Festival de Ogans celebra música e tradição afro-brasileira

O Festival de Ogans Vozes e Tambores chega à Baixada Fluminense entre os dias 22 e 24 de agosto de 2025. O evento gratuito reúne 36 percussionistas para celebrar a importância cultural do candomblé e da umbanda. As atividades conectam ritmo, canto, dança e história, aproximando o público das tradições dos terreiros.
O festival ocupa espaços públicos em Duque de Caxias, Nilópolis e Nova Iguaçu. Um dos destaques é o Museu Vivo do São Bento, local histórico que preserva memórias indígenas, coloniais e quilombolas.
Ogans e a preservação da tradição
Os ogans são percussionistas sagrados que aprendem e transmitem oralmente os toques e ritmos das liturgias. As apresentações acontecem em trios, mantendo a tradição dos terreiros. Instrumentos como os atabaques são essenciais para a execução dos toques, enquanto canto e dança criam uma experiência imersiva para o público.
Mulheres percussionistas também participam, compartilhando saberes e vivências das tradições afro-brasileiras, mesmo sem reconhecimento formal. O festival promove rodas de conversa, como a mesa Mulheres e o Tambor, com Zany Nascimento, Gabrielly Martins e L’AYO, e o encontro O Candomblé e suas Nações: Artesanias e Musicalidade, com Leonardo Valerio, André Cleto e Lourenzo Florido.
Programação e curadoria
Em Duque de Caxias, a curadoria é de Nielson Bezerra; em Nilópolis, de Macedo Griot de Moraes; e em Nova Iguaçu, de Marcos Serra. As atividades começam às 14h em cada cidade, com apresentações e debates que aprofundam o conhecimento sobre a musicalidade e os ofícios das tradições afro-brasileiras.
Cultura, resistência e inclusão
Mais do que um evento musical, o Festival de Ogans é um espaço de difusão cultural e resistência. Ele combate o preconceito religioso e racial, preserva o patrimônio oral imaterial e incentiva o estudo da história afro-brasileira. A iniciativa fortalece a identidade cultural da Baixada Fluminense e promove intercâmbio entre casas de santo.
O festival é aberto a todos os públicos e garante inclusão e democratização do acesso à cultura dos terreiros.