Clara Moneke é a estrela da capa digital de agosto da Glamour Brasil

Atriz destaque na novela “Vai na Fé” compartilha detalhes da sua trajetória e a importância do reconhecimento de suas raízes
A atriz Clara Moneke, que se despede de sua personagem Kate, na novela “Vai na Fé”, da TV Globo, roubou os holofotes nas telinhas e agora protagoniza sua primeira capa de uma revista feminina para a edição de agosto da Glamour Brasil, que já está disponível no site e no app Globo+.
O ensaio foi feito no Copacabana Palace, que celebra seu centenário. Em entrevista, Moneke conta detalhes sobre sua trajetória, sobre a importância do colorismo, do protagonismo negro na televisão, próximos passos e muito mais.
“Não era sobre dinheiro, era sobre a consciência. Consciência de que o jovem negro no Brasil é muito desacreditado, então, dentro de casa é o primeiro lugar que a gente tem que reafirmar nossa força. Lá, isso sempre foi posto de uma forma muito natural, a gente não tinha outra opção senão vencer”, comenta Moneke durante o papo.
Seguem abaixo os principais highlights da entrevista:
- Você tem uma tatuagem do continente africano no braço. Como suas raízes são traduzidas em quem você é hoje?
“Traduz tudo. Quando a gente não sabe de onde a gente veio, não sabemos onde queremos chegar. Na minha cabeça, tudo é mais claro quando consigo olhar pra trás e enxergar quem veio antes. Quando a gente consegue enxergar a nobreza, a realeza dos nossos antepassados, conseguimos nos colocar nesse lugar, que por muito tempo foi privado de nós. Fomos colocados como descendentes de escravos ou escravizados, e não é assim. Eu sempre soube da minha cultura e da ligação com a África, olhar para trás e ter essa referência é uma certeza de onde eu posso chegar.”
- E, então, você encontrou o Marcelo D2 e fez a sua primeira personagem em Amar É Para os Fortes…
“Essa história existe há um tempo na mídia e parece que éramos superamigos, mas, na verdade, eu havia encontrado o Marcelo em algumas situações durante o meu primeiro estágio. Eu comentei brevemente sobre o meu envolvimento com o teatro, por acaso. Mais de um ano depois, estava trabalhando com telemarketing e recebi uma mensagem no Instagram de uma produtora de elenco aqui no Rio de Janeiro falando que o Marcelo tinha me indicado para uma série que ele estava fazendo com a Amazon Studios, porque o meu perfil batia com o da personagem. Foi o destino mesmo.”
- Vai na Fé é uma novela marcante pelo protagonismo negro em seu elenco. Como enxerga esse cenário?
“Enxergo como um atraso. Estamos em 2023, deveríamos ter tido isso há muito tempo porque temos profissionais capacitados. Existem possibilidades de fazer acontecer, mas sem oportunidade. Essa diversidade é que dá a mistura, “dá a liga”, é difícil fazer uma receita com um só ingrediente. Vai na Fé serviu como um marco na dramaturgia, na teledramaturgia brasileira, mas não quero que a gente fique por aqui, que sejamos um exemplo por muito tempo. Não pode ser uma novidade.”
A entrevista completa você confere na íntegra clicando aqui.