Exposição de artesãos de Fernando de Noronha traz identidade da ilha para obras de arte a partir de 19 de março

Exposição de artesãos de Fernando de Noronha traz identidade da ilha para obras de arte a partir de 19 de março

Mostra de artesanato tradicional, design contemporâneo e sustentabilidade ambiental é resultado do projeto de formação de artesãos promovido pela Ball Corporation e Rede Asta

A partir deste domingo, 19, os moradores e turistas que visitarem Fernando de Noronha poderão conferir a exposição da Rede Asta Exposição, Design e Sustentabilidade, promovida pela Ball Corporation, líder mundial em embalagens sustentáveis de alumínio, no Memorial Noronhense. Conhecido como um negócio social, o projeto mapeou artesãos da ilha e trabalhou para capacitá-los em novas técnicas de arte, além de promover o empreendedorismo “feito à mão”. As obras expostas foram produzidas a partir de materiais descartados e desenvolvidas para carregar em si a identidade e a tradição de Fernando de Noronha a partir da visão de seus moradores.

Promovendo o diálogo com designers de produto, a ideia do projeto é ajudar os artesãos a desenvolverem obras características da ilha, que a personalidade, cultura e história local por meio de resíduos transformados em arte. Além da criação dessa identidade por meio do design, os profissionais também participaram, ao longo de 10 meses de projeto, de um treinamento em empreendedorismo específico para artesãos e dinamização do mercado regional, que resultaram no encontro do artesanato tradicional, design contemporâneo e sustentabilidade ambiental.

A exposição será inaugurada no Dia do Artesão e ocorre de maneira permanente de terça a domingo, em horário comercial, no Centro Histórico do arquipélago. Todas as 20 peças inéditas foram cocriadas pelo grupo de 30 artesãos inscritos na Rede Asta, e confeccionadas com materiais reciclados, macaramê, pinturas livres e outras técnicas.

“A Ball vem trabalhando há mais de um ano para contribuir com a melhoria de qualidade de vida da comunidade em Noronha, e a Rede Asta traduz nossos valores de maneira única. É uma honra podermos colaborar com os artesãos locais para construir uma identidade de suas obras baseada na ilha e através de resíduos que seriam descartados. Acreditamos no poder da arte na potencialização de mensagens sobre sustentabilidade ambiental e é um prazer colocarmos isso em prática junto com profissionais da ilha neste projeto”, diz Thaís Moraes, Diretora de Comunicação e Relacionamento com a Comunidade da Ball para América do Sul.

Para Cássio Bonfim, produtor da exposição, “desde que a Rede Asta assumiu o desafio de contar a história da Ilha e dos artistas através da Exposição Rede Asta Design e Sustentabilidade histórias foram compartilhadas, laços (re)feitos, novos pontos e cores alinhavavam uma nova produção. Através de oficinas e da co-criação a produção da ilha começa a se traduzir. O que nasce não é apenas uma exposição, mas também um novo momento”.

A exposição conta com peças artesanais, instalações e fotografias, e pretende aproximar o público de uma reflexão sobre a sustentabilidade como um vetor da cadeia do artesanato, suas técnicas, insumos e economia local. Os valores do projeto se relacionam diretamente com ideais sustentáveis do arquipélago, que conta com a Lei Plástico Zero e está trabalhando na implementação do Programa Noronha Carbono Neutro. Além disso, a ilha será a casa do 1º Laboratório de Economia Circular do Brasil, o VADELATA Pelo Planeta, também promovido e patrocinado pela Ball – parceira da ilha em diversos projetos, como o Através da Lente, Arte Recicla, Cantos de Leitura e intervenções na EREFEM Arquipélago Fernando de Noronha e Creche Bem-Me-Quer.

Serviço

Exposição Rede Asta

Data e horário de visitação: a partir de 19 de março, das 9h às 18h.

Local: Memorial Noronhense, Centro Histórico de Fernando de Noronha – PE, 53990-000, Brasil

Entrada gratuita

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MAM São Paulo inaugura 38º Panorama da Arte Brasileira
Ele se chama Bilibeu. Ou Santo Bilibeu, ou ainda Bilibreu. Esculpido em madeira e retinto como o breu, o santo é festejado todos os anos, na Baixada Maranhense, entre as cidades de Viana, Matinha e Penalva. As pessoas que o cultuam foram por décadas chamadas de ‘caboclos’ e apontadas pejorativemente como ‘os índios’. Foi em novembro 2014 que “os índios” passaram a reivindicar perante o Estado e a sociedade envolvente uma identidade indígena específica (não mais genérica). Os Akroá Gamella sempre esteveram ali, demarcando suas terras com os pés, como eles mesmo dizem, e utlizando os recursos naturais, sob regras específicas, com o intuito de preservar a natureza e manter a sua subsistência físisca e simblólica. Foi em segredo mantiveram vivos Entidades que sobreviveram à censura identitária e ao racismo. Bilibeu foi um deles, o mais conhecido de todo os Encantados locais. São Bilibeu perseverou ao silenciamento e permaneceu preservado publicamente porque ficou mimetizado dentro das comemorações do carnaval. Nesse período em que “tudo pode”, Bilibeu pode existir e sair às ruas num festejo que dura 4 dias, no qual dezenas de crianças e adultos pintados de carvão, marcham durante dez ou doze horas, incorporando os ‘cachorros de Bilibeu’ que, de casa em casa, de aldeia em aldeia, caçam. A matilha de cachorros e cachorras, sob orientação de um chefe, o ‘gato maracajá’, caçam comida e bebida para oferecer ao santo que em um determinando momento do ritual morre, é enterrado, sob o choro de mulheres, e renasce na manhã seguinte para continuar dando fartura e fertilidade ao povo Akroá Gamella. Se antes, era celebrado no carnaval, hoje o povo Akroá Gamella, escolheu outra data para o ritual. O dia 30 de abril é, desde de 2019, a data em que Bilibeu é cultuado. Bilibeu definitivamente não é uma festa, é um rito. Um rito que agora marca um evento de muita dor, tristeza e revolta. Pois foi nesse dia, no ano de 2017, que