“Can I Live?” Estreia no Brasil – Uma Abordagem Poderosa ao Racismo Ambiental

Ali Wright
Ali Wright

O renomado artista e ativista britânico, Fehinti Balogun, fará sua estreia no Brasil durante o Mês da Consciência Negra, acompanhado pelo lançamento do filme “Can I Live”. A obra, uma adaptação cinematográfica da peça homônima, aborda de maneira única e impactante a interseção entre a crise climática e a justiça social e racial. A estreia está programada para coincidir com a realização da COP-28, nos Emirados Árabes, e as celebrações do Dia da Consciência Negra no Brasil.

Um Diálogo Urgente Sobre Racismo Ambiental

O filme “Can I Live” representa uma iniciativa poderosa para ampliar o debate sobre o racismo ambiental. Misturando música, performance e spoken word, Fehinti Balogun compartilha sua experiência no ativismo, levantando questões cruciais sobre a emergência climática e as desigualdades raciais e sociais. Inspirado por diálogos com sua mãe, Balogun traz a perspectiva de um jovem negro para o centro das atenções.

Segundo o autor, a obra busca explicar de maneira acessível como as mudanças climáticas afetam principalmente a população negra, criando um diálogo com o público e incentivando a autorreflexão. “Quero que nos sintamos vistos e ouvidos. Para mim, isso é rebelião, resistência, autopreservação e ativismo”, afirma Balogun.

Visibilidade Internacional e Repercussão Local

O filme “Can I Live” é uma obra de impacto global, abordando questões que afetam pessoas negras periféricas, quilombolas e povos indígenas. A estreia do filme no Brasil coincide com a realização da COP-28 nos Emirados Árabes, ampliando o debate sobre o clima em todo o mundo. O mês de novembro também é significativo devido às celebrações do Dia da Consciência Negra.

Maíra Rodrigues, coordenadora da área de Racismo Ambiental do Instituto Peregum, enfatiza a importância da obra: “Uma obra como essa, que circula mundialmente, permite ampliar o debate público e a mobilização para educar sobre os impactos dessa crise que afeta as vidas das pessoas negras. Essa é uma situação mortal para muitas delas.”

Agenda no Brasil e Exibições Especiais

Fehinti Balogun estará no Brasil de 25 de novembro a 6 de dezembro. Durante sua estadia, haverá exibições em primeira mão do filme no Festival da APAN (Associação de Profissionais de Audiovisual Negro) em Salvador e em São Paulo, além de salas da SPCine. O cineasta também terá uma agenda de reuniões com lideranças dos movimentos negros e ambientalistas brasileiros.

O filme será exibido no Festival da APAN em Salvador em 22 de novembro e, entre 27 de novembro e 2 de dezembro, Balogun estará em São Paulo, divulgando o filme e encontrando-se com os movimentos negros. Em 29 de novembro, haverá uma exibição no Centro Cultural São Paulo, seguida por um debate com o público. Outras exibições em salas da SPCine ainda serão confirmadas.

Detalhes Técnicos e Sinopse

“Can I Live” tem uma duração de 60 minutos e é classificado como adequado para maiores de 12 anos. O filme contém algumas imagens picantes, linguagem forte e explora temas de racismo e classismo, descrevendo alguma violência. A sinopse da obra destaca sua abordagem única à crise climática e à justiça social e racial, convidando o público a se envolver e refletir sobre questões cruciais.

Fehinti Balogun, conhecido por suas atuações em “Dune”, “I May Destroy You” e “Juliet Naked”, é o autor desta obra impactante. O filme foi produzido pela companhia de teatro Complicité, reconhecida por suas produções inovadoras. O espetáculo foi dirigido por Daniel Bailey, diretor associado do Bush Theatre, e co-dirigido por Simon McBurney, da Complicité.

A vinda de Fehinti Balogun ao Brasil representa uma oportunidade única de diálogo e conscientização sobre as questões interligadas de racismo ambiental, justiça social e crise climática. O lançamento de “Can I Live” promete ser um marco importante no cenário cultural e ativista brasileiro.