Exposição “Dobras no Tempo” reúne artistas históricos e contemporâneos em São Paulo

Exposição “Dobras no Tempo” reúne artistas históricos e contemporâneos em São Paulo
  • A Galeria Jaqueline Martins e a Casa Gabriel se unem para apresentar a exposição coletiva “Dobras no Tempo”.
  • O evento, que acontece na cidade de São Paulo, reúne artistas históricos e contemporâneos em um diálogo entre o programa da galeria e o novo espaço expositivo.
  • Além disso, a exposição conta com a participação das editoras 55SP e Ikrek, trazendo uma sessão dedicada a obras e livros de artistas com edições limitadas.
  • A mostra é dividida em três núcleos, explorando nuances poéticas, abstração geométrica e a subjetividade do orgânico.
  • A abertura acontece no dia 6 de junho de 2023, e o público é convidado a contemplar a diversidade da expressão artística presente nas obras.

A cidade de São Paulo se prepara para receber a exposição coletiva “Dobras no Tempo”, realizada em parceria pela Galeria Jaqueline Martins e a Casa Gabriel. O evento, que ocorre na Casa Gabriel, um espaço dedicado à cultura brasileira e à promoção de novos talentos, reúne artistas históricos e contemporâneos em um diálogo entre o programa da galeria e o recém-inaugurado espaço expositivo.

A mostra, que tem como objetivo celebrar a diversidade da expressão artística, é dividida em três núcleos temáticos. O primeiro núcleo apresenta trabalhos que exploram nuances poéticas entre imagem e palavra, refletindo uma condição contemporânea em que o hibridismo entre linguagens dilui as fronteiras entre o verbal e o visual. Dessa forma, por meio de múltiplos suportes, são expressas poéticas de diferentes tempos.

O segundo núcleo da exposição aborda um teor mais abstrato e um formalismo geométrico, expandindo as noções de forma, espaço e teatralidade. Ao reunir essas obras, propõe-se um movimento pendular entre o bi e o tridimensional, investigando as fronteiras entre desenho, arquitetura, escultura e instalação. Essa abordagem revela uma linguagem compartilhada com uma profunda compreensão do potencial transformador do espaço.

No terceiro núcleo, os trabalhos investigam a subjetividade do orgânico, explorando uma escuta da natureza e do corpo. Nesse contexto, pontos de vista telúricos ocupam o espaço com proposições em diferentes meios e materialidades, mergulhando na interseção do mundo natural e da psique humana.

A exposição “Dobras no Tempo” busca estimular o público a contemplar o diálogo que emerge das visões contrastantes dos artistas participantes. O projeto tem como objetivo celebrar a diversidade da expressão artística e promover o compromisso com propostas colaborativas entre diferentes espaços multidisciplinares do cenário artístico.

A abertura da exposição ocorrerá no dia 6 de junho de 2023, terça-feira, das 17h às 20h, na Casa Gabriel, localizada na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 2906, no bairro Jardim América, em São Paulo.

Os artistas participantes da mostra incluem Adriano Amaral, Ana Mazzei, Charbel-joseph H. Boutros, Dudu Santos, Juraci Dórea, Pedro França, Regina Vater e Robert Barry. Além disso, a exposição conta com a participação das editoras 55SP e Ikrek, que trazem uma sessão dedicada a obras e livros de artistas com edições limitadas.

A Galeria Jaqueline Martins, fundada em 2011 em São Paulo, é um espaço de pesquisa, documentação, fomento e exibição da produção artística contemporânea. A galeria se destaca por suas estratégias curatoriais colaborativas, que promovem o diálogo entre diferentes gerações e perspectivas culturais.

Já a Casa Gabriel, fundada pela empresária e fotógrafa cearense Renata Vale, é um espaço de arte focado em fomentar a cultura brasileira, com ênfase na produção nordestina e em novos talentos. A Casa Gabriel promove exposições, cursos e conversas para disseminar conhecimento e estimular a pluralidade de manifestações artísticas.

A exposição “Dobras no Tempo” é uma oportunidade única para apreciar obras de artistas renomados e emergentes, em um espaço que promove a interação entre diferentes linguagens e tempos. Não deixe de conferir essa experiência artística imperdível.

marramaqueadmin

MAM São Paulo inaugura 38º Panorama da Arte Brasileira
Ele se chama Bilibeu. Ou Santo Bilibeu, ou ainda Bilibreu. Esculpido em madeira e retinto como o breu, o santo é festejado todos os anos, na Baixada Maranhense, entre as cidades de Viana, Matinha e Penalva. As pessoas que o cultuam foram por décadas chamadas de ‘caboclos’ e apontadas pejorativemente como ‘os índios’. Foi em novembro 2014 que “os índios” passaram a reivindicar perante o Estado e a sociedade envolvente uma identidade indígena específica (não mais genérica). Os Akroá Gamella sempre esteveram ali, demarcando suas terras com os pés, como eles mesmo dizem, e utlizando os recursos naturais, sob regras específicas, com o intuito de preservar a natureza e manter a sua subsistência físisca e simblólica. Foi em segredo mantiveram vivos Entidades que sobreviveram à censura identitária e ao racismo. Bilibeu foi um deles, o mais conhecido de todo os Encantados locais. São Bilibeu perseverou ao silenciamento e permaneceu preservado publicamente porque ficou mimetizado dentro das comemorações do carnaval. Nesse período em que “tudo pode”, Bilibeu pode existir e sair às ruas num festejo que dura 4 dias, no qual dezenas de crianças e adultos pintados de carvão, marcham durante dez ou doze horas, incorporando os ‘cachorros de Bilibeu’ que, de casa em casa, de aldeia em aldeia, caçam. A matilha de cachorros e cachorras, sob orientação de um chefe, o ‘gato maracajá’, caçam comida e bebida para oferecer ao santo que em um determinando momento do ritual morre, é enterrado, sob o choro de mulheres, e renasce na manhã seguinte para continuar dando fartura e fertilidade ao povo Akroá Gamella. Se antes, era celebrado no carnaval, hoje o povo Akroá Gamella, escolheu outra data para o ritual. O dia 30 de abril é, desde de 2019, a data em que Bilibeu é cultuado. Bilibeu definitivamente não é uma festa, é um rito. Um rito que agora marca um evento de muita dor, tristeza e revolta. Pois foi nesse dia, no ano de 2017, que