Entrevista: Forgotten Boys, banda de rock

Entrevista: Forgotten Boys, banda de rock

1. Depois de mais de uma década sem lançar um álbum de inéditas, o que motivou o retorno com “Click Clack”? O que mudou na sonoridade da banda desde “Taste It”??

Acho que o motivo principal foi registrar a química e o entrosamento da banda hoje que está muito boa. Sabíamos que queríamos gravar ao vivo, mas não sabíamos exatamente o que. Quando começamos a ensaiar as músicas foram vindo e quando vimos tínhamos um disco. 

2. Como foi o processo de gravação de “Click Clack”? O fato de terem feito as músicas com 2 ou 3 takes ao vivo influenciou o resultado final?

Sim, sempre. O Forgotten é uma banda que em geral sempre gravou tocando juntos ao mesmo tempo, pela praticidade e para registar a energia. E o jeito que funciona melhor para a gente. O resultado é uma fotografia sincera da banda no momento em que gravamos. 

3. O álbum foi produzido pelo Chuck Hipolitho, baterista da banda. Como foi trabalhar com um membro da banda na produção? Houve um diferencial no processo criativo por ele estar tão envolvido?

No caso eu mesmo 🙂 foi legal porque tudo ficou na nossa mão. Porque conheço os meninos há tanto tempo, tenho intimidade e um caminho livre na comunicação para chegarmos aos resultados. Entendo meu papel agregador e também estético no trabalho como produtor, mas acho que boa parte desse trabalho foi ter bom senso para deixar a banda ser ser o que é. 

4. Com a atual formação da banda, que é um quarteto, como vocês sentem que isso influenciou a dinâmica do grupo e a criação deste álbum?

As decisões são tomadas mais rápido e todos decidem tudo juntos. A composição também se deu em conjunto. No nosso caso, não há disputas de ego, então sempre somamos muito bem quando colaboramos um com o outro. 

5. Cada um dos integrantes está envolvido em projetos paralelos bem distintos. Como isso impacta a banda? Essas experiências externas influenciam o som dos Forgotten Boys?

Acho que só enriquece porque amplia o repertório artístico e experimental de cada um. 

6. Quais foram as maiores influências musicais que guiaram a composição de “Click Clack”? A energia do rock continua presente, mas há novos elementos ou estilos que vocês exploraram?

Acho que a maior influência foi nós mesmos, e na medida do possível tentamos não repetir fórmulas. Dessa maneira acho que as influências aparecem mas de forma mais artística e sublime. 

7. Vocês gravaram o álbum nos estúdios Artsy Club e Jalapeño Verde, em São Paulo. Como foi a experiência de gravar nesses espaços? Sentiram que o ambiente trouxe algo de especial para as faixas?

O Artsy é onde eu trabalho, uma sala grande com ótimos equipamentos e um clima muito bom para receber uma banda tocando e gravando ao vivo. O Jalapeno é um estúdio menor, onde a gente consegue se  concentrar na gravação dos vocais… estúdios e momentos que funcionam de maneira diferente e que se complementam. São estúdios diferentes para momentos diferentes da produção. Porém, o Jalapeño é o estúdio onde fizemos todos os ensaios de composição para o disco, é nossa casa. 

8. O álbum foi masterizado em Chicago por Carl Saff. O que essa escolha trouxe de diferente para o som final do álbum? Por que decidiram trabalhar com ele?

Veio com indicação do Steve Shelley do Sonic Youth que toca com o Gustavo no Riviera Gaz. É um ouvido profissional de fora e com muita experiência com rock alternativo. É isso que queríamos, alguém que melhorasse ainda mais o som das mixes. 

9. “Click Clack” é descrito como um álbum espontâneo e autêntico, com arranjos simples e guitarras distorcidas. Essa simplicidade foi algo que vocês buscaram intencionalmente ou surgiu naturalmente durante as gravações?

É o que buscamos sempre na verdade. Concentrar as mensagens no que for essencial. 

10. A arte gráfica do álbum foi desenvolvida por Tomas Spicolli. Como foi a colaboração com ele e como a arte reflete a essência do “Click Clack”?

Ele fez algumas opções e estudos, no final ficamos com o que era apenas um rascunho. Queríamos uma capa simples, sem o nome da banda, acho que chegamos exatamente no que queríamos. O toque do Thomas está também no resto do projeto gráfico todo, já trabalhamos com ele no passado e é um amigo. 

11. Vocês já têm datas de shows marcadas para outubro. O que o público pode esperar dessas apresentações? O setlist incluirá faixas de álbuns anteriores ou será focado no novo trabalho?

Estamos programando um show de lançamento para Novembro em São Paulo e acabamos de voltar de uma tour que passou por Uberaba, Uberlândia, Goiânia e Brasília. Os shows vão privilegiar o disco novo mas também trazer aquelas que as pessoas já conhecem e também querem ouvir com essa química atual. 

12. Desde 1997, vocês tiveram a oportunidade de compartilhar o palco com grandes nomes como Guns ‘N’ Roses e MC5. Como essas experiências moldaram a trajetória da banda ao longo dos anos?

Nos deu confiança e uma validação muitas vezes necessária, mas também aprendemos observando.

13. Quais são as expectativas de vocês para o futuro da banda após o lançamento de “Click Clack”? Já têm planos para novos projetos ou turnês internacionais?

Queremos explorar o máximo possível o lançamento e para onde isso nos levar, nós iremos. . 

14. O álbum será lançado em formatos físicos como CD e LP. Como vocês veem a importância desses formatos em uma era digital? A conexão com o público é diferente através do LP, por exemplo?

Acho que são formatos diferentes para preferências diferentes, isso existe hoje. É muito bonito ver um disco de verdade nas nossas mãos, mas também entendemos que em sua maioria os discos estão no streaming. Tem uma coisa que é muito boa, o formato físico se reverte em mais dinheiro quando vendemos, o que se arrecada com a venda de CD e LP não se comparar com a mixaria que vem do digital. 

marramaqueadmin