Escola de Terreiro Mundo Novo lança livro e inaugura espaço

A Escola de Terreiro Mundo Novo lança seu primeiro livro e inaugura o espaço “Território Vivo” neste domingo (30), no Quilombo Mundo Novo, em Buíque, Agreste de Pernambuco. O encontro começa às 14h e celebra a educação quilombola com apresentações culturais, rodas de conversa e a presença de lideranças comunitárias. O evento é gratuito e acontece ao ar livre.

Escola de Terreiro Mundo Novo celebra educação quilombola

O lançamento do livro “Escola de Terreiro: Uma Experiência de Educação Quilombola no Mundo Novo” marca um novo capítulo para a comunidade. A obra reúne memória, cartografias afetivas, reflexões e registros pedagógicos construídos de forma coletiva. O Território Vivo, inaugurado no mesmo dia, será um espaço dedicado à formação, arte e preservação da ancestralidade.

A liderança quilombola Irailda Leandro, professora aposentada e pesquisadora, destaca que a proposta nasce das práticas do próprio território. Ela explica que o projeto fortalece a educação antirracista e valoriza os saberes tradicionais, criando caminhos metodológicos que dialogam com a vida comunitária.

Atividades culturais fortalecem o território

A programação destaca artistas e mestres do Mundo Novo e de Arcoverde. Entre as apresentações estão Samba de Coco Resgate da Alegria, Amanda Lopes, Afoxé Ya Omi Ogunté, Coco Fulô do Barro, George Silva, Lula Moreira, Julia Leandro, Juninho Santos e mestre Assis Calixto, Patrimônio Vivo de Pernambuco.

O evento reforça o vínculo entre cultura, educação e ancestralidade. Além disso, evidencia a força de jovens quilombolas que atuam na produção, comunicação e documentação das atividades.

Educação quilombola como raiz e futuro

A Escola de Terreiro Mundo Novo se baseia na escrevivência de Conceição Evaristo e na transfluência de Nego Bispo. As formações envolveram 96 horas-aula para educadores e 48 horas-aula com estudantes da educação básica. Todo o processo prioriza a contratação de pessoas da comunidade e o uso de produtos locais, garantindo circulação interna de recursos.

O território enfrenta desafios ambientais e fundiários, como impactos da crise climática, avanço do agronegócio e risco de instalação de usinas eólicas. Mesmo assim, o projeto reafirma autonomia, resistência e continuidade das práticas ancestrais.