Feira Preta Festival reúne 30 mil pessoas na estreia em Salvador
Música, moda, empreendedorismo, gastronomia, debates, games, audiovisual e programação infantil movimentaram o Distrito Criativo durante os três dias do maior festival de cultura preta da América Latina.
Feira Preta Festival estreia em Salvador com 30 mil pessoas
A primeira edição do Feira Preta Festival Salvador reuniu mais de 30 mil pessoas em três dias de programação gratuita no Distrito Criativo do Centro Histórico. O evento marcou um novo capítulo para a cultura afro-diaspórica no Brasil ao movimentar música, moda, debates, gastronomia, audiovisual, games e atividades para crianças.
Para Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta, levar o festival à capital baiana foi um momento histórico:
“A Bahia é um dos centros mais potentes da diáspora negra no mundo. Esta edição mostra que quando a economia preta se encontra, ela transforma realidades e cria futuros.”
Sued Nunes, Jau, Rachel Reis e grandes nomes celebram a música preta
A música foi o eixo central da programação. No sábado, o Palco Axé recebeu Sued Nunes, indicada ao Grammy Latino 2025, em uma apresentação marcada por emoção e ancestralidade. A cantora destacou a importância do festival como espaço de acolhimento e potência artística.
A noite seguiu com o show de Jau, que recebeu Rachel Reis em participação especial — um dos momentos mais celebrados pelo público.
No domingo, a programação reforçou a força da cena baiana com Pagode Por Elas, Yan Cloud, Vírus Carinhoso, Ministereo Público, Samba Orisun, Baile Essencial e o contagiante show de O Kannalha, que transformou a Praça Maria Felipa em um grande baile afro-baiano.
Segundo ele, “trazer o pagode baiano para este palco já é uma forma de combater o racismo.”
Economia preta em destaque: moda, gastronomia e empreendedorismo
O festival contou com mais de 130 marcas no Mercado da Preta e 16 empreendedores na área gastronômica Preta Degusta, impulsionando setores fundamentais da economia preta local.
O Preta na Moda, em parceria com o Instituto C&A, apresentou coleções de estilistas baianos e da Fancy Africa, destacando o design contemporâneo afro-diaspórico.
Entre os criadores presentes:
Rei Vilas Boas, estilista e fundador da marca homônima
Com estética autoral baseada em espiritualidade afro-brasileira e reaproveitamento de materiais, ele desfilou a coleção Maria Mulambo e expôs peças no Mercado da Preta.
“É um aquilombamento entre empreendedores pretos”, afirmou.
Carla Cristina, criadora do Atelier Carla Cristina
A artesã de acessórios em cerâmica plástica celebrou sua trajetória após participar do programa Feira Preta Cria, que impulsionou a profissionalização de seu negócio.
“Estar na Feira Preta é a realização de um sonho.”
Infâncias, audiovisual, games e criatividade ampliam o festival
A Feira Pretinha ofereceu oficinas e atividades afrocentradas para crianças.
A Casa das Histórias exibiu filmes e promoveu rodas de conversa sobre narrativas negras no audiovisual.
O espaço de games, em parceria com a Salve Games, apresentou títulos como Zumbi dos Palmares e Murukutu: Floresta corpo-território. Stand-up, mapping e outras performances completaram a diversidade da programação.
Realização e parceiros
O Festival Feira Preta Salvador é realizado pelo Instituto Feira Preta e apresentado pelo Ministério da Cultura, Nubank e C&A, com apoio de governos federal, estadual e municipal, além de patrocinadores como NIVEA, Assaí Atacadista, Instituto Assaí, Pinheiro Neto Advogados, entre outros.
