1. Como surgiu a ideia de dar sequência à história de Quibe, a formiga corajosa? O que você queria explorar de novo nesta continuação?
A ideia veio dessa brincadeira do Arthur, de continuar falando sobre a Quibe e inserir novos personagens. Ele estava numa fase muito interessado por abelhas, achando-as bonitas e interessantes, enquanto aprendia na escola sobre polinização, mas ao mesmo tempo tinha medo e saía correndo quando via uma. Assim, a vontade de trabalhar mais esse tema surgiu, além de incluir a questão do mel e da receita para dar um tom lúdico, envolvendo atividades como caça ao tesouro.
2. Como foi trabalhar com seu filho Arthur neste livro? Ele contribuiu com ideias para a história?
A gente já tem essa brincadeira dentro de casa de ficar escrevendo histórias. Sempre que estou com o computador, ele pergunta se pode ajudar, acreditando que escrevo historinhas o tempo todo. Ele sentou do meu lado e começou a falar o que achava legal para o livro dois. Temos até um arquivo com histórias de um pinguim e ideias de filmes, mas com Quibe já havia uma base, então Quibe dois surgiu dessa extensão das ideias dele.
3. O livro traz uma mensagem sobre a importância das abelhas. O que te motivou a abordar esse tema com as crianças, e como acredita que elas respondem a isso?
Adoro abelhas e já faz anos que escutamos sobre a sua importância. Sem abelhas, não existimos. O Arthur ficou impressionado com isso na escola, lidando com a admiração e o medo. Então, criar uma personagem como a Zizi, brincar de caçar tesouros e explicar a dinâmica das abelhas poderia ajudar a diminuir o medo e despertar o interesse em aprender.
4. De onde veio a inspiração para a abelha Zizi? Ela tem algum significado especial para você ou para o Arthur?
Quando escrevíamos Quibe 1, apareceu uma abelha em casa e o Arthur ficou assustado. Expliquei que ela poderia ser amiga da Quibe, e ele se animou com a ideia. Ele acordou no dia seguinte dizendo que conversou com a Quibe e que a Zizi era uma amiga dela. Essa abelha se tornou uma parte importante da nossa história desde então.
5. Ao final do livro, você inclui a receita da panqueca com mel da Zizi. O que te levou a adicionar esse toque interativo e como espera que as famílias aproveitem esse momento de leitura?
Gostei muito de um livro da Silvana Rando, onde no final podíamos escrever uma carta ao personagem. Isso foi tão divertido que pensei: por que não fazer isso no meu livro? Como falamos de abelhas e mel, a ideia de estender a leitura para uma atividade de cozinhar com as crianças surgiu. Elas adoram ajudar e participar, então isso fez todo sentido.
6. Seu texto é descrito como divertido tanto para crianças quanto para os adultos que leem junto. Como você equilibra o humor para atingir diferentes públicos?
Acho que, como leio para ele toda noite, me inspiro em livros que mais entretinham. Para crianças muito pequenas, os livros costumam ser mais superficiais, mas à medida que vão crescendo, você acessa histórias com mais profundidade e sarcasmo. É gratificante ver as crianças entendendo e apreciando esse tipo de literatura.
7. O projeto gráfico é bastante interativo, fazendo com que o leitor gire o livro para acompanhar o voo da abelha. Qual foi o processo criativo por trás desse conceito visual?
Essa ideia de fazer o caminho da formiga e depois o voo da abelha surgiu em uma reunião com o pessoal da companhia, que sugeriu esse conceito. A ilustradora, Juliana, consegue inserir isso de uma forma divertida e rica, transmitindo uma sensação de movimento que encanta as crianças.
8. Depois de seu primeiro sucesso infantojuvenil, o que te fez continuar na literatura infantil? Planeja escrever mais livros para crianças no futuro?
Resolvi fazer Quibe 2 porque o Arthur ainda está nessa fase em que a Quibe faz sentido para ele. Tenho vontade de acompanhar a evolução dele com a nossa escrita e planejo sim fazer mais livros. Quem sabe depois eu mude um pouco o foco quando ele tiver 9 ou 10 anos e comece a escrever para essa faixa etária.
9. Que livros você gostava quando criança, e como eles influenciaram seu desejo de escrever para o público infantojuvenil?
Eu adorava muitos livros, como a coleção Vagalume, mas para um pouco mais velho. Para crianças menores, gostava de livros como “Se as coisas fossem mães” e “O Reizinho Mandão”. Mais tarde, entrei em Agatha Christie e livros de mistério. Essas leituras foram fortes em minha memória e ajudaram a moldar meu desejo de escrever para crianças.
10. A escolha de lançar o livro em uma livraria infantil parece perfeita! O que o público pode esperar desse evento na Casa Cosmos?
O evento vai ser muito fofo, o lugar é lindo, e teremos interação com as crianças. Haverá uma caça ao tesouro onde elas encontrarão ingredientes para fazer panquecas, como mel e morango. Estou avisando minhas amigas com filhos, pois será divertido juntar as crianças e criar um momento especial no domingo.
11. Quais foram os maiores desafios ao escrever Quibe e o tesouro das abelhas em comparação com seus outros livros para adultos?
O maior desafio foi equilibrar a mensagem educativa e lúdica, trazendo fatos importantes e aprendizado sem desestimular as crianças na leitura. Tive a vontade de ensinar sobre polinização e criar uma narrativa que fosse leve e interessante para o público infantojuvenil.