1. O que motivou você a escrever uma biografia de Joel Rufino dos Santos voltada para o público juvenil?
As obras dele destinadas a esse público, bem como declarações suas que acompanhei em entrevistas (algumas feitas por mim), além de sua atuação na imprensa, escrevendo artigos e participando de debates.
2. Como foi o processo de realizar entrevistas com Joel Rufino dos Santos? Alguma lembrança ou conversa marcou você durante essa jornada?
Todos os encontros com Joel foram marcantes. Desde o primeiro, no ano do 2000, na primeira vez que o entrevistei para a Revista Bundas. Depois tivemos outros contatos ao longo, que só aumentaram minha admiração e determinação de escrever o seu perfil e oferecer à Moderna.
3. Quais foram os maiores desafios ao adaptar a trajetória complexa e multifacetada de Joel para um livro de apenas 56 páginas?
Bem difícil. Muita informação ficou de fora, infelizmente. A vida dele e sua trajetória literária justificariam um volume bem maior, mas o padrão da Coleção é de livros neste tamanho e o público a que se destina também não comporta muito obras extensas.
4. Rodrigo Andrade contribuiu com ilustrações para o livro. Como foi a colaboração entre texto e imagem? Há algum detalhe específico nas ilustrações que você destacaria?
O contato com o ilustrador, aprovação das imagens, do projeto gráfico, tudo isto foi feito pela editora. Não o conheço pessoalmente, mas fiquei muito satisfeito com o seu excelente trabalho, que enriqueceu por demais o livro. Ele é praticamente co-autor!
5. Joel Rufino teve forte atuação política e literária. Como você equilibrou esses aspectos no texto para que o leitor jovem compreendesse a importância histórica dele?
Tentando escalonar capítulos, onde abordei vida, obra, família, militância política, academia etc.
6. Joel Rufino dos Santos é descrito como um “humanista, inquieto, um homem livre”. Qual dessas características você acredita que mais ressoa na juventude de hoje?
R: Creio que sua vida e obra justifica todos os adjetivos. Mas o “humanista” talvez seja o que melhor define sua trajetória.
7. A obra aborda a perseguição que Joel sofreu durante a ditadura militar. Como você enxerga a importância de trazer esses episódios para o público jovem atualmente?
Como diversos exemplos da chamada literatura de combate, produzida durante os anos da ditadura, alguns títulos não chegaram bem ao grande público, talvez por problemas de distribuição. Daí a importância de falarmos nesses livros, citar trechos, transcrever…
8. Além de sua contribuição acadêmica, Joel se destacou na literatura infantojuvenil. Qual foi o impacto dele nesse gênero e como você acredita que suas obras ainda influenciam autores hoje?
Joel foi um dos maiores no gênero, reconhecido por escritores, estudiosos, instituições que trabalham com o livro e pelo público. Um autor muito lido, comentado e respeitado.
9. Quais lições ou mensagens centrais você espera que os jovens leitores levem ao conhecer a vida de Joel Rufino?
R: Espero que se encantem com o homem e que corram atrás da obra do escritor.
10. Você já escreveu sobre outros personagens históricos, como Patativa do Assaré. Como essas experiências influenciaram sua abordagem na biografia de Joel Rufino?
Não sei se há influência, porque cada personagem é único. Como escrevo também livros de ficção de poesia, penso que os perfis que escrevi (Patativa, Luiz Gonzaga, Ary Barroso) tentam se sustentar em um viés literário, pois não sou historiador nem pesquisador profissional, apenas um jornalista e escritor que gosta de escrever sobre quem admira.
11. Quais são seus próximos projetos literários? Alguma outra biografia está nos seus planos?
No momento não estou tocando nenhuma biografia, e sim alguns projetos de literatura de ficção.
12. Se pudesse conversar novamente com Joel Rufino hoje, o que gostaria de dizer ou perguntar a ele?
Gostaria de dizer que foi uma imensa alegria escrever sobre ele. E perguntar o que achou do livro.