Entrevista: Lucas Firmino, cantor e compositor

1. Lucas, como você equilibra sua carreira como engenheiro agrônomo com sua carreira na música sertaneja? Quais são os desafios de administrar essas duas paixões?
Eu sempre vim trazendo as duas paixões que são as duas profissões bem equilibradas sem deixar uma ou outra para trás, mas a proporção que a música vai se alastrando e as coisas vão fluindo com as bençãos de Deus, vai precisando de uma atenção maior, então na parte do Agro também tenho a minha família que cuida e fica no controle das coisas, do mesmo modo que me ajudam na parte musical.
2. Você cresceu em uma família envolvida no agronegócio. Como essas raízes no campo influenciaram sua música e sua jornada na música sertaneja?
O campo em si, a roça mesmo no modo de dizer, já está totalmente ligada à música sertaneja, principalmente na questão dos “modão antigo”, aqueles bem raiz mesmo, que retratava perfeitamente essa ligação, então essa influência na música já vem desde que me entendo por gente, tanto a roça influenciando na música como a música influenciando na roça, seja da maneira de viver, de ver o mundo, escrevendo as músicas, entre inúmeras coisas.
3. Seu projeto “Rolê do Bruto” é um grande marco na sua carreira musical. O que os fãs podem esperar deste projeto e qual é a mensagem que você quer transmitir através dele?
Nesse meu projeto atual “Rolê do Bruto” tem um total de nove faixas, sendo que grande parte já está disponível para o público mas ainda tem muitas surpresas por vir, uma delas é a música que tem participação da Boiadeira Ana Castela. Tem muita moda boa chegando e o público de Agroeiros e Agroeiras não perdem por esperar, pois cada música traz consigo uma história de alegria, descontração, viver a vida intensamente, pois a vida é muito curta para deixarmos para amanhã inúmeras coisas que já podíamos ter feito.
4. Você mencionou que foi influenciado por artistas como Chitãozinho e Xororó, Leonardo e Cristiano Araújo. Como esses ícones da música sertaneja moldaram seu estilo musical?
Através principalmente de suas músicas, mostrando a beleza contida em cada uma, a maneira de enxergar a vida, mostrando também como são como pessoas, não apenas como artistas, através da humildade, da simplicidade, enfim, uma série de fatores que ajudaram neste processo.
5. Sua paixão pela música começou cedo, quando você começou a tocar violão aos 6 anos. Como essa paixão se desenvolveu ao longo dos anos e o levou à música profissional?
Foi apenas questão de tempo, visto que desde pequeno sempre gostei também da parte musical, comecei tocar violão bem pequeno, posteriormente fiz aulas para aperfeiçoar, comecei brincando fazendo imitações de vozes de cantores, e por aí as coisas foram fluindo e as pessoas gostando e incentivando cada vez mais.
6. Dentre as canções do “Rolê do Bruto”, há colaborações com outros artistas sertanejos. Como foi trabalhar com essas parcerias musicais e o que elas acrescentaram ao seu trabalho?
Foi uma sensação inexplicável, realização de um sonho cantar com artistas tão conceituados e admirados por todos, sendo que isso acrescentou muito e me fez ficar ainda mais fã do trabalho deles como artistas e como pessoas.
7. A música tem um poder incrível de tocar os corações das pessoas. Qual é a mensagem ou sentimento que você deseja transmitir aos ouvintes com suas músicas?
A música é o veículo, a ponte, por onde consigo transmitir para todas as pessoas as coisas boas da vida, alegrias, felicidades, histórias de superação, momentos de tristezas também, ou seja, através dela não só eu, mas todos cantores conseguem ter esse contato direto com cada pessoa, tocando a vida de cada uma de uma maneira diferente e única. Música é vida!
8. Lucas, qual é a sua comida favorita? Tem alguma relação com a vida no campo?
Gosto demais do churrasco, daquele arroz com galinha que não pode faltar e também o famoso feijão tropeiro que só de pensar já deu água na boca, e com certeza todas essas comidas tem relação com a vida na roça.
9. Se você pudesse ser um animal da fazenda por um dia, qual você escolheria e por quê?
Confesso que essa tive que responder rindo bastante, mas se fosse pra escolher, escolheria o cavalo, pelo fato de ser imponente, livre, forte, destemido e marca presença chamando atenção onde chega.
10. Você já encontrou alguma situação engraçada enquanto estava em uma de suas fazendas que gostaria de compartilhar conosco?
Não só encontrei como fiz parte de uma situação na qual estava na lida do gado, e no cavalo que eu estava o arreio se soltou e eu caí bonito no chão, e o cavalo foi embora me deixando pra trás, mas ele chegou no curral e ainda levou o gado sozinho.
11. O gênero musical “Agronejo” é relativamente novo. Alguns críticos acreditam que ele é uma fusão interessante, enquanto outros argumentam que pode diluir a tradição do sertanejo. Como você responde a essas críticas?
O Agronejo veio para somar, para acrescentar, sendo uma nova vertente trazendo mais possibilidades e chances para todos do gênero, para estarem mostrando e difundido ainda mais seu trabalho, levando como assunto principal a vida no campo, na roça, e mostrando um pouco do que muitos desconheciam e dando o devido valor e respeito ao agro que é a base de tudo.
12. A música sertaneja muitas vezes lida com temas de amor e relacionamentos. Você acha que o agronegócio, que faz parte da sua vida, pode ser uma fonte rica de inspiração para esse tipo de música?
Com certeza é uma grande inspiração, trazendo por exemplo letras românticas voltadas para situações do agro, como exemplo de situação a vida de duas pessoas que uma gosta do campo, outra da cidade, então tem muitas histórias e inspirações nesse sentido também.
13. A vida na fazenda frequentemente envolve um trabalho árduo e desafios diários. Como você equilibra a romantização da vida no campo na música com a realidade muitas vezes difícil da agricultura?
Com certeza a vida no campo é um trabalho cheio de obstáculos e imprevistos, correrias, trabalho duro, etc., mas tudo isso é muito prazeroso, porque no fim das contas tudo sempre dá certo por mais difícil que seja ou que esteja a situação, então nas letras a gente brinca com essas situações, mostrando um pouco das dificuldades e mostrando no fim das contas quando tudo já deu certo.