Espetáculo de Plínio Marcos, dirigido por Roumer Canhães, abre discussões sobre desemprego, amor e desamparo social em São Paulo.
No dia 15 de setembro, o Giostri Cultural, em São Paulo, abrirá suas portas para a estreia de “Quando as Máquinas Param”, uma montagem envolvente de uma das obras mais marcantes da dramaturgia brasileira, escrita por Plínio Marcos. Sob a direção de Roumer Canhães, este espetáculo promete trazer à luz temas profundos e atuais: desemprego, amor e desamparo social.
Um Retrato Atual
“Quando as Máquinas Param,” escrita por Plínio Marcos em 1967, continua relevante e impactante nos dias de hoje. A história do casal Nina, interpretada por Carolina Ranaldi, e Zé, representado por Pedro Di Carvalho, ressoa com muitos brasileiros que enfrentam dificuldades financeiras e desafios emocionais. Esta montagem traz à tona uma discussão necessária sobre a falta de oportunidades e os laços afetivos que se transformam diante das adversidades.
Desconstruindo o Machismo
A peça também aborda a questão do machismo, através do personagem de Zé. Este homem comum, preso em uma mentalidade ultrapassada, carrega consigo a cultura machista que era amplamente aceita na época em que a obra foi escrita. Porém, à medida que enfrentam dificuldades financeiras, Zé e Nina são forçados a abrir mão de seus sonhos, o que afeta negativamente a construção de sua família. Pedro Di Carvalho, que interpreta Zé, compartilha semelhanças com o personagem em alguns aspectos, tendo vivenciado desafios financeiros em sua jornada. Ele ressalta como a arte pode ser um refúgio diante das adversidades.
A Urgência de Abordar Temas Atuais
A idealizadora do espetáculo, Carolina Ranaldi, escolheu esta obra de Plínio Marcos por sentir a urgência de discutir os temas que ela aborda. Em suas palavras, “ainda encontramos muitas Ninas e Zés pelas ruas do Brasil.” A personagem de Nina representa a força das mulheres determinadas, que oferecem apoio emocional a seus parceiros desempregados. Carolina, que também é atriz e produtora, vê pontos de identificação com a personagem, ressaltando que todos têm algo pelo qual estão dispostos a lutar, independentemente do preço a pagar.
A Estreia de Roumer Canhães
Roumer Canhães, conhecido e celebrado como preparador de atores, faz sua estreia como encenador neste espetáculo. Ele destaca o desafio instigante de trazer à vida o universo retratado por Plínio Marcos, que nos faz sair de nossa zona de conforto e refletir sobre as limitações sob a perspectiva de quem vive à margem. Carolina Ranaldi elogia a precisão de Roumer e sua capacidade de expressar cada detalhe na encenação.
Ficha Técnica e Informações de Serviço
- Dramaturgia: Plínio Marcos
- Direção, Direção de Movimento, Direção Artística e Trilha Sonora: Roumer Canhães
- Elenco: Carolina Ranaldi e Pedro Di Carvalho
- Design De Luz: Alexandre Passos e Ana Carolina Pizzo
- Produção: Carolina Ranaldi e Alexandre Passos
- Assessoria de Comunicação e Mídias Sociais: Dobbs Scarpa
Serviço
- GIOSTRI TEATRO
- Rua Rui Barbosa, 201, Bela Vista — (11) 3284-8783.
- 15 de setembro a 01 de outubro (Sextas e Sábados às 21h e Domingos às 19h)
- 6 a 14 de outubro (Sextas e Sábados às 21h)
- Drama. 70min. 14 anos.
- Ingressos: R$60 inteira / R$30 meia.
“Quando as Máquinas Param” promete ser mais do que uma peça teatral; é uma reflexão profunda sobre questões sociais e emocionais que ressoam com o público atual. A partir de 15 de setembro, o Giostri Cultural oferecerá uma oportunidade única de explorar esses temas sob a direção talentosa de Roumer Canhães. Não perca esta emocionante montagem que nos lembra que, mesmo quando as máquinas param, a humanidade continua a lutar.