Barbie: Um Filme Não Recomendado para Crianças – Reflexões Sobre Equidade de Gênero, Patriarcado e Sobrecarga Invisível

O icônico filme da Barbie, que há décadas representa o padrão de beleza feminino, tem conquistado destaque não apenas por seu entretenimento infantil, mas também por suas profundas reflexões sobre equidade de gênero e questões sociais. De acordo com a educadora parental e jornalista Stella Azulay, a obra é mais bem compreendida por públicos adultos, e ela enfatiza que a película não é recomendada para crianças.

Stella Azulay, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental, afirma que o conteúdo de humor ácido e irônico do filme traz reflexões importantes sobre a desigualdade de gênero e o patriarcado, questões que ainda permeiam a sociedade atual. Segundo ela, é fundamental que homens assistam ao filme para terem uma noção da distância que ainda precisa ser diminuída em termos de equidade de gênero.

O filme aborda três questões centrais levantadas pela educadora:

1) Desigualdade de gênero: A película questiona a visão estereotipada de que as mulheres são frágeis e dependentes dos homens. Ao destacar como os homens são frequentemente vistos como poderosos, a Barbie leva o espectador a refletir sobre o quanto ainda falta para alcançar uma relação igualitária entre os gêneros. Stella Azulay ressalta que apesar dos avanços conquistados pelo movimento feminista, os preconceitos enraizados ainda persistem.

2) Sobrecarga invisível: Outro tema abordado é a sobrecarga invisível enfrentada pelas mulheres, que são responsáveis por tarefas domésticas e familiares pouco valorizadas e frequentemente não reconhecidas. A educadora destaca que as mães e mulheres que trabalham fora ou não acumulam uma carga pesada de responsabilidades, e esse esforço muitas vezes passa despercebido, resultando em um esgotamento físico e emocional.

3) Estereótipo feminino: O filme também lança luz sobre a criação de expectativas irreais geradas por estereótipos femininos, especialmente relacionados à beleza. A boneca Barbie, com seu padrão considerado inalcançável para muitas meninas, pode gerar sentimentos de inadequação. Stella Azulay enfatiza que é igualmente prejudicial se tornar um estereótipo, mesmo que inconscientemente, e ressalta a importância de aceitar e desejar ser comum, ao invés de perseguir padrões impossíveis.

Stella Azulay é uma referência no tema de educação parental, com um currículo extenso que inclui a formação em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero, experiência como repórter em emissoras como SBT e TV Record, e atuação como correspondente em Jerusalém/Israel pelo SBT. Além disso, é mentora e conselheira de pais e adolescentes, e em 2021 fundou e dirige a JUNTOS Educação Parental.

O filme da Barbie, ao abordar temas tão relevantes, torna-se uma obra de conscientização que transcende a esfera infantil e abre espaço para reflexões importantes sobre a equidade de gênero e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Com o olhar crítico e atento de Stella Azulay, a mensagem do filme ganha ainda mais força e relevância para os adultos que buscam compreender melhor as complexidades das questões de gênero em nossa sociedade atual.