Entrevista: Tati Falcão, cantora e compositora
1. Tati, seu novo projeto, Divas do Rock, homenageia mulheres que marcaram o cenário do rock. O que a inspirou a criar esse projeto e por que é importante celebrar essas artistas?
Além do meu trabalho autoral eu já cantava músicas no estilo poprock de vários artistas nacionais e internacionais, em sua maioria homens. Até que minha produtora me instigou a criar um show no qual eu cantasse apenas músicas de artistas femininas. Então, montei o divas nacional com as principais cantoras no estilo que me influenciaram a vida toda e deu tão certo que, já na sequência, montei o divas internacional, também com alguns dos maiores nomes do poprock internacional. Eu acho importante nós mulheres homenagearmos, com nossas vozes, as artistas femininas, já que há tantos cantores por aí que prestigiam brilhantemente os artistas masculinos. Então, peguei a bandeira de fazer o Divas, pois do início ao fim todas as músicas são das maiores divas poprock de todos os tempos.
2. Além das lendárias divas do rock, você também inclui músicas autorais, como “Grande Sol” e “Mil Coisas”, que abordam temas profundos. Como essas músicas se encaixam no contexto do projeto?
Na verdade eu canto até outras de minha autoria. São várias que incluímos nos shows. E, exatamente por minhas músicas serem no estilo poprock também, ficam muito bem introduzidas entre as já conhecidas de outras artistas e, muito embora não sejam do conhecimento das pessoas, não soam diferentes ou maçantes.
3. Como foi a experiência de trabalhar com músicos renomados como Ricardo Rodrigues e Zé Henrique na produção de suas músicas autorais?
Eu já trabalhei com dois outros produtores, todos muito bons. O diferencial do Zé e do Ricardo, todavia, está na larga experiência, principalmente do Zé Henrique, no mercado musical e fonográfico. Então, além da qualidade e profissionalismo do estúdio, recebi dicas valiosíssimas de quem produziu grandes artistas ao longo de anos.
4. Zé Henrique, da Banda Yahoo, elogiou sua energia incrível e paixão pela música. Como você mantém essa paixão viva ao longo de sua carreira?
Eu sou movida a música desde criança. Tudo em mim reflete música. O palco pra mim representa o êxtase, a sensação máxima de plenitude. O contato com o público me eleva. Na verdade, por mais que seja algo profissional, eu me divirto mais do que trabalho. A palavra seria essa: diversão.
5. Você mencionou que sua carreira começou no Rio de Janeiro, em locais icônicos como o Beco das Garrafas e o Teatro Rival. Como essas experiências moldaram sua trajetória musical?
Comecei cantando em shows de alguns artistas amigos e isso me deu experiência de palco. Então, subir nos palcos desses e outros lugares importantes da nossa cultura regional foi a confirmação de que meu trabalho estava sendo valorizado, bem como que eu já poderia, então, pensar em fazer meus próprios shows.
6. Em 2020, sua turnê teve que ser cancelada devido à pandemia. Como foi lidar com essa situação e o que podemos esperar da sua retomada nos palcos com o projeto Divas do Rock?
Eu tinha realizado meu primeiro show grande e estava muito animada pra fazer minha primeira turnê. Foi quando, uma semana depois, tudo fechou. Mas eu encarei como parte de um ciclo pelo qual eu e todos deveríamos passar e, embora em algum momento eu tenha chegado a pensar que não voltaria aos palcos (devido aos sentimentos próprios causados pela pandemia), assim que tudo reabriu eu não me contive e comecei a cantar novamente, desta vez em uma banda que durou quase um ano. Foi quando conheci o Zé e o Ricardo e começamos a produzir alguns singles. Nesse meio tempo a música começou a invadir minhas células, como diz o Zé, até que finalmente veio a idéia de fazer o Divas.
As pessoas podem, certamente, esperar um showzão de rock que, sem falsa modéstia, faz o público dançar até o fim. Até porque, atualizamos o show que, agora, mistura o divas nacional e o internacional. Vale mesmo a pena ir!
7. Suas músicas frequentemente abordam temas como felicidade, liberdade e superação de desafios enfrentados pelas mulheres. Como você vê seu papel como artista na luta por igualdade e empoderamento feminino?
O mais engraçado é que eu jamais planejei fazer esse tipo de música, bem como levantar qualquer bandeira. Todas as minhas letras, sem exceção, nasceram de dentro pra fora. Até algumas com parcerias jamais deixaram de ter uma conexão comigo. Eu canto, pois, aquilo que eu penso e sinto como ser humano e mulher e, de quebra, isso atinge as mulheres que, de alguma forma, se conectam comigo. Na verdade, ao longo da minha carreira, eu percebi que eu, até sem querer, levanto bandeiras como a de positividade, liberdade e de empoderamento, mas não exatamente feminino. É um empoderamento pessoal, extensivo a todos os gêneros, que qualquer pessoa precisa para viver. Mas, como sou mulher, talvez as mulheres de identifiquem mais.
8. Além das divas do rock, existem outros artistas ou gêneros musicais que influenciaram sua carreira e estilo musical?
R: Eu até gosto de eventualmente ouvir uma música que não seja rock, mas ele continua sendo o estilo que me faz virar um furacão em cima do palco. Artistas dos mais variados gêneros, como Barão Vermelho, pra citar uma banda nacional, e Gun’s Roses, internacional, são apenas alguns e eu seria injusta pois sou fã de muitos!
9. Nas redes sociais, você compartilha muito sobre sua jornada e seu trabalho. Como a interação com seus fãs e seguidores influencia sua música e sua carreira?
Eu penso que não sou apenas cantora mas uma comunicadora. Eu amo falar em frente a uma câmera, e a espontaneidade é a minha marca registrada. E quanto mais eu interajo com meu público e mais recebo dele o feedback, mais eu amo fazer o qur faço, ou seja, cantar pra eles.
10. Finalmente, Tati, o que o futuro reserva para você? Há planos de lançar mais projetos, álbuns ou colaborações que seus fãs podem esperar?
Eu tenho canções não gravadas ainda, e que certamente serão. Mas agora eu quero rodar por aí com o Divas e me tornar conhecida e, de preferência, com minhas músicas autorais que, aos poucos, serão introduzidas nos shows.