Os Mutantes
Dia 21 de outubro, no Teatro Bravos
Surgidos na efervescência da segunda metade dos anos 1960, em meio à psicodelia, ao experimentalismo musical, às colagens de sons, às cores, às mudanças de costumes, três “garotos paulistas” mudaram a cara da dita “música jovem do Brasil”. Contraponto musical e visual à Jovem Guarda, os irmãos Sergio Dias e Arnaldo Baptista, mais Rita Lee, encontraram Gil e Caetano. E, principalmente o maestro” Rogério Duprat. Foi um “desbunde sonoro e visual” levado às alturas pelos festivais. Aqui e assim, nasce o Tropicalismo: mastigando os Beatles de Penny Lane a Johann Sebastian Bach, misturando as batidas do violão suingado com a distorção da guitarra, com vocais harmoniosos e afinados e arranjos inusitados. Assim eram Os Mutantes naquele emblemático 1968.
Acabava a caretice. Todos foram convidados ao “País dos Baurets”! Logo a Europa conheceu a trupe, acrescida inicialmente pelo baterista Ronaldo “Dinho” Leme e depois pelo baixista Arnolpho “Liminha” Lima Filho, que liberou o espírito criativo de Arnaldo para os teclados. Eles eram a bossa nova, o samba, a Carmen Miranda que ninguém esperava. Sempre foram progressivos, lisérgicos, criativos, alegres. E brasileiros. Os Mutantes “viajam” literalmente em suas músicas. E com eles os jovens daqueles turbulentos anos 197080/90/2000/2010/2020 e hoje as novas gerações dos futuros séculos os hippies, bichos-grilos ou o nome que se quisesse dar.
Todos são Mutantes. O importante era a liberdade que vem da música. Da música d’Os Mutantes. O progressivo que vinha e veio da Europa dos USA e do Mundo se juntaram ao Brasil via Os Mutantes.
A banda permaneceu na ativa, em outras formações, entre 1966 e 1978, lançando (ou gravando) 9 LPs. Retornou às atividades em 2006 para um show no centro de artes Barbican, em Londres. O sucesso foi tanto, que Os Mutantes emendaram uma série de shows em cidades como Nova York, Los Angeles (com o Flaming Lips), San Francisco, Seattle, Denver, Chicago e Miami. Depois disso, não tinha mais como parar a máquina! Ou a viagem!
Os Mutantes voltam a subir em um palco depois dos dois anos em que o mundo parou. Com muita energia acumulada e vontade de mostrar do que é capaz, a banda se apresenta dia 21 de outubro, sexta-feira, no Teatro Bravos, em São Paulo, às 21h.
No repertório, clássicos de todas as formações e canções do álbum “ZZYZX”, lançado pouco antes do vírus assombrar o planeta. A apresentação marca o retorno da arte de Mutantes ao palco antes de seguir para uma turnê nos Estados Unidos e Canadá, entre outubro e novembro próximos, com 20 shows já confirmados em cidades como Los Angeles, Denver, Dallas, Seattle, San Francisco, Sacramento e Vancouver – há locais onde os ingressos já estão esgotados, como Los Angeles em que farão sessão extra. “Eu não esperava tanta sede assim. Desde 2006, sempre tocamos para grandes plateias, com casa cheia e o curtindo tanto, que tínhamos que voltar ao palco duas ou três vezes! Pandemia sucks!”, diz o Mutante Sergio Dias.
Como novidade, o time conta agora com o reforço do guitarrista Camilo Macedo, já conhecido do público que já assistiu a shows de Sergio Dias Live em Jazz Mania. Completam a banda já juntos a 20 anos com Sergio Dias o baterista Claudio Tchernev, o baixista Vinícius Junqueira, o tecladista Henrique Peters e a cantora Esméria Bulgari. A energia da banda no palco é garantida por este time reunido por Serginho, que vai interpretar, além das músicas do novíssimo disco “ZZYZX”, grandes sucessos como “Balada do Louco”, “Bat Macumba”, “Panis et Circensis”, “Tecnicolor”, “Cantor de Mambo” e “Cidadão da Terra” – esta última, do aclamado álbum “Tudo Foi Feito pelo Sol”, que em 2016 foi tocado na íntegra em shows dos Mutantes em São Paulo.
Legado
Os Mutantes sempre foram citados como grande influência por artistas importantes, como Kurt Cobain, do Nirvana, Devendra Banhart e Sean Lennon (filho do Beatle John). São reverenciados em todo o mundo por sua inventividade revolucionária. Recentemente, o guitarrista e compositor Jack White afirmou ser fã do grupo, declarando em português versos de “Ave Lúcifer”. Entre outros exemplos de artistas que curtiram e regravaram Os Mutantes estão o cantor Beck, que gravou o single “Tropicália”, do álbum “Mutações”, e a banda britânica The Bees, que fez uma versão de “A Minha Menina” em seu primeiro álbum, “Sunshine Hit Me”. Flea, baixista do Red Hot Chili Peppers, se declarou fã da banda, assim como Kevin Barnes, de Of Montreal. O eterno líder dos Talking Heads, David Byrne, é outro admirador, tendo até trabalhado na promoção da música do grupo por meio de seu selo, “Luaka Bop” aonde lançou a coletanea Everything is Possible com a colaboração de Sergio escolhendo as músicas. O reconhecimento internacional d’Os Mutantes seguiu pelos anos 1990. No fim da década, o jornal “The New York Times” contou parte da história da banda em quatro páginas, chamando a atenção de todos. Isso levou outros veículos da imprensa especializada, como as revistas de música Spin, Mojo e Filter, a reverberar a mais e mais pessoas a arte da banda. Em 2003, os músicos receberam a mais alta comenda da cidade de São Paulo, a “Comenda Padre José de Anchieta”. A condecoração é entregue como forma de gratidão pelos inestimáveis serviços prestados em prol da cultura paulista e da cultura brasileira.
O Novo Álbum
Desde o retorno, em 2006, Os Mutantes já gravaram três álbuns de inéditas. O mais recente é “ZZYZX”, que saiu do forno pouco antes da pandemia. O trabalho traz 11 faixas, sendo duas em português, propondo romper as barreiras da música feita na Terra. A saída é por ali mesmo, pela ZZYZX, até a Casa dos Deuses na famosa Área 51. As dicas estão na linda capa do disco, de autoria do ilustrador norte-americano Thomas Sciacca. De novo Mutantes rasgam os livros da Musica criando sempre o impensável… “ZZYZX” está repleto de histórias que ultrapassam a vida na Terra, com reflexões e narrativas sempre acompanhadas de ironia, senso de observação e inquietação, tudo de modo aprofundado e fundamentado. As letras tratam de tempo e espaço, doçura, sexo interplanetário – hétero e homossexual ou até mesmo transcendental –, drogas em busca da comunhão, escrituras sagradas, rock’n’roll para vencer a mesmice, paz e amor, guerra e solidão, indignação pela falta de sentido na vida do povo brasileiro e até uma bomba atômica sobre Brasília.
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SERVIÇO
Os Mutantes
Data: dia 21 de outubro
Horários: 21h
Ingressos: entre R$ 110 e R$ 300
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HORÁRIO DA BILHETERIA:
De terça à domingo das 13h às 19h ou até o início do último espetáculo.
Formas de Pagamentos aceitas na bilheteria: Aceitamos todos os cartões de crédito, débito e dinheiro. Não aceitamos cheques.
Local: TEATRO BRAVOS
Rua Coropé, 88 – Pinheiros
Complexo Aché Cultural, entre as Avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais.
Abertura da casa: 1 horas antes de cada horário de espetáculo
Café no 3º andar
Capacidade da casa: 611 lugares
Acessibilidade para deficiente físico e obesos
Estacionamento: MultiPark – R$ 39,00 (até 3 horas)