Um novo livro, “Dever e poder: dívida externa e autonomia na Argentina de Alfonsín a Kirchner (1983-2007)”, de Matheus de Oliveira Pereira, analisa as complexas relações entre Estado e capital na Argentina. A obra explora os desafios da autonomia argentina nas negociações de dívida externa. A publicação busca responder questões cruciais sobre a perda e recuperação da autonomia econômica de um país.
Autonomia argentina frente a credores internacionais
O livro questiona o que leva um país a perder sua autonomia econômica. Além disso, investiga as condições para recuperar a capacidade de definir políticas sem interferência externa. A obra também aborda como a Argentina resistiu, em certos momentos, à pressão de instituições como o FMI. O autor examina um período turbulento da história econômica argentina, entre 1983 e 2007.
Análise da dívida externa argentina
A análise abrange desde a eleição de Raúl Alfonsín até o fim do primeiro governo de Cristina Kirchner. O autor analisa as condições e limitações enfrentadas pelo país. O objetivo era exercer uma política econômica autônoma e independente. No início dos anos 1980, Alfonsín prometeu uma política autônoma em relação à dívida. Contudo, essa visão logo confrontou a dependência do financiamento externo. A influência do FMI e dos Estados Unidos também representou um desafio.
Renegociação da dívida e pressões externas
Pereira analisa as negociações da dívida externa argentina. Ele busca elucidar as condições para um país endividado resistir às pressões externas. O estudo investiga como a postura autonomista de Alfonsín perdeu força. Ao mesmo tempo, destaca o governo de Néstor Kirchner. Em um contexto diferente, Kirchner conseguiu uma renegociação de dívida soberana.
Fatores determinantes para a autonomia
Para Pereira, a análise desses dois períodos destaca os fatores que viabilizaram a autonomia. Ele identifica três elementos fundamentais: a natureza e concentração dos credores, a força política doméstica e o espaço fiscal. O autor propõe que a autonomia depende do rompimento da solidariedade entre credores externos e grupos dominantes internos. Além disso, o governo precisa criar um ambiente propício à acumulação de excedentes e ao controle dos conflitos sociais.
Contexto histórico e política de endividamento
O autor contrasta os contextos de Alfonsín e Kirchner. Ele demonstra como Alfonsín, mesmo com recursos aparentemente favoráveis, não conseguiu uma agenda econômica independente. Por outro lado, Kirchner, partindo de uma posição menos favorável, renegociou a dívida com relativa autonomia. Essa diferença ilustra a relação complexa entre contexto histórico e política de endividamento. A principal questão, segundo o autor, é entender os elementos objetivos que delimitaram a autonomia do Estado argentino.
Reflexos na política Argentina atual
A obra oferece uma visão instigante sobre a interação entre política interna e pressões externas. Esse período ainda influencia a política argentina atual. O livro “Dever e poder” oferece, portanto, uma contribuição relevante para a compreensão da história econômica e política da Argentina.
Serviço
- Título: Dever e poder: dívida externa e autonomia na Argentina de Alfonsín a Kirchner (1983-2007)
- Autor: Matheus de Oliveira Pereira
- Páginas: 222
- Formato: 16×23 cm
- Preço: R$ 79
- ISBN: 978-65-5711-258-8