Entrevista: Bebé, cantora, compositora e produtora

Entrevista: Bebé, cantora, compositora e produtora

1. O que inspirou o título “SALVE-SE!” para o seu segundo álbum?

O título surgiu de repente através da brincadeira com o meu sobrenome Salvego, aonde eu também brinco com isso no meu projeto de DJ intitulado SALVEGOD. Para além disso o disco acaba tratando esse tema de uma forma singela trazendo o conflito com uma perspectiva tranquila, na história pude fortalecer e me salvar, aliviar de sensações que me deixariam estagnadas. Uma vez que todos nós enfrentamos em estar atentos nas armadilhas que nós mesmos criamos em nossa vida, não se perder de si mesmo no meio das frustrações

2. Como foi o processo de criação das 10 faixas do álbum?

Foi um processo tranquilo onde tive a oportunidade de aproveitar os rascunhos que existiam dentro do meu computador, como samples, beats e ideias de melodias, após a minha autoconfiança de já ter lançado um primeiro disco no mundo. Filtrar, trabalhar tudo isso com o meu produtor musical Sergio Machado Plim foi divertido observar as musicas sendo muito bem amarradas esteticamente e o Plim somando muito com aqueles universos que tinha produzido, meu irmão fez bastante parte desse projeto, morando comigo vira e mexe a gente se divertia, ele gravava uma ideia de baixo, de guitarra e o Plim olhando tudo aquilo com uma Lupa. Um ponto importante dentro do processo foi ter a possibilidade de ter mais músicas que o necessário e escolher a dedo quais conversavam mais com a história do disco. Somou muito também eu ter trocado com novas parcerias de composição que somaram muito a partir desses rascunhos tanto no meu processo como compositora, tanto para algumas músicas desse disco em si, parceiros como Dinho Almeida, Vitor Milagres, Bruno Rocha, João Menezes, Felipe Salvego.

3. Você pode nos contar um pouco mais sobre a colaboração com Dinho Almeida e BK’?

Essas participações que surgiram organicamente através do encontros, realmente deixaram meu disco gigante. O Dinho que havia me mandado Recado Dado no whatsapp praticamente pronta, onde finalizei com meus versos, flows e ele simplesmente me deu de presente, fiquei em choque! Além disso, o BK’ que após minha participação dentro do disco ICARUS, tinha muita vontade de dar continuidade nessa parceria e trazer ele para minha história, ele muito sagaz somou incrivelmente nesse som e comprou a ideia da letra. Achei absurdo ter esse dois artista que admiro muito

4. Quais foram os principais desafios que você enfrentou durante a produção deste álbum?

O principal desafio foi fazer o álbum em geral foi administrar o tempo, é preciso muita insistência no desenvolvimento, alinhar a agenda de todo mundo e estabelecer metas até a entrega da data necessária, não depende só de mim para que esse álbum seja realizado. Nesses momentos eu até desejava que o dia tivesse 48 horas

 5. Como você descreve a evolução do seu som desde o seu álbum de estreia até “SALVE-SE!”?

Para mim foi uma evolução natural, existe uma pressão dentro de mim ao mesmo tempo de sempre querer entregar cada vez mais, principalmente porque tenho orgulho do meu primeiro trabalho e queria ter muito mais orgulho desse grande passo, mas foi natural, fui confiando mais e me desafiando cada vez mais, meu objetivo com o meu som é sempre evoluir e sair da minha zona de conforto, isso com certeza é uma das causas da evolução.

6. Qual é a mensagem principal que você quer transmitir com este novo trabalho?

A mensagem parte do título onde grito não só para mim mesma e relembro ao mesmo tempo para o mundo que não devemos entregar nosso coração a ninguém há não ser para nós mesmos. Assumir o processo da paciência e manutenção de avaliar sempre as estruturas que te cercam e se realmente fazem sentido.

7. Como foi trabalhar novamente com Sérgio Machado Plim como co-produtora?

Pra mim é sempre como trabalhar com um Professor, só que me sinto sempre trabalhando com ele de igual pra igual. Nós nos entendemos muito na música e sempre nos desafiamos juntos, maneiro o jeito de como o álbum cresceu a partir de rascunhos e estruturas onde o Plim botava a magia dele e somava muito na estética musical do disco.

8. Quais são suas faixas favoritas no álbum e por quê?

Confesso que todas são as minhas favoritas mas no momento está sendo – Novas ideias/ Pq no puedo?, uma música que anda me deixando muito em pazl e sou muito feliz de ter ela com a parceria de Vitor Milagres.

9. Que tipo de impacto você espera que “SALVE-SE!” tenha nos seus fãs e na indústria musical?

 Só espero que o máximo número de pessoas ouçam e que impacte na coragem dessas pessoas no dia a dia.

10. Se você pudesse ser qualquer instrumento musical, qual você seria e por quê?

Seria um Baixo fretless. minimalista ou swingado que faz cozinha com bateria ou também soa muito bem sozinho

11. Qual é a sua comida favorita para comer durante longas sessões de gravação?

Salada, não gosto de comer muito durante as gravações. Me tira do foco e atrapalha minha respiração ao cantar

12. Se você pudesse escolher um superpoder para usar no estúdio de gravação, qual seria?

Edição de áudio apenas com a força da mente.

13. Como você vê a representação da música indie e rap/trap na mídia brasileira atualmente?

A representação do indie é realmente muito branca e do Rap muito masculina, mas ainda sim observo pessoas geniais e incríveis que o mundo deveria conhecer e que a midia poderia fortalecer como o Negro Leo, por exemplo.

14. Você acha que a indústria musical brasileira dá espaço suficiente para novos talentos como você?

Acho que estamos no caminho mas sempre fico de olho no que é realmente possível de dar espaço e o que é migalha.

15. Quais são suas opiniões sobre a influência do mercado internacional na música brasileira?

Acho importante, porém no sentido de não copiar os modelos e presets de produção musical e sim aprender com os processos de desenvolver a criatividade e a pesquisa sem medo. Por mais que as estruturas sejam completamente diferentes, o Brasil poderia ter mais coragem de assumir sua potencialidade, genialidade e olhar, apoiar, se inspirar mais em artistas de seu território.

16. Como você sente que evoluiu como artista desde o seu primeiro álbum até agora?

Me sinto mais confiante, porém o meu processo estará sempre em processo.

18. Qual foi o momento mais memorável da sua carreira até hoje?

Com certeza, ter cantado temas de jazz com 16 anos com a Brasil Jazz Sinfônica na Sala São Paulo

19. O que podemos esperar de você nos próximos anos, além de “SALVE-SE!”?

Se eu tiver estruturas, discos cada vez maiores, shows cada vez maiores. Sempre estarei envolvida com a música e arte de qualquer forma.

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