à noite, a também mexicana Graciela Iturbide conversa sobre sua obra com a curadora independente Rosely Nakagawa (SP). Considerada uma das melhores fotógrafas da atualidade, Graciela iniciou sua carreira na década de 1970. Sua obra foi publicada em vários países e já teve mais de 90 exposições individuais e coletivas. Acumula diversos prêmios, como o W. Eugene Smith, o Grande Prêmio do Mês da Fotografia em Paris, o Grande Prêmio de Hokaido, no Japão, e o Prêmio da Cidade de Arles, na França. Obteve um dos maiores reconhecimentos do campo da fotografia com o Prêmio da Fundação Hasselblad, em 2008. Em 2021, foi homenageada pela Sony World Photography Award na categoria “Contribuição Extraordinária para a Fotografia”.

Dia intenso na programação do Solar, o sábado (10) guarda ainda outra mesa fundamental para o festival: “Políticas públicas para a fotografia nos novos tempos”, na qual Ângela Magalhães, Fabiano Piúba (secretário da Cultura do Ceará), Glícia Gadelha, Iana Soares, Iatã Cannabrava, Maíra Gamarra, Marcio Tavares, Monica Maia, Nadja Peregrino, Silas de Paula, Tiago Santana e Walter Firmo conversam com Milton Guran, uma das principais referências no campo da antropologia visual no Brasil. Criador (2003) e coordenador do FotoRio — Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro, atualmente é pesquisador do LABHOI — Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense. É também Vice-presidente do comitê científico Internacional do Projeto Rota do Escravo da UNESCO.

CANTORA CÉU FAZ SHOW “COM GOSTO DE SOL” NO SÁBADO (10), PENÚLTIMO DIA DO FOTOFESTIVAL SOLAR

E o sábado (10) segue animado no Solar, culminando à noite, quando ninguém menos que a cantora Céu realiza o show “Um gosto de sol”. A apresentação vai acontecer no palco montado na gare da Estação das Artes. Após cinco trabalhos autorais, “Um Gosto de Sol” é o primeiro disco de Céu somente como intérprete, no qual ela dá voz e sua versão particular a canções de outros autores. Na lista constam faixas como “Bim Bom”, de João Gilberto; “Ao Romper da Aurora”, de Ismael Silva; “Teimosa”, de Antonio Carlos & Jocafi; entre outras, além de pérolas da música internacional, como “Feelings”, de Morris Albert; “Paradise”, de Sade; “May This Be Love”, de Jimi Hendrix; “I Don’t Know”, dos Beastie Boys; e “Criminal”, de Fiona Apple.

Em sua 2ª edição, o Fotofestival Solar acontece de 7 a 11 de dezembro de 2022 na Estação das Artes e no Museu da Imagem e do Som (MIS). Realizado pelo Instituto da Fotografia do Ceará (IFoto), o Solar tem apoio do Instituto Mirante, do Museu da Imagem e do Som (MIS), da Pinacoteca do Ceará, do Centro de Design do Ceará, do Mercado Alimenta CE e da Estação das Artes. O patrocínio é do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura.